Qual é a regra do “giro ilegal” no levantamento de peso olímpico? Entenda o que pode causar a anulação do movimento
Veja por que alguns movimentos são invalidados no halterofilismo.

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O levantamento de peso olímpico é uma das modalidades mais técnicas dos Jogos, exigindo força, velocidade, coordenação e domínio de movimentos extremamente específicos. Em competições oficiais, cada detalhe do gesto técnico é cuidadosamente avaliado por árbitros, e qualquer desvio da execução ideal pode resultar na anulação do levantamento — mesmo que o atleta consiga erguer a barra até o final. Qual é a regra do “giro ilegal” no levantamento de peso olímpico? O Lance! explica.
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Entre os termos técnicos mais comuns nas discussões sobre regras está o chamado “giro ilegal”, um movimento que, quando realizado, pode invalidar toda a tentativa de levantamento. Embora seja uma ação que passa despercebida por quem assiste sem conhecimento técnico, ela é facilmente identificada pelos juízes e treinadores da modalidade.
Esse tipo de infração pode ocorrer tanto no arranco (snatch) quanto no arremesso (clean and jerk), e está relacionado à forma como o atleta posiciona os pés durante o movimento. Mas afinal, o que caracteriza exatamente um giro ilegal? E por que ele é punido, mesmo quando o levantamento parece ter sido bem-sucedido?
Neste texto, explicamos o que diz o regulamento oficial sobre o giro ilegal, em que situações ele pode ocorrer e como os árbitros julgam esse tipo de infração.
Qual é a regra do “giro ilegal” no levantamento de peso olímpico?
No levantamento de peso olímpico, o chamado “giro ilegal” ocorre quando o atleta, ao finalizar o movimento de levantamento da barra, realiza uma rotação completa ou parcial sobre o eixo dos pés, especialmente girando em torno de apenas um dos pés para estabilizar a carga. Esse giro é considerado uma forma de compensar desequilíbrios e, por isso, é interpretado como perda de controle do levantamento.
A Federação Internacional de Halterofilismo (IWF) determina que o atleta deve manter controle total e posição estática ao final da tentativa, com os dois pés paralelos e no mesmo plano, aguardando o sinal dos árbitros. Caso o atleta complete o movimento com um giro acentuado ou rode o corpo sobre um dos pés — algo comum em tentativas desequilibradas — a ação é considerada infringência técnica, o que leva à anulação do levantamento.
Esse tipo de movimento é mais frequente em cargas extremas, quando o atleta já está no limite da execução e tenta corrigir o centro de gravidade por reflexo, realizando um giro em busca de equilíbrio. No entanto, mesmo que a barra esteja acima da cabeça ou nos ombros com aparente firmeza, esse tipo de compensação é punível segundo o regulamento.
Por que anula o levantamento?
A razão pela qual o giro ilegal leva à invalidação da tentativa está diretamente ligada à segurança e à padronização da técnica. O levantamento de peso é uma modalidade que valoriza precisão, simetria e controle corporal total. Quando um atleta gira sobre um dos pés ou faz um movimento rotacional abrupto, isso indica que ele não teve domínio completo sobre a barra.
Além de representar um risco para o próprio atleta — que pode se desequilibrar, cair ou provocar lesões no quadril, tornozelo e coluna —, o giro ilegal também compromete o critério de igualdade entre os competidores. Por isso, mesmo que o movimento seja finalizado, os juízes podem sinalizar com bandeiras vermelhas, indicando tentativa inválida.
É importante ressaltar que o giro ilegal é diferente de pequenos ajustes nos pés. Mover os pés ligeiramente para trás ou para os lados, desde que os dois terminem alinhados e imóveis, é permitido. O problema está na rotação exagerada ou no uso do giro como parte da técnica, o que não é aceito.
Quando o giro é mais comum: arranco ou arremesso?
Embora o giro ilegal possa ocorrer em ambas as fases do levantamento, ele é mais comum no arremesso (clean and jerk). Isso acontece porque a carga costuma ser maior e o movimento é dividido em duas fases: primeiro o “clean”, que leva a barra aos ombros, e depois o “jerk”, que a leva acima da cabeça. A instabilidade costuma aparecer na segunda fase, quando o atleta precisa estabilizar a carga no topo e se recuperar da posição de agachamento.
No arranco, o movimento é feito de forma contínua — a barra vai do chão diretamente acima da cabeça — o que reduz o tempo de correção. Ainda assim, giros ilegais podem acontecer quando o atleta tenta compensar a falta de alinhamento corporal com os pés.
Em ambos os casos, o ideal é que o atleta finalize o levantamento com os dois pés firmes e paralelos, sem movimento de rotação, e com o corpo completamente estabilizado, aguardando o comando dos árbitros antes de soltar a barra.
Como os árbitros identificam a infração?
Durante as competições, três árbitros laterais observam a execução dos movimentos simultaneamente. Qualquer sinal de giro irregular, perda de controle, desequilíbrio final ou posição assimétrica dos pés pode ser suficiente para que a tentativa seja considerada inválida. Os árbitros então erguem bandeiras brancas (tentativa válida) ou vermelhas (tentativa inválida), e a maioria decide o resultado.
Em competições de alto nível, há também suporte de replay em vídeo para confirmação em casos de dúvida. Ainda assim, a maior parte das decisões é feita em tempo real, com base na observação técnica e na experiência dos juízes.
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