SAF do Paraná Clube: credores adiam assembleia para ajustar proposta
NextPlay tenta alinhar a oferta para a compra de 90% das ações

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Os credores do Paraná Clube pediram novo adiamento da Assembleia Geral dos Credores (AGC) que analisará a proposta de venda de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) por R$ 212 milhões, enquanto um ex-presidente tem 10%. A data passou de quinta-feira (6) para 19 de novembro.
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Na última sexta-feira (24), o encontro não teve nenhum desfecho e já foi mudado para o começo de novembro. Contudo, na quinta-feira (30), os credores solicitaram mais duas semanas para analisar a oferta da NextPlay Capital Ltda e foram atendidos.
O Lance! apurou que as negociações entre o investidor e os advogados já acontecem, mas estão travadas no pagamento da Recuperação Judicial (RJ) com a sub-sede da Kennedy. Outra exigência dos credores é a garantia dos recursos prometidos. Se não houver melhoras nesses aspectos, a proposta não será aprovada.
A NextPlay, por exemplo, não quer pagar a RJ e nem uma diferença do eventual patrimônio vendido, caso não cubra todo o valor (R$ 89,92 milhões). O preço mínimo definido para a venda ou leilão do terreno é de R$ 70,8 milhões.
A própria negociação da sub-sede da Kennedy segue em divergência por conta do impedimento de ser vendida ou leiloada pela lei municipal nº 1550/1958. Além disso, existe a multa de R$ 13 milhões pela quebra de contrato com o Espaço Torres, que tem direito a explorar os salões sociais até 2032.
Por conta desse cenário, os credores querem mais tempo para tentar chegar a um consenso com a NextPlay, grupo de investidores brasileiros e estrangeiros não revelados. Existe também a possibilidade de novos interessados enviarem propostas nesse período, algo que foi sinalizado, mas ainda não formalizado.
Credores mudaram plano de pagamento da RJ
Em Assembleia Geral dos Credores (AGC), de forma virtual, o plano de pagamento da Recuperação Judicial (RJ) foi modificado em 24 de outubro. Com a mudança da data, o novo esboço será votado em 19 de novembro e precisa da aprovação para a SAF seguir o rito de venda.
Após quatro horas de debate e votação entre os envolvidos, a RJ teve cinco alterações para formar um plano consolidado. O administrador judicial da RJ, Maurício Obladen, formalizou as modificações no processo.
- cota de reserva garantida de R$ 70,8 milhões na venda ou leilão da sub-sede da Kennedy;
- cota de reserva de pagamento aos credores extraconcursais (após a RJ) caiu de R$ 12 para R$ 10 milhões, pagos com a venda ou leilão da sub-sede da Kennedy;
- cotas da SAF serão a garantia dos credores até a venda ou leilão da sub-sede da Kennedy;
- inclusão de previsão do pagamento de dívidas da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) sem desconto
- pagamento dos tributos junto ao Banco Central do Brasil (Bacen) será efetuado com os recursos provenientes da venda da SAF;
Caso o plano de pagamento seja aprovado na nova AGC, o Conselho Deliberativo do Paraná precisa dar o aval final e depois a juíza Mariana Gusso, do 1ª Vara de Falências de Curitiba, homologar a venda. A expectativa é de que isso acontença até o final de 2025.
Se a ACG não chegar a um acordo, a SAF volta a ficar travada e com incertezas. Além disso, sem cumprir nenhum pagamento na Recuperação Judicial (RJ), oficializada em setembro de 2023, o Paraná ainda corre o risco de ter a falência decretada - alguns credores apoiam esse movimento.
Conselho do Paraná Clube aprova pré-proposta por venda da SAF
Na noite de segunda-feira (20), o Conselho Deliberativo do Paraná aprovou, por unanimidade, a proposta da NextPlay. Essa aprovação, contudo, foi uma prévia, já que a AGC mudou os termos de pagamento da RJ.
Com as alterações no plano, o grupo de investidores precisa adequar a oferta e passar novamente pela aceitação dos conselheiros paranistas ou recuar e desistir da proposta. A NetxPlay é liderada por Pedro Weber, ex-Azuriz e América-RN, e que seria o futuro CEO.
O investimento da SAF do Paraná Clube
- valor mínimo: R$ 212 milhões
- R$ 42 milhões para dívidas com a Receita Federal do Brasil e o Banco Central do Brasil (Bacen)
- R$ 10 milhões para a construção de Centro de Treinamento na sub-sede do Boqueirão (até 2028)
- R$ 60 milhões para a Vila Capanema
- R$ 10 milhões anuais para o futebol (sem divisão)
- R$ 21,9 milhões (Série D)
- R$ 28 milhões (Série C)
- R$ 46,8 milhões (Série B)
- R$ 85 milhões (Série A)
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