Base, Scout e Nilton Santos: os planos do Botafogo para crescer no futebol feminino
Gloriosas retornam à elite do Brasileirão Feminino e têm objetivos ambiciosos para se tornar referência

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O Botafogo está de volta à elite do futebol feminino. O retorno é resultado de um trabalho consistente nos bastidores do Alvinegro, com investimentos e uma estruturação da modalidade.
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O Lance! visitou o Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ), e conversou com o técnico Léo Goulart, que está no Glorioso desde 2019. Antes de seguir para o gramado, onde a entrevista foi realizada, houve uma visita à estrutura dedicada ao futebol feminino.
Tour pelo Nilton Santos
Logo na entrada do setor Norte do estádio, chama a atenção uma pintura em homenagem ao dono da SAF Botafogo, o norte-americano John Textor, assinada pelo artista Vitor Silva.
O setor administrativo do Nilton Santos inspira profissionalismo. Nas paredes, está estampado o propósito alvinegro: “Ser um clube competitivo e sustentável, visando à formação de talentos, à conquista de títulos e à revolução do futebol brasileiro.”
O futebol feminino tem uma sala exclusiva no segundo andar, o mesmo que abriga as categorias de base. Além do time principal, o Botafogo mantém uma equipe sub-20 e já planeja a criação de uma categoria sub-17, impulsionada pelo interesse cada vez mais precoce de jovens atletas.
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A comissão técnica do feminino tem cerca de 30 profissionais integram o projeto, incluindo uma coordenadora metodológica e uma analista de mercado. Um dos grandes diferenciais do trabalho alvinegro é o privilégio de treinar e mandar jogos no Nilton Santos — algo ainda raro entre clubes brasileiros no futebol feminino.

Embora não esteja presente cotidiano do time feminino, John Textor se mantém informado da modalidade. O empresário, inclusive, parabenizou a jogadora Giovanna Waksman pela recente convocação para treinos com a Seleção Brasileira principal.
— Não acredito no que vejo: Essa jovem e sua família, a escolhida do Botafogo, confiaram em mim quando tinha apenas 13 anos (…) Todos sabíamos que esse dia chegaria, mas isso não torna menos surreal — escreveu Textor sobre a atleta, que hoje defende o FC Flórida.
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Léo Goulart e o trabalho no Botafogo
Aos 29 anos, o técnico Léo Goulart iniciou no futebol em 2018 com um curso de gestão e marketing esportivo, visando atuar na área administrativa. Após breve experiência no futebol masculino, se apaixonou pelo trabalho técnico e começou a se especializar em análise de desempenho.
— Busquei cursos na CBF Academy e o Botafogo foi o clube que abriu as portas para mim — diz Goulart.
Em 2019, ele chega ao Botafogo como voluntário e acompanhou o início do projeto de futebol feminino do Alvinegro. Primeiro, atuou como analista de desempenho, para depois ser auxiliar técnico.
Em 2023, assumiu o sub-20 feminino do Botafogo e levou o time a campanhas históricas: semifinal do Brasileirão Sub-20 (pela 1ª vez) e título do Carioca Sub-20, além de vice na Copa Rio. Léo Goulart opina que falta atletas no futebol feminino brasileiro, fato que só será revertido com investimento nas categorias de base.
No Botafogo, o trabalho já gerou frutos: 8 jogadoras do sub-20 foram promovidas ao profissional em 2024.
— Formar a base é o único caminho para abastecer o profissional com qualidade — analisa o treinador. Sobre a campanha botafoguense, ele comemora os resultados.
— Conseguimos dar protagonismo às jovens no time principal, o que não é comum no futebol feminino — completou Léo.
Fã de futebol brasileiro, Léo se inspira em figuras conhecidas do Brasileirão Feminino, como Jonas Urias, treinador do Cruzeiro, além do ex-Corinthians e hoje no comando da Seleção feminina, Arthur Elias. Para ela, a valorização do futebol feminino no Brasil passa pela formação e captação de jovens talentos.
— Fazemos um trabalho intenso de scout, sempre buscando talentos com projeção — explica ele, sobre a postura do Botafogo no mercado.

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