Nos Jogos da Juventude, irmãos iranianos e um sonho para Rondônia
Lutadores do estado enfrentam dificuldades para treinar

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No maior evento multiesportivo do país para atletas de até 17 anos, os Jogos da Juventude, alguns dos protagonistas são de outros países. E três deles nasceram no Irã e representaram as cores de Rondônia, onde moram há 10 meses. São eles Mahdi Rabibi, de 14 anos, além de Amir Abdollahzadeh e Mohammad Taha, ambos de 16. Deles, os dois primeiros subiram ao pódio em Brasília, conquistando o bronze no Wrestling.
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- Vim para ganhar o ouro, não aconteceu, mas foi um evento muito bom - elogiou Amir, que tem como ídolo na modalidade o compatriota Amir Hossein Zare, campeão mundial.
O caçula Mahdi também se mostrou um pouco frustrado por não ter conquistado o ouro, mas não escondia o sorriso ao circular pelo Centro de Convivência, palco da modalidade nos Jogos da Juventude e coração do evento, que é organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Moradores de Ji-Paraná, o segundo maior município de Rondônia, os três irmãos estudam no escola estadual Gonçalves Dias. Em comum, o trio tem um sonho dos mais ambiciosos na modalidade, o ouro olímpico.
- Vim para o Brasil para estudar, lutar e ganhar o ouro olímpico. Aqui no Brasil as pessoas são muito boas, a escola também - contou o atleta, que é aluno do 1º ano do Ensino Médio e tem como ídolo o compatriota Hadi Saravi, da greco-romana, bicampeão olímpico, em 2020 e 2024.
A delegação de Rondônia, nos Jogos da Juventude, conta com 190 pessoas, entre técnicos, fisioterapeutas, dirigentes e atletas.
No Wrestling, além dos irmãos iranianos, a equipe conta com brasileiros como Guilherme Braga, de 15 anos, que venceu duas lutas e ficou a uma de lutar por medalha. O jovem atleta começou há dois anos a praticar a modalidade.
- Eu lutava jiu-jitsu e vi muita gente participando dos campeonatos e me aproximei.
Tendo como ídolo Charles do Bronx, do UFC, o atleta rondoniense ficou encantado com a participação nos Jogos da Juventude:
- Uma das coisas que mais gostei é que que dá pra fazer várias amizades, e o local é muito confortável.
Penalber, embaixadora dos Jogos, uma inspiração
Rafaela Oliveira, também de 15 anos, também defendeu as cores de Rondônia no Wrestling, modalidade que pratica há dois anos:
- Comecei no esporte por causa de uma amiga, que não queria ir sozinha. Desde lá não parei mais. E ela também continua - sorri ao contar a atleta, que é fã de Giullia Penalber, campeã pan-americana, quinto lugar nas Olimpíadas de Paris-2024 e uma das embaixadoras dos Jogos da Juventude.
- Foi uma experiência muito legal aqui em Brasília - destaca Rafaela.
Um verdadeiro sonho nos Jogos da Juventude
Participar do maior evento multiesportivo do país para atletas de 17 anos é um sonho para a maioria dos representantes rondonienses. A técnica de Wrestling Gessica Aline, que participa pela sexta vez, conta um pouco da realidade de Rondônia:
- A gente não tem competições estaduais, só faz uma seletiva. É um sonho estar aqui, nossa região é muito carente. Já temos bolsistas dos jogos escolares, eles vêm para incentivar mais ainda, para puxar os outros e verem que é possível, que existem oportunidades. É uma realidade bem diferente, não temos academias, não treinamos no tapete, mas no tatame. A gente tem dificuldade até de arrumar a malha (roupa), no estado não tem quem faça. Então, são muitas dificuldades, sabemos que nos grandes centros todos treinam musculação, alimentação de qualidade, tudo isso influencia - desabafa a treinadora.
* O repórter viaja a convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

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