Rafael Leão: é craque ou só mídia? Confira a análise do Lance!
Ponta-esquerda enfrenta o Pisa, em jogo válido pela Serie A, nesta sexta-feira (24)

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Líder da Serie A, o Milan recebe o Pisa, lanterna da competição, nesta sexta-feira (24), às 15h45 (de Brasília), no San Siro, em confronto válido pela oitava rodada. Na última partida, os Rossoneri venceram a Fiorentina por 2 a 1; Rafael Leão foi o principal personagem daquela noite, autor dos dois gols e voltando a marcar no Giuseppe Meazza após intermináveis 512 dias de jejum. Afinal, depois de seis temporadas em um dos clubes mais tradicionais da Itália e do mundo, o talentoso português é um dos principais nomes do futebol internacional? A análise completa do Lance! está no quadro "É craque ou só mídia?" ⬇️
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🟢⚪ Sporting e Lille ⚪🔴
Rafael ingressou no Sporting em 2008, aos nove anos, movido pelo sonho de se tornar jogador de futebol. Optou por iniciar a formação em um dos três maiores clubes de Portugal, a primeira casa profissional de Cristiano Ronaldo — ídolo nacional e referência para Leão.
Com passagens pela seleção lusitana em todas as categorias de base, o atacante foi promovido ao time principal em fevereiro de 2018, sob o comando de Jorge Jesus, aos 18 anos. Entretanto, com apenas cinco partidas disputadas, nas quais marcou dois gols e deu uma assistência, rescindiu o contrato em junho do mesmo ano, após um episódio de violência ocorrido no centro de treinamento do clube, quando cerca de 50 torcedores invadiram o local e agrediram jogadores e funcionários em protesto por uma temporada abaixo das expectativas.
Assim, chegou ao Lille por transferência gratuita e assinou contrato de cinco anos, em uma clara demonstração da capacidade do clube francês de identificar oportunidades de mercado. Em apenas uma temporada, destacou-se a ponto de ser negociado após a campanha de 2018/19, na qual disputou 26 partidas, marcou oito gols e deu duas assistências. O desempenho individual contribuiu para o vice-campeonato da equipe na Ligue 1 e resultou em sua venda por 35 milhões de euros.
Milan 🔴⚫
Foi no Milan que Rafael Leão consolidou seu nome no cenário internacional. Antes visto apenas como mais uma promessa, o português alcançou projeção mundial ao vestir uma das camisas mais tradicionais do esporte.
Após duas temporadas de adaptação ao futebol italiano, Leão explodiu em 2021/22, quando foi peça decisiva na conquista do Scudetto que encerrou uma década sem o principal troféu nacional para o clube. Na campanha vitoriosa, somou 11 gols e 10 assistências, foi eleito o melhor jogador do campeonato e destacou-se pela velocidade, capacidade de criar oportunidades e entrosamento com o lateral-esquerdo Theo Hernández.
No ano seguinte, buscou protagonismo também no âmbito europeu, com o Milan chegando até as semifinais da Champions League, embora tenha marcado apenas um gol na edição. Em 2023/24, passou a vestir a camisa 10, símbolo máximo de liderança e responsabilidade no clube, herdando o número que já passou por lendas como Clarence Seedorf Roberto Baggio, Rui Costa e Ruud Gullit.
Apesar de terminar aquele ano sem títulos, o desempenho individual de Leão foi novamente destacado, garantindo-lhe presença na seleção da temporada da Serie A. Na sequência, em 2024/25, iniciou o ano com a conquista da Supercopa da Itália sobre a rival Inter de Milão, mas viveu um ano irregular, terminando a liga nacional na oitava colocação e amargando o vice-campeonato da Copa da Itália diante da surpresa Bologna, além da ausência em competições europeias.
Após anos defendendo o Milan, Rafael soma 264 partidas, com 73 gols e 62 assistências, consolidando-se como o principal nome rossonero na década de 2020. O camisa 10 iniciou 2025/26 em grande forma, com três gols em quatro jogos, reafirmando seu papel de esperança por uma campanha promissora no País da Bota.

⚽ Afinal, é craque ou só mídia? 📽️
Rafael Leão é um caso singular no futebol atual. Reconhecido por muitos como um dos maiores talentos da atualidade, o atacante segue no Milan, clube que ainda não voltou ao protagonismo internacional que marcou sua história. Após seis temporadas na Itália, persiste a dúvida sobre se chegou o momento de buscar novos desafios em outro lugar ou se deve permanecer na entidade e consolidar de vez um papel de ídolo.
Parte dessa incerteza se deve à relação ambígua que o jogador mantém com a própria torcida milanista. Embora seja amplamente admirado por sua qualidade, Rafael também é alvo de críticas por suas oscilações de desempenho, falta de poder de decisão e, em algumas ocasiões, por aparentar desinteresse em participar da fase defensiva do jogo. Alguns torcedores ainda o acusam de exagerar em jogadas individuais e segurar demais a bola, o que acaba por prejudicar o ritmo ofensivo da equipe.
Na seleção portuguesa, o cenário é semelhante. Integrante de uma das gerações mais talentosas da história do país, Leão conquistou recentemente a Nations League 2024/25, mas ainda não conseguiu reproduzir o nível de futebol que exibe no Milan. Com 41 partidas e cinco gols ao todo, não é uma peça-chave no esquema do técnico Roberto Martínez.
Em termos técnicos, Leão ruge. Atuando pela ponta esquerda, combina potência física e habilidade para driblar de forma natural, um talento do futebol de rua luso-africano. Quando está motivado e em boas condições físicas, é praticamente imparável. Entre suas marcas registradas estão as pedaladas e a capacidade de ganhar da marcação tanto em espaços curtos quanto em transições ofensivas. Ele mantém um estilo de jogo alegre e espontâneo, simbolizado por seu hábito de sorrir durante dribles e finalizações.
Dessa forma, torna-se difícil atribuir um rótulo definitivo a Rafael Leão. Embora seja, há alguns anos, o principal nome do Milan e mantenha com regularidade médias expressivas — superando com frequência a marca de dez gols e dez assistências por temporada —, ainda carece de consistência para se consolidar como uma verdadeira lenda.
Seu potencial pode ser plenamente atingido tanto com a camisa do Milan quanto em outra equipe, mas, até o momento, ele é mais um atleta midiático e carismático do que uma estrela consagrada. Portanto, não é craque. Seu estilo de jogo vibrante desperta entusiasmo nos torcedores e o torna um dos atletas mais agradáveis de assistir hoje, porém ainda falta transformar essa explosão de energia em conquistas mais expressivas, tanto no futebol de clubes quanto na seleção de Portugal.
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