Justiça interdita estádio do Macaé após briga generalizada no Carioca B2
Briga entre torcedores do Leão Alvianil e do Belford Roxo paralisou partida

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O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) interditou nesta segunda-feira (10) o Estádio Cláudio Moacyr, em Macaé, na região do Norte Fluminense. O TJD-RJ acatou pedido da Procuradoria após briga entre torcedores do time da casa — que leva o nome da cidade — e do Belford Roxo no último dia 2, em partida válida pelo Campeonato Carioca B2.
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Segundo o Tribunal, as provas apresentadas constatam que a torcida mandante conseguiu acessar com facilidade o setor destinado aos visitantes, o que resultou em confronto direto e tumulto generalizado. Além disso, conforme a decisão, os "relatos oficiais apontam falhas estruturais na divisão entre os setores, possibilitando a invasão".
Desta forma, o TJD-RJ deferiu a interdição preventiva por estádio por 30 dias, a ser cumprida de forma imediata. Além disso, diz que "interdição preventiva, nesse contexto, não configura punição, mas medida cautelar destinada a preservar a integridade das competições e a prevenir a ocorrência de novos incidentes".
Em contato com o Lance!, o diretor do Macaé, Cristiano Assis, afirmou que o clube foi "pego de surpresa" e irá recorrer da decisão. A equipe já havia sido punida com a perda de dois mandos de campo e recebeu o 7 de Abril no Estádio Eduardo Guinle, em Nova Friburgo (RJ), no último domingo (9).
Classificado às semifinais do Carioca B2, o Leão Alvianil ainda terá de cumprir a punição no jogo de ida contra o Santa Cruz-RJ. Caso a interdição de 30 dias seja mantida, o Macaé teria de mandar possível jogo da final também longe do Moacyrzão, e tem como opções o Eduardo Guinle, mais uma vez, e o Estádio Antônio Ferreira de Medeiros, em Cardoso Moreira.
A Procuradoria do TJD-RJ também denunciou o Belford Roxo, além do atleta Lucas da Silva Manoel e do presidente da equipe visitante, Reginaldo Ferreira Gomes. Estes aguardam julgamento.

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Relembre a confusão em Macaé x Belford Roxo
O duelo entre Macaé e Belford Roxo, no último dia 2, válida pela sétima rodada do Campeonato Carioca B2, terminou em confusão entre torcedores nas arquibancadas. Segundo relatou o árbitro Daniel Elbert Andrade na súmula, a partida foi paralisada aos 30 minutos do segundo tempo por conta de invasão da torcida mandante ao setor visitante, "gerando uma confusão e agressões entre as duas torcidas". Veja vídeo abaixo.
A Polícia Militar (PMERJ) entrou em ação para conter a confusão. Além disso, ainda conforme registrado pelo árbitro, o Sub Tenente Pinto, do 32º Batalhão da PMERJ, deu garantia de segurança para a partida após a dispersão da briga. Mesmo assim, o Belford Roxo — que havia retirado os atletas para o vestiário — se recusou a voltar a campo. Desta forma, após espera protocolar de 30 minutos, o jogo foi encerrado com vitória do Macaé.
Em nota, o Belford Roxo repudiou a atitude da Ferj em dar a vitória ao adversário. O clube cita "policiamento ineficaz" e "abalos e autoproteção dos atletas" como razões para não retornar ao gramado. Além disso, afirma que a decisão "penaliza a vítima", já que torcedores do time mandante teriam iniciado a confusão. Por fim, a equipe afirma que entrará com recurso.
Por outro lado, o Macaé comunicou que proibiu a entrada da torcida organizada "Leões de Macaé" no estádio até o fim de 2025. Ademais, elogia e agradece o trabalho feito pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal para garantir a segurança dos presentes.
Questionada pelo Lance!, a PMERJ informou que, de acordo com o comando do 32º BPM, os policiais militares atuaram para dispersar a confusão e não houve registro de prisões.
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Confira as notas dos clubes envolvidos
Comunicado do Macaé
"O Macaé Esporte Futebol Clube, através da sua diretoria, vem informar, que em reunião administrativa realizada no dia 3 de novembro de 2025, decidiu pela proibição da entrada da torcida Leões de Macaé, durante toda a temporada de 2025.
O clube ainda vem manifestar sua homenagem e agradecimento à Polícia Militar e Guarda Municipal, por toda a segurança e garantias dadas durante a partida realizada no dia 02 de novembro de 2025, entre Macaé Esporte Futebol Clube e Sociedade Esportiva Belford Roxo. É induvidoso o excelente trabalho que vem sendo realizado por ambas as corporações em prol de dar todas as condições de realização dos jogos no Estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, garantido de forma plena a segurança dos torcedores, atletas e profissionais envolvidos na realização do evento esportivo. A ambas as corporações nossos agradecimentos.
Por fim, agradecemos a FFERJ e a equipe de arbitragem pela atuação profissional que tiveram durante toda a partida."
Comunicado do Belford Roxo
"A SE Belford Roxo manifesta seu veemente repúdio à Resolução da Diretoria (RDI) Nº 039/25 da FERJ, que a declara perdedora por 3 a 0 na partida contra o Macaé EFC.
A RDI 039/25 penaliza a equipe por se recusar a retornar ao campo "apesar da garantia de segurança apresentada pela Polícia Militar", ignorando o contexto de violência e a grave falha na prevenção da segurança:
1. Policiamento Ineficaz: O mesmo Policiamento presente na partida, que posteriormente ofereceu "garantia de segurança" para a retomada, não foi capaz de evitar as agressões e a invasão da arquibancada pelos torcedores do Macaé EFC aos 30 minutos do segundo tempo.
2. Abalos e Autoproteção dos Atletas: A invasão gerou confusão e agressões entre as torcidas. Nossos atletas foram forçados a deixar o campo e subir na arquibancada para proteger seus familiares e torcedores, ficando diretamente expostos à violência. A recusa em retornar ao jogo deve ser justificada pelo estado de abalo emocional e psicológico extremo dos atletas, que tiveram a integridade de seus entes queridos e a sua própria ameaçada, tornando impossível a continuidade do jogo em condições de segurança e equilíbrio mental.
3. Decisão Penaliza a Vítima: A decisão de declarar a SE Belford Roxo perdedora, com base em um regulamento que se aplica quando a suspensão é causada pela própria associação, é injusta, pois a causa inicial e geradora da suspensão foram os atos de violência e agressão provocados pelos torcedores do Macaé EFC.
Desta forma, a SE Belford Roxo informa que recorrerá imediatamente da decisão junto ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), exigindo a anulação da penalidade e a completa reavaliação dos fatos."
Decisão afeta tabela do Carioca B2
A decisão da Ferj em dar a vitória para o Macaé sobre o Belford Roxo teve interferência direta na classificação do Campeonato Carioca B2. Com o resultado, o Leão Alvianil conquistou três pontos, somando 13 ao final da primeira fase, e se classificou às semifinais da competição em quarto lugar, mesma pontuação do Serra Macaense, primeiro time fora da zona de mata-mata.
A partida foi paralisada aos 30 minutos do segundo tempo, com o placar ainda em 0 a 0. O Macaé, no entanto, tinha vantagem numérica desde os 28' da primeira etapa, quando Lucas Manoel foi expulso do lado da equipe visitante.
O Belford Roxo, por sua vez, também avançou às semifinais, terminando a primeira fase na segunda colocação com 16 pontos. A derrota por W.O. diante do Macaé, entretanto, não influenciou diretamente a tabela, já que o Santa Cruz-RJ terminou na liderança com 22 pontos, seis a mais que a equipe da Baixada Fluminense.
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