Com Paulina Gramaglia, Argentina luta por vaga olímpica na Copa América Feminina
Atacante do Red Bull Bragantino entra em campo nesta terça (15), às 18h, contra o Uruguai

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Jogadora do Red Bull Bragantino, a atacante Paulina Gramaglia, de 22 anos, é um dos grandes nomes da seleção argentina para a disputa da Copa América Feminina.
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A seleção estreia na competição nesta terça-feira (15), às 18h (horário de Brasília), contra o Uruguai, na abertura da 2ª rodada da fase de grupos.
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Argentina na Copa América Feminina
As argentinas conquistaram a taça uma só vez, em 2006, e tentam o bicampeonato nesta edição. A seleção ainda foi vice-campeã em 1995, 1998 e 2003.
Em competições como Olimpíadas e Copa do Mundo, as Albicelestes nunca passaram da fase de grupos. Para a jornalista Lili Quintanilha, especializada em futebol argentino, o país ainda tem a evoluir no que diz respeito à modalidade.
— O futebol na Argentina, o feminino, tem pouquíssimo espaço. Só recentemente começou a crescer, ganhar um pouco mais de visibilidade, especialmente depois do tricampeonato da seleção masculina — contextualiza.
Apesar de contar com uma liga profissional e o futebol ser uma paixão nacional, a visibilidade ainda é díspare. Na Argentina, o esporte dito "feminino" é o hóquei na grama.
— O espaço para as mulheres no futebol argentino ainda é muito menor. Existe uma barreira cultural mais forte do que no Brasil, e isso afeta o patrocínio, o investimento dos clubes e o desenvolvimento das jogadoras — analisa Lili.
— O Brasil é o grande favorito (a conquistar a Copa América), mas a Argentina tem chances de chegar às quartas ou até à semifinal. Há jogadoras experientes retornando, o que pode ajudar. O título ainda é uma realidade distante — projeta.
Paulina Gramaglia mira vaga olímpica com a Argentina
Aos 22 anos, Paulina Gramaglia é um dos destaques do Red Bull Bragantino no Brasileirão Feminino e peça importante na Seleção Argentina que se prepara para a Copa América.
Em entrevista ao Lance!, a jovem atacante contou sobre o início da carreira em Córdoba, o sonho de disputar grandes competições com a Albiceleste e fez uma análise das diferenças entre o futebol feminino no Brasil e na Argentina.
L! - Como foi o começo no futebol em Córdoba? Teve incentivo de alguém ou foi uma iniciativa sua?
Paulina: Comecei a jogar bem nova, impossível dizer quando, acho que desde que nasci! No início era só brincadeira com primos e família nas férias. Depois, entrei numa escolinha com meus amigos da escola. Meus pais não jogavam futebol, mas meu avô, tios e primos sempre estiveram no meio. Eles foram me apoiando e, aos poucos, meus pais também entraram nesse mundo junto comigo.
No Brasil, nos anos 2000, era raro ter escolinhas para meninas. Como era na Argentina?
Paulina: Quando comecei, também não havia clubes para meninas da minha idade. Então fui para uma escolinha de meninos, no clube onde minha irmã jogava vôlei. Joguei com garotos dos 7 aos 12 anos. Só depois fui para o Talleres, onde joguei cinco anos no time feminino.
Em que momento você percebeu que poderia ser profissional?
Paulina: Foi por volta dos 15 ou 16 anos, quando fui convocada para a seleção sub-17. Até então, o futebol era só paixão. Mas com essa convocação, comecei a imaginar a possibilidade de me dedicar totalmente ao esporte.
Hoje você é uma das jovens líderes da Argentina e vive boa fase no Bragantino. Como é representar o seu país?
Paulina: Vestir a camisa da seleção é um sonho e um orgulho enorme. Na base eu estava muito nervosa, porque era outro mundo. Vim de Córdoba, onde o cenário era pequeno, e conhecer o futebol de Buenos Aires foi um choque. Agora, cada convocação é motivo de felicidade.
Já são três anos no Bragantino. Está totalmente adaptada ao Brasil?
Paulina: Sim! Desde o primeiro momento fui muito bem recebida. Aqui me sinto quase em casa. A Liga Brasileira é muito competitiva e me ajudou a evoluir como jogadora.
Quais as principais diferenças entre o futebol brasileiro e o argentino?
Paulina: O Brasil está alguns passos à frente. Aqui o investimento no futebol feminino começou antes e a liga evoluiu muito. Na Argentina as coisas têm melhorado bastante, mas ainda há muito a ser feito, principalmente nas categorias de base.
O que a Argentina projeta para a Copa América?
Paulina: O objetivo é claro: passar da primeira fase e brigar por uma vaga olímpica. Chegar à final seria incrível para todas nós.

Você já tem 10 gols na temporada e vive ótimo momento no Bragantino. Como está essa fase?
Paulina: Estou muito feliz. Voltar de lesão não é fácil, mas com o apoio do clube consegui me readaptar. Como atacante, vivo de gols, então é ótimo ajudar a equipe e ver tudo dar certo.
Quem é sua referência na Seleção Argentina? Quem seria “o Messi” do futebol feminino para vocês?
Paulina: Messi só tem um! (risos) Mas no futebol feminino sempre admirei a Florencia Bonsegundo. Ela é de Córdoba, como eu, e foi minha inspiração desde pequena. Tive a sorte de dividir quarto com ela na seleção. É uma jogadora incrível e uma pessoa muito humilde.
Agenda da Argentina no torneio
- 15/07, às 18h - Uruguai x Argentina
- 18/07, às 21h - Argentina x Chile
- 21/07, às 18h - Argentina x Peru
Convocadas para a seleção argentina
🧤 GOLEIRAS
- S. Pereyra
- M. Pereyra
- Masciarelli
🛡️ DEFENSORAS
- Sachs
- Stabile
- Roggerone
- Preininger
- Cometti
- Giménez
Núñez
⚙️ MEIAS
- Falfán
- Braun
- Martin
- Bonsegundo
- Domínguez
- Altgelt
🎯 ATACANTES
- Troncoso
- Holzheier
- Gómez
- Gramaglia
- Soriano
- Chaves
Técnico: Germán Portanova
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