Pescoço de aço e reflexos rápidos: como é a preparação física na Fórmula 1
Pilotos adotam estratégias específicas para lidar com o desgaste físico
- Matéria
- Mais Notícias
O que se passa no cockpit de um carro de Fórmula 1 pode ser considerado um universo à parte. Ali, os pilotos são submetidos a temperaturas extremas, a uma força G de até seis vezes o próprio peso, enquanto precisam manejar mais de 20 comandos no volante com o coração a 170 batimentos por minuto. Por isso, além do talento nas pistas, eles precisam de treinamentos específicos para que corpo e mente performem em alto nível. A reportagem do Lance! participou de um teste para entender melhor sobre a preparação física no automobilismo. Veja no vídeo acima.
Relacionadas
➡️Público feminino cresce na F1, mas mulheres ainda se sentem inseguras em Interlagos
Pescoço de aço
O pescoço é uma das áreas mais trabalhadas no corpo dos pilotos, já que precisa sustentar uma força gravitacional intensa nas curvas, acelerações e frenagens. Além de evitar choques no cockpit, dores e lesões, um pescoço mais resistente ajuda a manter a estabilidade da visão do atleta, o que pode ser decisivo em milésimos de segundo. Para isso, são realizados trabalhos específicos para a região, utilizando elásticos e pesos.
— Hoje um Fórmula 1 chega à Força G de um caça, então o cara tem que estar com o pescoço muito forte. Na nossa academia, a gente treina pilotos de Fórmula 4, Fórmula 3, e esses pilotos já têm um pescoço com bastante musculatura - explica Niko Ramos, um dos responsáveis da Pilotech, academia especializada em treinamento para atletas de automobilismo.
A região do core, que abrange os músculos abdominais e da região do quadril, também é bastante exigida dos pilotos, especialmente para proteger a coluna dos impactos na pista. Braços e punhos, responsáveis por manter o controle do carro, e pernas, que precisam aguentar o tranco dos pedais, também são pontos de atenção na preparação.
Uma das principais estratégias são os chamados treinos psicofísicos, que aliam atividades de força muscular, resistência aeróbica e raciocínio rápido. Considerando que, durante a prova, os pilotos precisam se atentar simultaneamente ao controle dos pedais e direção do carro, às estratégias de equipe e comunicação do rádio, além do ritmo na pista, é estimado que os atletas tomem, em média, 15 mil decisões em uma única corrida.

De olho na hidratação
De acordo com estudos, os pilotos podem perder cerca de 2 litros de suor por hora de corrida, o que pode variar dependendo de fatores externos, como temperatura e umidade do ambiente - os GPs de Miami e Singapura, por exemplo, costumam ser bastante desafiadores nesse aspecto. Como a desidratação pode aumentar o tempo de reação dos pilotos, esse é um ponto chave na estratégia de preparação física na Fórmula 1.
— Uma desidratação importante, de mais de 2% de perda de líquido, já compromete não só a nossa capacidade física, mas a capacidade mental e cognitiva também. Com essa perda de líquido, o sangue fica mais denso, o sistema cardiovascular fica sobrecarregado e fica limitada a entrega do oxigênio e dos nutrientes necessários para o corpo - explica Fernanda Bigliazzi, especialista em hidratação da Gatorade, uma das patrocinadoras da Fórmula 1.
Para driblar esse problema, as estratégias variam. Normalmente, os pilotos começam a se hidratar antes mesmo da corrida, com o consumo de bebidas isotônicas, preparadas de maneira individualizada pelas equipes, de acordo com as necessidades do atleta. Além disso, os carros são equipados com um sistema de hidratação, com um reservatório localizado atrás do assento, conectado por um tubo ao capacete do piloto.
➡️ Tudo sobre os esportes Olímpicos agora no WhatsApp. Siga o nosso novo canal Lance! Olímpico
Tudo sobre
- Matéria
- Mais Notícias


















