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Coritiba campeão brasileiro de 1985; relembre a conquista

Há exatamente 40 anos, em 31 de julho de 1985, o clube paranaense fez história

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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 31/07/2025
06:34

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Coritiba venceu o Bangu por 4 a 2 nos pênaltis, tornando-se campeão brasileiro de 1985.
Marcelinho Carioca brilhou com dois gols, e a equipe foi liderada pelo técnico Ênio Andrade.
O torneio marcava a fusão da Taça de Ouro e Taça de Prata, democratizando o Campeonato Brasileiro.
O Coritiba teve uma campanha irregular, mas cresceu nas fases decisivas, derrotando adversários tradicionais.
A conquista teve um impacto histórico, sendo o único título brasileiro da Série A para uma equipe do Paraná.
Resumo supervisionado pelo jornalista!

A edição de 1985 do Campeonato Brasileiro reservou um dos momentos mais marcantes da história do futebol nacional. Em uma final sem representantes dos chamados "clubes grandes", Coritiba e Bangu chegaram à decisão de forma surpreendente, desafiando prognósticos e estruturas tradicionais. Com mais de 91 mil torcedores no Maracanã, o Coxa escreveu um capítulo épico ao se tornar o primeiro campeão brasileiro do Paraná, vencendo nos pênaltis por 6 a 5 após empate por 1 a 1 no tempo normal. O Lance! relembra o Coritiba campeão brasileiro de 1985.

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Coritiba campeão brasileiro de 1985

A campanha heroica consagrou o técnico Ênio Andrade como o primeiro treinador a conquistar o Brasileirão por três clubes diferentes – Internacional (1979), Grêmio (1981) e Coritiba (1985) –, todos da Região Sul. O time paranaense não figurava entre os favoritos, mas mostrou consistência nas fases decisivas e um elenco determinado, com nomes como Rafael, Gomes, Heraldo, Toby, Lela, Índio e Édson.

O torneio de 1985 também marcou uma transição no formato do Campeonato Brasileiro. Pela primeira vez, os clubes oriundos da Taça de Ouro e da Taça de Prata foram fundidos em uma única competição, com 44 participantes. A distribuição envolveu clubes classificados pelo ranking da CBF e por campanhas estaduais, promovendo diversidade e oportunidades a equipes de todas as regiões do país.

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A final entre Coritiba e Bangu simbolizou essa democratização. O clube carioca vinha de ótima campanha, liderado por Marinho e Ado, enquanto o Coritiba mostrava força coletiva e superação. A decisão, em partida única, premiou o time mais resiliente: o Coxa segurou o empate e teve sangue frio nas penalidades, convertendo todas as cobranças, enquanto o goleiro Rafael brilhou ao ver Ado chutar por cima e selar o título inédito.

A campanha do título: altos e baixos até a consagração

O Coritiba iniciou sua trajetória na primeira fase no Grupo A, onde enfrentou clubes tradicionais como Corinthians, Atlético-MG, Guarani, Grêmio e Palmeiras. O início foi irregular, com vitórias contra São Paulo e Cruzeiro, mas também derrotas para Vasco, Internacional e Portuguesa. Ainda assim, o clube conseguiu se classificar à segunda fase, com vitórias importantes na reta final, como diante do Santos, em casa, por 2 a 1.

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Na segunda fase, o Coritiba foi alocado no Grupo G ao lado de Corinthians, Sport e Joinville. A equipe paranaense voltou a crescer no momento decisivo, vencendo Corinthians (1 a 0), Joinville (2 a 1) e empatando com Sport (0 a 0), garantindo a liderança do grupo e uma vaga na semifinal contra o poderoso Atlético-MG.

A semifinal foi disputada em dois jogos equilibrados. No Couto Pereira, o Coritiba venceu por 1 a 0, com gol de Heraldo, e segurou o empate sem gols no Mineirão diante de mais de 64 mil torcedores. O acesso à final foi merecido e construído com coragem, solidez defensiva e inteligência tática.

Na decisão contra o Bangu, o time comandado por Ênio Andrade saiu na frente com Índio, mas sofreu o empate ainda no primeiro tempo. O jogo seguiu equilibrado até o apito final, sem gols na prorrogação. Nos pênaltis, o Coritiba foi impecável: Índio, Marco Aurélio, Édson, Lela, Vavá e Gomes converteram suas cobranças, enquanto Ado desperdiçou para o Bangu, chutando por cima. O Coxa conquistava, assim, seu primeiro Campeonato Brasileiro.

O elenco campeão e os destaques do torneio

O Coritiba campeão brasileiro de 1985 era um time que combinava juventude e experiência, liderado por um treinador renomado e com jogadores que marcaram época no clube. O goleiro Rafael, eleito para a seleção da Bola de Prata, foi decisivo em vários momentos. Na defesa, Gomes, Heraldo e Dida formaram um sistema seguro e compacto. No meio, Toby e Almir davam sustentação à criação ofensiva, enquanto Lela, Índio e Édson eram responsáveis pelas ações no ataque.

Com apenas 12 vitórias em 29 partidas, o Coritiba não teve uma campanha dominante em números, mas soube crescer nas fases decisivas. O título consagrou o coletivo, a disciplina tática e o espírito aguerrido do elenco.

Naquele ano, o artilheiro do campeonato foi Edmar, do Guarani, com 20 gols. Outros destaques individuais incluíram Marinho e Ado, do Bangu, além de Rubén Paz e Mauro Galvão, do Internacional. O prêmio Bola de Ouro ficou com Edmar, enquanto a seleção da Bola de Prata contou com representantes do Coritiba e de outros clubes que se destacaram.

O impacto da conquista do Coritiba e o legado do título de 1985

A conquista do Campeonato Brasileiro de 1985 teve impacto profundo na história do Coritiba e do futebol paranaense. O título colocou o clube em um novo patamar nacional, abrindo portas para a disputa da Taça Libertadores da América de 1986 – embora a participação tenha sido curta, foi simbólica para o crescimento do clube. Até hoje, é o único título brasileiro da Série A conquistado por uma equipe do Paraná.

O feito também reforçou a importância da descentralização do futebol brasileiro. Ao lado de clubes como Guarani (campeão em 1978) e o próprio Bangu, vice-campeão em 1985, o Coritiba demonstrou que o sucesso não era exclusivo do eixo Rio-São Paulo ou dos clubes considerados “grandes”.

Décadas depois, a conquista de 1985 permanece como um marco para os torcedores coxas-brancas. O elenco é lembrado com carinho, os jogos da campanha são relembrados em documentários e especiais, e os heróis daquela noite no Maracanã seguem imortalizados na memória da torcida. Mais do que um título, foi uma vitória do mérito, da superação e da paixão.

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