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Os pilares do sucesso do Bahia, adversário do Atlético-MG na Copa do Brasil Feminina

Projeto tricolor é um dos destaques da temporada

Atletas e comissão técnica do Bahia comemoram clssificação na Copa do Brasil Feminina (Foto: Letícia Martins/Bahia)
imagem cameraAtletas e comissão técnica do Bahia comemoram clssificação na Copa do Brasil Feminina (Foto: Letícia Martins/Bahia)
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Sharon Nigri Prais
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 16/09/2025
06:10

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As oitavas de final da Copa do Brasil Feminina começam nesta terça-feira (16), com Bahia e Atlético-MG entrando em campo às 18h30. Ambos os times estão em ascensão no cenário nacional, mas as Mulheres de Aço largam na frente no favoritismo no confronto. O projeto foi a sensação do Brasileirão Feminino pela campanha sólida até o mata-mata e por fazer história no nordeste.

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Com pilares consolidados e processos bem estabelecidos, o Tricolor caminha para se tornar um expoente do futebol feminino nacional, algo que já é realidade no contexto regional. O treinador Felipe Freitas contou os bastidores do desenvolvimento da modalidade e o desejo de maior troca entre clubes nordestinos.

Depois da transformação em SAF, o Bahia se organizou e rapidamente alcançou bons resultados. Do outro lado, mesmo com os fortes investimentos no time masculino, o feminino passou por dificuldades que ocasionaram a queda para a segunda divisão em 2024. Agora, em estágios distintos de crescimento, os projetos duelam pela vaga nas quartas de final.

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Consolidação do Bahia no Brasil

Felipe Freitas chegou ao Bahia em agosto de 2024 com a missão de preparar a equipe para a disputa do Brasileirão Feminino A1 em 2025. Para isso, ele, sua comissão e o departamento traçaram um planejamento que começava pela proposta de “solidificar o futebol do Bahia no cenário internacional”.

A partir dai, montaram um elenco equilibrado para a estreia em abril. O início foi difícil e apresentou adversidades, mas o treinador revelou que usou esses momentos para fortalecer a equipe nas rodadas seguintes num processo que definiu como "retroalimentação". Ele relembrou especialmente o impacto do jogo contra o Flamengo, em que o Bahia saiu perdendo e buscou o empate.

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— Quando a gente toma um 3 a 0 e eu volto no vestiário com elas e falo: ‘esse não é o nosso jogo, vamos perder jogando o nosso futebol. Nós podemos nos fechar aqui, 3x0, aceitar que a derrota e pensar no próximo jogo, ou vamos para cima, vamos jogar a nossa bola.’ — iniciou — E elas concordaram, faço quatro substituições e as coisas fluem. A gente busca um 3x3, e talvez com mais 10, 15 minutos, pudéssemos até virar.

Felipe Freitas, treinador do Bahia (Foto: Letícia Martins/Bahia)
Felipe Freitas, treinador do Bahia (Foto: Letícia Martins/Bahia)

Essa mentalidade se fez presente ao longo do ano, por isso ele entende que a boa campanha do Bahia não foi surpreendente, pelo contrário: foi algo previsto por ele no início da temporada, em conversa com a diretoria. No retorno à elite, as Mulheres de Aço terminaram em sétimo e conquistaram a vaga inédita para o mata-mata, caindo para o Corinthians, campeão, em dois jogos disputados. 

No entanto, na primeira fase o cenário foi diferente e o Tricolor foi derrotado por 5 a 1 pelas Brabas. Apesar de dolorosa, a derrota deixou mais ensinamentos que cicatrizes. O treinador valorizou o desempenho do time nas quartas de final, exaltando a coragem de suas comandadas ao encarar os times mais fortes do Brasileirão.

— Eu só quis mostrar para essas mulheres que aqui representam o futebol feminino, quão grandes elas são, porque isso foi uma construção do dia a dia. Vamos dar o recado para o mercado, foi assim no Campeonato Baiano, foi assim na Ladies Cup e será também na Copa do Brasil. Vamos dar o recado de quem é o Bahia, e hoje o Bahia é uma realidade — declarou o treinador.

Bahia quer ser referência e puxar os times do nordeste

Primeiro time nordestino à chegar no mata-mata do Brasileirão Feminino, o Bahia se estabeleceu como referência na região. Isso vai de encontro com o que pensa o treinador Felipe Freitas, que vê no futebol uma ferramenta de revolução social. Olhando para o clube, ele enxerga o crescimento como um processo orgânico. Do histórico recente, cita Corinthians e Santos como casos de sucesso, além do Cruzeiro, outro projeto em ascensão.

— Toda evolução tem um processo. Algum martírio, alguém que inicie e sofra por conta disso, aí e tem a evolução de fora para dentro. Então, ele é completamente orgânico. Eu acho que o Bahia é um clube que está dentro disso. E vejo alguns clubes recentemente fazendo isso. Vivenciei a mudança do Cruzeiro de Associação para SAF, e isso foi muito sensacional. Então, vi como um futebol organizado e bem pensado vai culminar em resultados muito melhores. Não é à toa que hoje o Cruzeiro feminino é um dos clubes que também tem brigado pelo topo. E na época eu fui também o primeiro treinador a levá-lo às quartas de final. É um processo muito claro. 

Foi seguindo esses exemplos que o Bahia organizou seus processos e desenvolveu sua estrutura para crescer no futebol feminino. Olhando para o futuro e para o presente, Felipe espera que o clube também sirva como guia para os demais times em desenvolvimento no nordeste, lamentando ainda a pouca troca entre treinadores. 

—  Vejo que há trocas e há conversas, mas confesso que gostaria que fosse muito maior aqui no nordeste e no norte. Eu e a Regiane, antiga treinadora de Sport, falávamos muito sobre isso, em nos reunir mais. Recentemente, até conversei em duas ou três oportunidades com o treinador do nosso rival, o Vitória, para entender um pouco a respeito de possibilidades de jogos-treino, entre outras coisas. Acho que poderia acontecer com maior frequência, é algo necessário e que podíamos alimentar.

Sobre isso, elogiou a iniciativa da CBF de convidar representantes dos times da Série A1 para um encontro na Granja Comary durante o período de treinamentos da Seleção Feminina em fevereiro de 2025. Ainda, convocou a entidade, federações e estados a estimularem essa troca.

Além do Bahia, há outros clubes nordestinos vivos na Copa do Brasil Feminina. Também na terça-feira (16), o Sport entra em campo contra o Realidade Jovem, às 15h, na Ilha do Retiro. Na quarta (17), é a vez o Atlético Piauiense, campeão da Série A3, encarar o Red Bull Bragantino, às 17h. Por fim, o Vitória enfrenta a Feroviária na quinta (18), às 16h, na Fonte Luminosa.

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Jogadoras do Bahia comemoram gol sobre o Grêmio na Copa do Brasil Feminina (Foto: Letícia Martins/Bahia)
Jogadoras do Bahia comemoram gol sobre o Grêmio na Copa do Brasil Feminina (Foto: Letícia Martins/Bahia)
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