Maiores goleadas da história da Copa do Mundo
Hungria 10 a 1 El Salvador lidera a lista; veja as goleadas de Copas.

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As Copas do Mundo já proporcionaram momentos históricos, decisivos, dramáticos — e, em alguns casos, também placares absolutamente fora dos padrões do futebol moderno. As grandes goleadas, embora raras nos tempos atuais, marcaram eras em que o desequilíbrio técnico entre seleções era enorme e em que o jogo era muito mais aberto e ofensivo do que vemos hoje. O Lance! apresenta as maiores goleadas da história da Copa do Mundo.
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Durante as primeiras décadas do Mundial, especialmente entre os anos 1930 e 1970, era comum que potências europeias enfrentassem seleções estreantes, com pouca estrutura esportiva e escassa experiência internacional. O resultado disso foram partidas com margens elásticas e números que jamais se repetiram nas eras recentes.
A Hungria figura como protagonista de algumas das maiores goleadas da história, fruto de uma geração extremamente ofensiva e revolucionária. Outras seleções, como Iugoslávia, Alemanha e Uruguai, também aparecem na lista, em contextos diferentes e marcados pelo estilo de jogo da época.
No ranking a seguir, estão as maiores goleadas já registradas na fase final do Mundial, além de partidas históricas com grande número de gols — mesmo quando a vitória não foi tão elástica.
Maiores goleadas da história da Copa do Mundo
A maior goleada já registrada em Copas aconteceu em 1982, quando a Hungria venceu El Salvador por 10 a 1, na Espanha. A partida entrou para a história não apenas pelo placar, mas também pelo hat-trick de László Kiss, único jogador que marcou três gols vindo do banco em toda a história do torneio. Mesmo com o resultado, curiosamente, a Hungria não conseguiu avançar de fase.
Outra goleada lendária envolvendo a seleção húngara ocorreu em 1954, ano em que a equipe era considerada a melhor do mundo. Na fase de grupos daquele Mundial, goleou a Coreia do Sul por 9 a 0, em uma demonstração do estilo ofensivo que marcou aquela geração — a mesma que derrotou o Brasil e aplicou 8 a 3 na Alemanha Ocidental naquele torneio.
Em 1974, foi a vez da Iugoslávia registrar um 9 a 0 sobre o Zaire, em uma partida que refletiu um enorme desequilíbrio técnico e uma crise política severa no país africano. O jogo também se destacou pela velocidade e intensidade do time iugoslavo, que explorou os erros do adversário sem piedade.
No século XXI, a maior goleada foi o 8 a 0 da Alemanha sobre a Arábia Saudita, em 2002, na Copa do Japão/Coreia. Naquela partida, Miroslav Klose marcou três gols de cabeça e iniciou sua trajetória como um dos maiores artilheiros da história dos Mundiais.
Também merece destaque o 8 a 0 do Uruguai sobre a Bolívia, em 1950, em pleno Maracanã. Foi a abertura do grupo em que os uruguaios iniciaram a campanha que terminaria no famoso Maracanazo.
E embora não esteja entre as maiores margens, é impossível não citar o 7 a 1 entre Alemanha e Brasil, em 2014. O impacto histórico, emocional e simbólico daquela semifinal coloca o jogo entre os mais marcantes da história da Copa — prova de que nem sempre é preciso um placar de dois dígitos para entrar para o imaginário mundial.
Lista das maiores goleadas da história da Copa do Mundo
- Hungria 10 x 1 El Salvador (1982)
- Hungria 9 x 0 Coreia do Sul (1954)
- Iugoslávia 9 x 0 Zaire (1974)
- Suécia 8 x 0 Cuba (1938)
- Uruguai 8 x 0 Bolívia (1950)
- Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita (2002)
- Uruguai 7 x 0 Escócia (1954)
- Turquia 7 x 0 Coréia do Sul (1954)
- Polônia 7 x 0 Haiti (1974)
- Portugal 7 x 0 Coréia do Norte (2010)
- Espanha 7 x 0 Costa Rica (2022)
- Itália 7 x 1 Estados Unidos (1934)
- Brasil 7 x 1 Suécia (1950)
- Alemanha 7 x 1 Brasil (2014)
Jogos com mais gols na história das Copas
Algumas partidas não terminaram com margens elásticas, mas ficaram marcadas pela chuva de gols. O jogo com o maior número de gols já registrado em uma Copa foi o 7 a 5 da Áustria sobre a Suíça, em 1954 — doze gols em uma mesma partida, um recorde absoluto até hoje.
Em 1938, o Brasil venceu a Polônia por 6 a 5, em um dos duelos mais épicos da Seleção em Copas. A partida, válida pelas oitavas de final, teve prorrogação, campo encharcado e atuação histórica de Leônidas da Silva.
O torneio de 1954, aliás, foi especialmente marcado por placares altos, resultado de regras mais permissivas, menor organização defensiva e um futebol altamente ofensivo, que contrasta com o jogo muito mais estudado dos tempos atuais.
Por que as goleadas eram mais frequentes no passado?
As maiores goleadas da história ocorrem, quase sempre, até a década de 1970. As razões incluem desde diferenças táticas e físicas até condições estruturais de seleções estreantes, que treinavam pouco e tinham pouca rodagem internacional.
O amadorismo parcial em muitos países afetava a preparação, e o sorteio das Copas frequentemente colocava potências frente a frente com seleções muito frágeis logo na primeira fase. Além disso, as regras favoreciam o jogo mais direto, sem substituições abundantes, sem linha defensiva ajustada e com goleiros menos protegidos.
Goleadas no futebol moderno: por que ficaram mais raras?
A partir dos anos 1990, com a globalização do futebol, as diferenças técnicas diminuíram. Jogadores de países pequenos passaram a atuar em grandes ligas, o acesso à preparação física ficou mais igualitário e o estudo tático se tornou universal.
O profissionalismo completo das seleções reduziu a probabilidade de placares acima de seis ou sete gols. Ainda assim, goleadas pontuais continuam acontecendo — como o 8 a 0 da Alemanha em 2002 — quando há diferença clara de nível entre as equipes.
O impacto simbólico das goleadas históricas
Algumas goleadas transcenderam o placar. A Hungria de 1954 permanece como símbolo de uma das maiores seleções que o mundo já viu. A derrota do Zaire em 1974 virou retrato de como conflitos políticos interferem no desempenho esportivo. O 7 a 1 de 2014 redefiniu a forma como o Brasil olha para sua Seleção.
Esses jogos marcam gerações, influenciam debates sobre formatos, vagas, competitividade e deixam cicatrizes — ou glórias — que perduram por décadas.
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