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Athletico retira naming rights da Arena da Baixada por atraso milionário

Athletico e Ligga Telecom discutem contrato na Justiça

imagem cameraAthletico e Ligga assinaram contrato de 15 anos, em 2023. Foto: Maria Eduarda Matoso/Athletico
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Guilherme Moreira
Curitiba (PR)
Dia 24/07/2025
16:34
Atualizado há 2 minutos

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O Athletico começou a retirar o naming rights da fachada da Arena da Baixada após romper com a Ligga Telecom no mês passado por uma dívida de R$ 50 milhões. O estádio passará a ter novamente o nome do clube na área externa.

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A mudança iniciou na semana passada, quando o Furacão tirou as logos da empresa que estavam espalhadas pela Arena, tanto interna quanto externamente. O novo letreiro está sendo instalado no estádio desde quarta-feira (23).

Em maio, o Athletico já tinha anunciado uma nova identidade visual na fachada externa do setor Buenos Aires, com quatro intervenções: o letreiro "Club Athletico Paranaense" em 49,80m por 2,40m, a pintura do prédio frontal em preto, a instalação de 10 banners de 9,30m por 19,25m (total 1.790,25m²) e a adesivagem em preto dos vidros junto às vigas, com dois escudos em vermelho.

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O clube também pretende fazer mudanças em outros setores, mas não deu detalhes e apenas "prometeu novidades em breve". Vale lembrar que não há previsão para a entrega de todas as intervenções.

Essas alterações vão de encontra com a principal crítica da torcida desde à reforma da Arena para a Copa do Mundo de 2014: a cor predominante do estádio é cinza, diferente da antiga versão, entre 1999 e 2011, que possuía as cores do Furacão.

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A disputa judicial entre Athletico e Ligga Telecom

No mês passado, o Athletico suspendeu e depois encerrou o contrato com a detentora dos naming rights do estádio. A alegação rubro-negra é uma dívida de R$ 50 milhões por parcelas atrasadas. A empresa nega.

O acordo firmado em julho de 2023 tinha duração de 15 anos, até julho de 2038, no valor de R$ 200 milhões - R$ 13,3 milhões por temporada, o sexto maior naming rights do Brasil.

A Ligga Telecom e o Furacão chegaram a se reunir para tentar uma solução, com pedido de redução dos valores pela queda do clube à Serie B em 2024, mas o caso foi parar na Justiça. Sem resolução, a diretoria atleticana deixou de mencionar a marca como nome da praça esportiva nas redes sociais e no site oficial, e retornou com as tradicionais "Arena da Baixada" e "Caldeirão". O nome oficial do estádio passou de Joaquim Américo para Mario Celso Petraglia no ano passado.

- A Ligga Telecom informa que a parceria com o Club Athletico Paranaense está oficialmente terminada. Ao longo dos últimos meses a companhia buscou, com respeito, transparência e espírito colaborativo, encontrar alternativas para encerrar o contrato de naming rights do estádio. Apesar dos esforços, não foi possível chegar a um novo acordo. Seguimos com profundo respeito pelo Athletico e sua história. E deixamos um agradecimento especial à apaixonada torcida athleticana que nos acolheu de forma calorosa durante esse período - afirmou a empresa, em nota.

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Arena da Baixada, estádio do Athletico. Foto: José Tramontin/Athletico

Problema para os cofres do Athletico

O acordo de naming rights do Athletico com a Ligga Telecom foi colocado como garantia para o pagamento da dívida da Arena. Orçada em R$ 184,6 milhões, a reforma do estádio para a Copa do Mundo de 2014 foi finalizada ao custo de R$ 590 milhões, sem a cobrança de multas e juros moratórios. Se tivesse, a quantia subiria para R$ 1,2 bilhão.

No contrato tripartite, Estado e Município pagarão R$ 75 milhões cada. O governo já cumpriu sua parte no ano passado, enquanto a prefeitura fez o depósito de R$ 50 milhões (descontado por outra dívida do clube) neste mês.

Já o Athletico pagou R$ 50 milhões em 2023, R$ 68,4 milhões no ano passado e R$ 67,5 milhões nesta temporada. O total que precisa ser pago, atualmente, é de R$ 364 milhões.

Desse valor total, R$ 233 milhões são em títulos de potencial construtivo emitidos pela prefeitura e R$ 131 milhões sairão direto dos cofres do clube. Restam 13 parcelas, corrigidas pela Taxa de Juros de Longo Prazo + 1,9% ao ano, de forma decrescente.

Todas as parcelas contam com a amortização do potencial construtivo repassado pelo município, que depende da comercialização. Na última parcela (R$ 67,5 milhões), a prefeitura repassou R$ 6,9 milhões, enquanto o Furacão esperava R$ 20 milhões, de acordo com decreto municipal. Dessa forma, o clube precisou bancar a diferença.

A outra garantia de pagamento da reforma da Arena, colocada pelo Athletico, são as mensalidades de sócio-torcedor. Em 2024, de acordo com o balanço financeiro, o clube arrecadou R$ 59,3 milhões na modalidade.

Valores de naming rights dos estádios no Brasil

  • Mercado Livre Arena Pacaembu: R$ 1 bilhão por 30 anos - R$ 33,3 milhões por ano
  • Morumbis (São Paulo): R$ 75 milhões - R$ 25 milhões por ano
  • Vila Viva Sorte (Santos): R$ 150 milhões por 10 anos - R$ 15 milhões por ano
  • Allianz Parque (Palmeiras): R$ 300 milhões por 20 anos - R$ 15 milhões por ano
  • Neo Química Arena (Corinthians): R$ 300 milhões por 20 anos - R$ 15 milhões por ano
  • Ligga Arena (Athletico): R$ 200 milhões por 15 anos - R$ 13,3 milhões por ano
  • Casa de Apostas Arena Fonte Nova: R$ 52 milhões por 4 anos - R$ 13 milhões por ano
  • Arena MRV (Atlético MG): R$ 71,8 milhões por 10 anos
  • Arena BRB Mané Garrincha: R$ 7,5 milhões por 3 anos - R$ 2,5 milhões por ano
  • Casa de Apostas Arena das Dunas: R$ 6 milhões por 5 anos - R$ 1,2 milhão por ano
  • Arena Nicnet (Botafogo-SP): R$ 6 milhões por 5 anos - R$ 1,2 milhão por ano

Próximos jogos do Athletico na Arena

  • América-MG x Athletico: domingo (27), às 18h30, Arena Independência
  • Athletico x Paysandu: domingo (3), às 18h30, Arena da Baixada
  • Criciúma x Athletico: segunda (11), às 19h, Heriberto Hülse
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