Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, cita 'Caso Negreira' em coletiva: 'Inaceitável'
Executivo fez fortes críticas a camads do futebol espanhol

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Florentino Pérez abriu a Assembleia Geral de Delegados do Real Madrid, no domingo, com um discurso que rapidamente deixou em segundo plano a análise esportiva da temporada. Em mais de uma hora de intervenção, o presidente atacou La Liga, Uefa, sistema de arbitragem e o Barcelona, recolocando o "caso Negreira" no centro do debate.
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O dirigente iniciou sua intervenção criticando o calendário, o acúmulo de jogos e o impacto das lesões no elenco. A partir daí, ampliou o discurso para defender que o clube é constantemente submetido a condições desfavoráveis no cenário europeu, apontando diretamente para a UEFA.
– Não é que sejamos contra tudo, mas sim contra o que é ilegal ou antiético. Não é normal nem legal tentar impedir os clubes de organizarem os seus próprios torneios. Não é normal que a UEFA tente ditar o nosso destino e nos obrigue a jogar em formatos de competição que prejudicam os adeptos. Ninguém nos pode sancionar; os clubes são livres. Temos o direito a sermos indemnizados por danos de milhares de milhões de euros e o direito de organizar a nossa própria competição – afirmou.
Tensões com LaLiga e ataques diretos a Javier Tebas
Após falar sobre a Uefa, Florentino passou a mirar Javier Tebas, presidente da LaLiga. Ele recordou a proposta de levar partidas do campeonato espanhol para Miami, criticou incentivos financeiros direcionados a Barça e Villarreal e acusou a gestão da liga de repetir decisões que, segundo ele, distorcem o equilíbrio esportivo.
– Não é normal que o presidente da LaLiga queira nos impor uma partida em Miami, algo que nem mesmo o capitão do Barça, Frenkie de Jong, considera normal. E também não é normal que a LaLiga apoie duas equipes, Barcelona e Villarreal, recebendo incentivos extras para jogar lá. E ainda temos que ouvir Tebas comparando isso com a NFL. Não é a mesma coisa; aquilo foi legal e teve apoio de todos. Esta ideia foi simplesmente uma aposta fracassada – declarou.

Florentino também citou o prejuízo acumulado do projeto "Legends", museu que seria financiado com recursos da liga. Ele afirmou que parte desse investimento estaria atrelado a veículos de comunicação "criados apenas para atacar o Real Madrid", questionando a transparência da administração.
– Também não é normal que LaLiga continue a perder milhões de euros do nosso dinheiro com o fracasso do Museu das Lendas. Existem meios de comunicação que foram criados para prejudicar o Real Madrid, e isso é feito de forma obscura. O presidente da liga recusou-se a nos fornecer informações – criticou.
O caso Negreira no centro da Assembleia
Foi apenas na metade do discurso que Florentino intensificou o ataque ao Barcelona, voltando a tratar do Caso Negreira. O presidente descreveu a situação como "a maior anomalia da história do futebol espanhol" e reforçou que o clube merengue é o único que levou o tema aos tribunais. Antes da citação direta, ele pediu que os sócios "tirassem suas próprias conclusões" ao analisar os gráficos exibidos no telão, que comparavam números de cartões vermelhos entre Barça e Real Madrid.
– O nível da arbitragem espanhola também é inaceitável. É uma vergonha que a FIFA não tenha selecionado nenhum dos 35 árbitros espanhóis. E, claro, também é inaceitável que o Barcelona tenha pago ao vice-presidente da associação de árbitros mais de 8 milhões de euros durante pelo menos 17 anos. Ele ocupou cargos importantes, e esse período coincide, coincidentemente, com os melhores resultados do Barcelona em nosso país – afirmou.
Na sequência, Florentino revelou que dirigentes da arbitragem teriam pedido ao Real Madrid para "esquecer" o Caso Negreira. Ele classificou tal solicitação como "absurda" e reforçou que vários árbitros citados na investigação seguem em funções relevantes.
– O Real Madrid é o único clube que compareceu em juízo neste caso. Fran Soto pediu-nos para virar a página e esquecer o 'caso Negreira'. Quem vai esquecê-lo? A realidade é que muitos dos árbitros envolvidos continuam nos seus cargos, e isso os impede de atuar com neutralidade – disse.
O presidente ainda utilizou um episódio recente — a preparação para a final da Copa do Rei — para sustentar que o ambiente da arbitragem permanece contaminado.
– Como é possível que, antes da final da Copa do Rei, o árbitro tenha dito que iriam tomar medidas contra o nosso clube? Antes de uma final? Ele deveria ter sido afastado do cargo, e nenhuma providência foi tomada – completou.
Relações institucionais e críticas ao modelo atual
Florentino encerrou seu discurso reforçando a ruptura institucional entre o Real Madrid e parte das entidades que comandam o futebol espanhol. Ele também voltou a criticar o acordo da LaLiga com o fundo CVC, afirmando que Barcelona e Athletic inicialmente se opuseram, mas que o clube catalão teria abandonado a contestação após conseguir registrar jogadores.
– Muitos clubes perceberam que perder parte de sua receita por 50 anos coloca seu futuro em risco. Esperamos que o acordo seja anulado na justiça. Real Madrid, Barcelona e Athletic entraram com processos, mas o Barcelona desistiu quando conseguiu inscrever jogadores graças à LaLiga – apontou.
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