Fernando Diniz explica modificações que garantiram virada do Vasco contra o Fluminense
Cruz-Maltino venceu o Tricolor por 2 a 1 na ida da semifinal da Copa do Brasil

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Após vitória de virada por 2 a 1 do Vasco contra o Fluminense no Maracanã, pelo jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, nesta quinta-feira (11), Fernando Diniz conversou com a imprensa. O técnico explicou as modificações no segundo tempo que levaram ao triunfo.
— A gente fez um bom primeiro tempo, mais equilibrado, terminou melhor. No segundo, a gente mereceu a virada, buscou mais o gol, encaixou a pressão alta, ganhou mais segundas bolas e assumiu o controle do jogo — disse.
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A virada passou muito pela evolução de Rayan na partida, além do poder de decisão de Vegetti no segundo gol. O técnico também abordou a combinação no ataque cruz-maltino.
— O Vegetti entrou com 30 minutos do segundo tempo, o Rayan jogou bem o segundo tempo inteiro. O plano inicial já era ele participar mais do jogo. Desde que cheguei, tento fazer ele participar o máximo do jogo, junto com Andrés (Gómez) e Coutinho. No segundo tempo, a gente ajustou um pouco o posicionamento e orientamos onde tinha espaço para ele tocar mais na bola. Quando Vegetti entrou, ficou mais na ponta, entrelinhas, e foi decisivo para a gente virar — completou.

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Outras respostas de Fernando Diniz, técnico do Vasco
Evolução do Vasco no segundo tempo
— Não achei que no segundo tempo a gente estava alçando muita bola. Depois que o Fluminense fez o gol, abaixou a marcação e ficou difícil de entrar. A gente abriu o Gómez, com Paulo Henrique dando amplitude do outro lado. O que melhorou foi a celeridade nos passes, Rayan entrou mais no jogo e a dinâmica ficou mais acelerada para o jogo fluir com naturalidade.
Vantagem para o segundo jogo
— A vantagem é como se fosse de um primeiro tempo, está 2 a 1 e tem mais um tempo. Nada ganho, a gente precisa encarar com muita seriedade. Só terminou o primeiro tempo, como o Fluminense vencia hoje. É corrigir o que fizemos de errado e respeitar o adversário.
Diniz é melhor em copas?
— Em relação aos meus trabalhos, no São Paulo a gente fez um trabalho de um ano e meio que conseguimos vaga direta na Libertadores e, em determinado momento, tínhamos sete pontos de vantagem na liderança no Brasileiro. Em 2022, quando fui para o Fluminense, saímos da zona de rebaixamento para terceiro. Então o trabalho não acontece só nas copas. Mas quando começa a avançar muito, é difícil manter. Flamengo, Palmeiras e Botafogo conseguiram por questão de orçamento, tinham dois times para jogar, investem muito dinheiro na categoria de base também. É difícil concorrer com esse poder financeiro, elenco robusto, mais que dois times. No Vasco, a gente está aprendendo. Aprendendo a ser grande com esse Vasco que dirijo. Aprendendo a ter estabilidade nos resultados, no desempenho. Não queremos essa oscilação, mas tem certa normalidade. Time machucado, jogadores desacreditados, que aspiram coisas melhores e depois caem. Com o tempo, vamos ganhar consistência. Nesse momento, precisamos de foco total no jogo de domingo.
Torcida vascaína
— A torcida é fundamental, nosso melhor jogador sempre. A torcida do Vasco é incrível, inacreditável o quanto conseguem apoiar, torcer, mesmo sem uma torcida machucada nos últimos. É um sonho fazer essa torcida feliz.
Oscilação do Vasco na temporada
— Eu acho que é um aprendizado constante. A vitória contra o Internacional foi contundente e o decréscimo para o jogo contra o Mirassol não foi tanto, embora tenhamos perdido. Do Inter para o Mirassol tivemos queda menos significativa do que do Santos para o Juventude. O jogo contra o Atlético-MG não entra nessa lista, foi atípico. Aprender a ser grande é ser consistente. Como disse, precisamos corrigir, erramos coisas no primeiro tempo, encaixes de marcação, perdas de duelo, bolas paradas, é uma disputa que está em aberto.
Vasco começou o jogo nervoso?
— Não achei o time nervoso, se fosse estaria no começo. A gente começou melhor, depois desencaixou a marcação um pouco, o Fluminense fez boas jogadas, bola circundando nossa área. E depois terminou o primeiro tempo melhor de novo já. Em relação às finalizações, tem as que vão no alvo e as que não significam nada. Tem as que vão para fora e são chances claras, mas não foram no alvo. Foi um jogo de poucas oportunidades no primeiro tempo, mas até foi melhor do que muitos jogos decisivos, melhor que Cruzeiro x Corinthians de ontem. A ideia no segundo tempo não era ficar mais agressivo, era para a gente ter jogado assim no primeiro. A gente conseguiu encaixes de marcação e colocar mais o Rayan no jogo. Mas não acredito que teve a ver com nervosismo, e sim com ajustes.
Mentalidade do elenco cruz-maltino
— O mental dos jogadores está em dia. A própria derrota contra o Atlético-MG, embora atípica, faz parte do roteiro da semana. O Vasco sabe aquilo que faz a gente de forte e frágil, soube se fortalecer nesse processo geral. Jogos como o de hoje, com contundência, partida decisiva, não são construídos em uma semana. É uma construção dos sete meses que estou aqui. É um time que trabalho muito, com boa vontade, e merece como o torcedor. Não tem mágica, é um processo que estamos construindo, a gente teve de onde buscar energia para a partida de hoje.
Trabalho de Diniz com os jovens
— O jogador de futebol é machucado, tem fragilidade e acham que tem que ser de ferro. Essa pressa faz a gente perder muito talento, essa coisa de ter que ter herói e vilão. A gente prepara mal o jogador para isso, é difícil para o treinador e para a imprensa. Imagina para um jovem de 18, 19 anos. A gente pensa sobre pouco isso. E um dos pilares do meu trabalho é essa preocupação, consigo aproximar e oferecer coisas positivas para esses jogadores se desenvolverem. O Rayan não tinha problemas com o futebol, mas tinha problemas de estima, de confiança, a torcida hostilizando naquele momento. Sempre digo: o jogador sem confiança é ruim, com confiança é bom.
Favoritismo do Fluminense
— Eu não acompanho muito a internet, rede social, mas imaginava que o Fluminense poderia ter favoritismo pelo momento. Mas não me apoiei nisso, trabalhei o time do Vasco que iria enfrentar um time bom, com mérito, que sabe defender, construir, fazer transição, faz gol de bola parada. Treinamos o melhor possível para nos defender e explorar deficiências.
Relação com Vegetti
— Em relação ao Vegetti, é algo natural, tenho relação muito próxima com ele, um artilheiro, um ídolo. É um dos grandes artilheiros do Vasco na temporada. Confio como jogador e pessoa. Teve um momento de irritação, mas depois a gente conversou e não foi relacionado a mim. Saiu irritado e acontece. Tudo resolvido, e não porque fez o gol. Se não tivesse, nem teria entrado. Minha relação com os jogadores tem profundidade e, quando tem algum problema, as coisas caminham para melhor. A gente se aproxima. Quando tem boa intenção e bom coração, as pessoas se entendem e o vínculo se fortalece.
Pumita Rodríguez, substituto de Lucas Pitón
— Puma foi muito bem. No período que Pitón ficou afastado, teve participação muito boa. Eu gosto muito, tem características muito interessantes. É grande, forte, quase ambidestro, bate bem na bola, boa impulsão. Eu busco colocar em campo quem vai render. Eu gosto de quem joga em mais de uma posição, a gente vinha treinando isso há um tempo e senti confiança para lançar lá atrás.
Orientações de Coutinho no intervalo
— Eu não acho que foi impaciência, foi inteligência e iniciativa. Coutinho falou em paciência no sentido de jogar bola na área com time descompactado, de perder bola e dar contra-ataque. Ele argumentou bem. A minha característica é acelerar, ser agressivo, mas ser paciente. A gente foi agressivo, circulou bem, os zagueiros e volantes foram agressivos com e sem a posse. Thiago Mendes fez dois passes longos muito bons, inclusive no primeiro gol. Ele vai entrando cada vez mais em condição de jogo, mostrando o grande potencial.
Mais elogios à torcida vascaína
— O torcedor do Vasco é fantástico, é lindo o que fazem. O time está aprendendo a importância do torcedor do Vasco e se conectando, apesar das nossas falhas, dos momentos que deixamos o torcedor na mão, quando perde cinco jogos seguidos, quando relaxa em jogos em casa. Mas é um time que trabalha muito e está aprendendo a ser Vasco, um time gigante. Gratidão ao torcedor. Peço que venha de novo, nos apoie, ele faz diferença. O jogador aprende a se sentir menos pressionado e mais motivado. Isso é ser Vasco: não é fácil, não é para qualquer um. O torcedor empolga e pressiona. Não é para todo mundo. Os jogadores vão aprendendo o que é jogar no Vasco e gostam cada vez mais da presença do torcedor. Eu adoro a torcida presente, essa festa. A gente espera e quer muito trazer alegria para a torcida.
Liderança de Vegetti
— O Vegetti personifica bastante o que é o Vasco, é uma entrega absoluta e um grande artilheiro. Tem vontade, carisma, veste a camisa e joga. É um grande artilheiro e líder. A minha relação com ele é ótima. Obviamente, a fluência é facilitada quando o jogador joga sempre. Mas, mesmo jogando menos, é uma relação muito próxima. É muito dedicado aos companheiros. Se vocês vissem o que fala nos treinos e nas preleções... É muito inspirado em ajudar os outros. É fundamental.
Mudança no calendário
— A CBF teve uma atitude certa com a modificação do calendário. Não é o ideal jogar quinta e domingo, mas é justo, igual para Fluminense e Vasco. A gente vai se preparar da melhor forma possível, se recuperar, descansar os jogadores e fazer ajustes táticos em campo e no vídeo.
Meio-campo do Vasco
— O meio-campo não são dois ou três jogadores, é como a gente consegue ocupar o espaço com os jogadores. O Coutinho estava pegando a bola nos pés do Léo Jardim. Existe uma rotatividade, é um time caracterizado pela mobilidade. Não são só três jogadores no meio-campo. Mas Thiago, Cauan e Coutinho fizeram partidas muito boas.
São Januário ou Maracanã?
— São Januário é a casa do Vasco, a gente adora jogar lá, embora não tenha aproveitado tanto o mando quanto historicamente. Fez boas apresentações que não terminaram com vitória. E o Maracanã também é a casa do Vasco, uma casa maior. É só ver a festa que a torcida fez, o time se sente bem aqui, como em São Januário. É um privilégio ter duas casas!
Grande fase de Cauan Barros
— O Barros faz três ou quatro meses com a gente. Quando estive aqui em 2021, era muito jovem e eu já queria subir. Ele estava indo bem no América-MG, tinha proposta para sair e eu pedi. Nem estava acompanhando tanto o América, mas já acompanhava em 2021. Chegou muito bem, aproveitou as chances, Uma das piores partidas do Vasco foi contra o Corinthians, mas Barros entrou por 15 minutos e nasceu para esse momento. Uma boa notícia num dia ruim. Se a gente tivesse jogado bem, talvez não tivesse entrado. Ele tem muito futuro! Tem alma de jogador grande.
Andrés Gómez: momento e chegada ao clube
— O Andrés Gómez cai na questão dos jogadores mais jovens: é talentoso, estava na França sem jogar, a gente conhecia pouco. O vídeo dele (de exibição) era pior do que realmente é. A gente acabou trazendo porque é da mesma cidade do Arias, ele me ajudou muito. Liguei para ele, me deu as informações que precisava para ser favorável à sua vinda. A gente foi muito assertivo nas contratações: agressivo, mas não apressado. A gente precisava de um jogador de velocidade, um para um. E tive segurança falando com o Arias, mais do que nos vídeos. O que mais chama atenção no momento dele foi o que o Arias me falou. É um jogador que está reconhecendo o próprio talento.
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