Pitaco do Guffo: os números preocupantes do Grêmio
O time de Mano Menezes piorou defensivamente depois do Mundial de Clubes

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Com o empate por 1 a 1 com o Alianza Lima em Porto Alegre, o Grêmio foi eliminado da Sul-Americana. O que deixa essa eliminação mais preocupante é o fato de que o desempenho tricolor regrediu em relação a ele mesmo antes da parada do Mundial de Clubes. Os números preocupantes do Grêmio comprovam a tese.
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Eu gosto sempre de deixar bem claro que a análise de dados no futebol precisa ser colocada em um contexto para ser válida. Muitas vezes usamos estatísticas apenas para comprovar um viés de pensamento. Então, pegando os dados dos 14 jogos no Brasileirão e dos oito na Sula, temos um cenário claro para analisar do Tricolor. E as notícias não são boas para os gremistas.
Adversários com melhores chances
Nessas 22 partidas, o Grêmio sofreu 262 finalizações, o que dá uma média (arredondada) de 12 finalizações sofridas por jogo. Desse volume ofensivo dos adversários, o Tricolor sofreu 27 gols. Ou seja, a cada 9,7 finalizações, o Grêmio sofre um gol na média. É uma média bem aceitável, não é um absurdo.

Antes da parada do Mundial, foram 18 partidas com 186 finalizações sofridas, uma média de 10,3 finalizações dos adversários por jogo. Ou seja, a média total de finalizações dos adversários aumentou em um curto período de tempo. Para que isso aconteça dessa forma, significa que houve um aumento significativo da curva média da estatística medida.
Mano Menezes é sinônimo de defesas fortes
Historicamente, os trabalhos de Mano Menezes sempre se caracterizam por uma solidez defensiva. Geralmente são times que oferecem resistência defensiva aos adversários. Por isso surpreende quando pegamos o recorte destes últimos quatro jogos do Grêmio pós-Mundial: contra Cruzeiro e Vasco no Brasileirão, e nas duas partidas contra o Alianza Lima, o Tricolor sofreu 76 finalizações. Uma média de 19 por partida!
Esse aumento de 58% das finalizações sofridas em tão poucos jogos fica mais preocupante quando fazemos uma análise qualitativa das chances adversárias. E para isso usamos a métrica dos gols esperados (expected goals), os famosos “xG". Antes do Mundial, cada finalização dos adversários tinha uma média de 7% de probabilidade de gol (0,07xG). No recorte dos quatro jogos pós-Mundial, cada finalização adversária teve média de 10% de probabilidade de gol (0,10xG).
Os números preocupantes do Grêmio ficam claros quando, em quatro jogos, o time cedeu aos adversários um aumento de 43% de probabilidade das finalizações virarem gols. Ficou mais fácil criar chances de gol contra o Grêmio. O sinal amarelo está ligado, e Mano Menezes precisará resolver esse déficit defensivo com rapidez. Se não, provavelmente não terminará o ano à frente do Tricolor gaúcho.
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Gustavo Fogaça escreve sua coluna no Lance! nas noites de segunda e quinta-feira. Leia outras publicações do colunista nos links abaixo:
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