Entenda por que Ricardo Mathias não jogou antes pelo Internacional
Atacante marcou dois gols, enquanto titulares não faziam gols há cinco rodadas

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A presença do guri de 19 anos no jogo de sábado (9), marcando inclusive dois gols na vitória de 3 a 1 sobre o Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro, levantou uma questão: por que Ricardo Mathias não jogou antes pelo Internacional? A pergunta surge inclusive devido à ausência de bolas na rede dos seus colegas de posição: Rafael Borré não marcava há cinco rodadas; Enner Valencia, há 13.
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Torcedores e até parte da imprensa trataram o assunto como teimosia do técnico Roger Machado. Na coletiva, o treinador colorado explicou os motivos, que para muitos, não ficaram claros. O Lance!, então, ouviu o professor Elio Carraveta, ex-preparador físico do Alvirrubro e especialista no assunto.
O que disse Roger Machado
Após a vitória de 3 a 1 em Bragança Paulista, com dois gols do camisa 49, o técnico Roger Machado foi questionado porque não escalou o guri antes. O técnico explicou:
– Jogadores como o Mathias, o Luis Otávio, o [Gustavo] Prado, carecem de uma atenção maior, tanto o ponto de vista da sua formação física como da treinabilidade. Se vocês lembrarem, depois que ele [Mathias] começou bem, ele teve três problemas musculares e não teve uma sequência adequada de ritmo que desse segurança para ele entrar antes.
Em conversa por telefone, Carretta complementou:
– O Roger é um cara experiente, até por ter passado por isso quando começou quando jogador. O que ele explicou é que um garoto que vem da base precisa de todo um cuidado. Cuidado técnico, tático, físico, cognitivo, emocional e até cultural. Isso é o que nos diz a pedagogia do treinamento esportivo.
Voltemos a Roger:
– Ele [Mathias] é um guri muito grande. Tem 1m95, 95kg. E um jogador novo, muito musculoso, precisa ter muito cuidado para que ele não fique sucessivamente fora. O Mathias precisa trabalhar a parte muscular dia a dia. Foi no momento adequado a entrada dele e que bom que ele respondeu bem.
Carravetta acrescenta:
– Isso não é preservar nem proteger. Muito menos não valorizar. É um desenvolvimento progressivo do jogador. Se não, daqui a pouco ele explode marcando gols num e noutro jogo e depois some. E muitos vão perguntar o que aconteceu.
Entenda os altos e baixos de Ricardo Mathias

O centroavante iniciou o ano na seleção brasileira sub-20, disputando o Sul-Americano da categoria, marcando inclusive gol na final. Depois, foi integrado ao grupo principal. Começou a entrar aos poucos, seis minutos contra o Atlético Nacional-COL em Medellín, 31 contra o Botafogo. Até que, sem Valencia nem Borré, iniciou o jogo decisivo contra o Nacional-URU.
Na partida de Montevidéu, 15 de maio, abriu o caminho para a vitória por 2 a 0. Entrou novamente no jogo seguinte, dia 20, contra o Mirassol e marcou o gol do empate. Começou, mas não terminou o próximo confronto, contra o Sport, cinco dias depois. Aos 24 do primeiro tempo, caiu no campo e fez sinal com as mãos como se tivesse rompido um músculo na coxa esquerda.

Não foi diagnosticada lesão, apenas um desconforto. Ele voltou no duelo seguinte, contra o Atlético-MG, em 12 de junho, após a data Fifa, entrando aos 24 da etapa final. Depois dos 30 dias de parada para o Mundial de Clubes, entrou novamente contra o Vitória, jogando 11 minutos. Na sequência, ficou quatro rodadas fora, como mostraram informações repassadas pela assessoria de imprensa.
No dia 20 de julho, contra o Ceará, o boletim dizia que o guri estava com “desconforto muscular na coxa esquerda”. Dali a dois dias, nova mensagem: “segue apresentando desconforto”, ficando de fora do duelo contra o Santos. No dia 27, Mathias já estava em trabalho no campo, mas não há disposição.
No jogo contra o Fluminense, no dia 30 de julho, também ficou de fora, dessa vez sem boletim médico. Quando voltou ao grupo, por ter estado quatro rodadas fora, começou a ser usado aos poucos. Jogou 26 minutos no 2 a 0 para o São Paulo e 32 na eliminação da Copa do Brasil contra o Tricolor Carioca.
Só contra o Bragantino voltou a jogar desde o começo, ficando 70 minutos em campo. Resultado, aos 6 do primeiro tempo, após cruzamento de Wesley, se antecipou à zaga e meteu uma bucha. E antes do primeiro minuto da etapa final, recebeu passe de Bruno Tabata na frente da área, dominou, olhou e marcou o terceiro gol do 3 a 1.
Titularidade contra o Flamengo
Segundo o que Roger Machado falou na coletiva no sábado, está claro que, depois dos treinos, da atuação e de conversas com Mathias, o centroavante deve começar a partida contra o Flamengo, nesta quarta.
– Olha a dica! Depois do Nacional, quando ele fez gol, ele jogou de novo contra o Mirassol. Se eu virar refém de boas atuações em campo, que bom. Quero ser refém do campo sempre! – brincou.

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