Pitaco do Guffo: quem sofre menos gols que o esperado?
Conheça a métrica que mostra a real eficiência de goleiros e sistemas defensivos

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Terminada a rodada 22 do Brasileirão, muitas equipes ainda estão com partidas atrasadas, mas uma coisa não mudou: o Flamengo segue líder isolado, com Cruzeiro e Palmeiras como únicos possíveis adversários para tirar o título do rubro-negro. Analisando os dados, uma estatística chamou minha atenção: no Brasileirão, quem sofreu menos gols que o esperado?
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Primeiro, preciso explicar um índice de performance muito legal utilizado pela Opta: o PSxG (post-shot expected goal), o que seria como um "gol esperado após a finalização". Essa métrica mede a probabilidade de gol de uma finalização a partir do posicionamento do goleiro depois que a bola foi chutada. Ou seja, ela é uma evolução dos já conhecidos xG, que tanto uso por aqui e mede a real eficiência de goleiros e sistemas defensivos.
Uma surpresa caipira
Se diminuirmos do número total de PSxG o número de gols sofridos, obteremos o número de gols que era pra aquele time sofrer e não sofreu. Ou seja, saberemos se o goleiro foi realmente eficiente no seu trabalho ao evitar finalizações claras de gol. É fácil: o número total de PSxG menos os gols sofridos. E teremos quem sofreu menos gols que o esperado.
Quem observa o Mirassol jogar, nota uma equipe bem treinada e com execuções de suas ações ofensivas e defensivas eficientes. Um time que gosta de acumular jogadores sobre a linha defensiva dos adversários, que sabe se associar com a bola, que gosta de fazer mudanças de lado nas jogadas e que não abre mão da pressão defensiva. Após golear o Bahia na rodada, o time de Rafael Guanaes ocupa a 6ª posição, buscando a inédita vaga na Libertadores.

Pois o Leão do interior paulista é o time que melhor trabalha essa métrica: era pra ter sofrido pelo menos mais nove gols dos 20 sofridos. O Mirassol é o quarto time que mais sofre finalizações por partida na média (14). Isso, claro, tem muito a ver com a ideia dos adversários perceberem o Mirassol como “time pequeno” e sempre jogarem de acordo a isso.
O segundo time que performa melhor com essa métrica, é o Grêmio de Mano Menezes: era pra ter sofrido pelo menos mais sete gols do que os 26 que já sofreu. E isso que o Tricolor é o quinto time que mais sofre finalizações por partida, 13,6 na média. Mas graças à essa eficiência defensiva, não está pior na tabela do campeonato.
Quem precisa abrir os olhos
O Sport Recife e o Red Bull Bragantino estão com dois gols sofridos a mais do que deveriam. O que mostra que seus goleiros terminam sendo mais expostos do que os adversários e que a bola está entrando mais do que deveria. Inclusive, o Sport sofre na média 13 finalizações por partida, e o Massa Bruta, 15. Então, com menos finalizações sofridas, o Sport sofre mais gols. Não é por acaso que é o lanterna.
Mas o time que precisa realmente abrir os olhos nesse quesito é o Internacional de Roger Machado. O time tem o pior desempenho nessa métrica de PSxG menos gols sofridos do Brasileirão, tendo sofrido cinco gols a mais do que devia. Ou seja, era para o Inter ter hoje na tabela 24 gols sofridos, e não os 29 que tem. Quantos pontos a mais isso significaria na tabela? Com uma média de 12 finalizações sofridas por partida, o Inter mostra uma deficiência defensiva preocupante. Essa responsabilidade é dos goleiros, mas também de todo o sistema defensivo. O Colorado precisa melhorar urgentemente para não sofrer na tabela.
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