Ex-diretor do Flamengo comanda Remo no acesso à Série A
Marcos Braz chegou no fim de maio e impactou a trajetória do time paraense dentro e fora de campo até a vaga no Brasileirão

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O Remo garantiu seu retorno à Série A do Brasileirão 32 anos após sua última participação na elite. Sob o comando do técnico Guto Ferreira, a equipe reencontrou o caminho das vitórias na Série B na reta final do torneio, mas o trabalho dos bastidores na temporada também contou com a participação de um nome experiente na gestão do futebol brasileiro e que foi importante para o acesso à Primeira Divisão. Marcos Braz, com passagem vitoriosa pelo Flamengo, é um dos principais nomes no trabalho feito pela diretoria azulina.
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O gestor, que esteve no rubro-negro carioca entre 2019 e 2024, conquistou títulos expressivos pelo clube, entre eles duas Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros e duas Copas do Brasil. No Rio de Janeiro, ocupava o cargo de vice-presidente, mas desembarcou em Belém como executivo de futebol e foi o responsável por gerir o setor de campo do time paraense. Braz foi o responsável, por exemplo, pela troca no comando técnico e contratação de Guto, essencial na campanha do acesso.
As expectativas pela campanha do Remo na Série B aumentaram desde a chegada do executivo, que iniciou seu trabalho em 31 de maio, na reta inicial da competição. Entretanto, o trabalho no azulino não seguiu uma linha estável e o dirigente enfrentou diferentes cenários de pressão, desde a troca no comando técnico, quando demitiu o ex-treinador António Oliveira, reformulação no elenco e até mudança no mando de campo do clube.
Tudo isso, para Braz, foi encarado com naturalidade, justificada por ele mesmo em sua chegada ao Remo, quando relembrou de suas duas passagens pelo rubro-negro carioca e os cenários adversos exemplificados por ele.
- Primeiro eu queria fazer uma lembrança, que isso é importante. Eu trabalhei em dois "Flamengos". Eu trabalhei no Flamengo todo poderoso do mercado e trabalhei lá atrás. Em 2009, que era outro orçamento, outro Flamengo, o Flamengo foi campeão brasileiro depois de 18 anos. (...) Quem vê minha imagem hoje atrelada somente ao Flamengo robusto, com orçamento poderoso, talvez não conheça o Marcos Braz, que lá atrás teve que contratar jogadores que não poderiam custar muito em relação a aquisição deles. Acho que tenho uma experiência de adversidade. Eu estou acostumado a trabalhar em qualquer tipo de mercado - destacou o dirigente em sua apresentação.

O 'adeus' ao Mangueirão
Em uma das decisões mais polêmicas desde sua chegada ao Remo, Marcos Braz optou por deixar de jogar no Mangueirão, maior e mais famoso estádio de Belém. O executivo de futebol anunciou que a equipe iria disputar as partidas da Série B no Baenão, estádio com capacidade para 13.792 torcedores, bem diferente dos 53.635 lugares do Mangueirão.
Na época, Braz justificou que o Baenão seria um local mais apropriado para os jogos do Remo durante a campanha na segunda divisão e que o estádio passa um clima de caldeirão mais intenso que o Mangueirão, mesmo com menos público nas arquibancadas. Quatro dos últimos seis jogos do Remo como mandante foram no Baenão. Apenas os duelos diante do CRB e contra o Goiás, que confirmou o acesso, foram realizados na arena com maior capacidade.
- O Baenão foi uma paixão à primeira vista. Vim aqui em janeiro pra visitar um amigo e fui convidado a conhecer o Remo. Sabedor do que era a torcida, vi que aquilo era nitroglicerina pura. Se for usada corretamente. Acho que o Baenão é o 13º jogador, porque o 12º é a torcida. Eu conheço outros estádios, sem fazer comparação, mas que também são caldeirões. Conheço a Bombonera, o estádio do River, o El Cilindro... E posso dizer que o Baenão cheio é diferente, faz o adversário ficar desconfortável. Ali, com 13, 14 mil pessoas, vamos fazer pressão o tempo todo. E existe uma decisão técnica de querer jogar lá - declarou Braz na época.
Braz reformulou o elenco do Remo
O dirigente chegou no fim de maio, o que deu a ele duas janelas de transferências para ajustar o elenco do Remo, sendo uma delas a de curto prazo antes do Mundial de Clubes, que durou nove dias. Depois, entre 10 de julho a 2 de setembro, completou o plantel e encerrou seus primeiros períodos de contratações no time paraense com 16 novos jogadores.
Entre as contratações, nomes conhecidos chegaram a Belém, como o volante Victor Cantillo, ex-Corinthians, e Nathan "Pescador", ex-Grêmio, Fluminense e Atlético Mineiro. O grego Panagiotis Tachtsidis, de 34 anos, com passagens por Roma e Olympiacos, também foi contratado pelo dirigente e assumiu a titularidade no meio na reta final de Série B, incluindo o jogo do acesso.
O dirigente também precisou lidar com saídas de atletas do elenco e comissão técnica. A primeira troca de comando, quando Daniel Paulista pede para deixar o Remo logo na primeira semana de trabalho de Braz, impactou no planejamento das contratações. No campo, 13 jogadores saíram entre maio e setembro. Mesmo assim, o trabalho surtiu efeito e o time subiu à Série A.

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