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Por que os árbitros brasileiros vão bem no Mundial e são criticados no Brasil?

Wilton Pereira Sampaio e Ramon Abatti Abel foram elogiados nos Estados Unidos

Wilton Pereira Sampaio em partida pelo Mundial de Clubes (Foto: Stu Forster / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
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Pedro Brandão
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 27/06/2025
05:50

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Os árbitros brasileiros Wilton Pereira Sampaio e Ramon Abatti Abel têm sido elogiados pelas atuações no Mundial de Clubes da FIFA. Ambos foram escalados para partidas de peso — incluindo jogos do Real Madrid — e agradaram aos observadores internacionais pela condução técnica, postura e controle emocional. Os bons desempenhos, somados à avaliação da FIFA, colocam a dupla como cotada para apitar a final do torneio, especialmente em caso de ausência de clubes da CONMEBOL na decisão.

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Mas por que os mesmos árbitros que se destacam em torneios internacionais enfrentam críticas constantes no futebol brasileiro? A resposta passa por fatores estruturais e de contexto, conforme analisaram os ex-árbitros e comentaristas Carlos Eugênio Simon e Salvio Spinola, ouvidos pelo Lance!.

Para Simon, que já apitou três Copas do Mundo e competições como a Olimpíada e Copa das Confederações, o bom desempenho fora do país está ligado ao preparo e ao ambiente menos hostil que os juízes encontram.

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- A arbitragem brasileira é uma arbitragem competente. O que salienta uma comissão dessas é a tranquilidade e o apoio que ela dá pra você. São vários seminários, palestras, encontros… eles te dão toda a tranquilidade pra você exercer a arbitragem na sua plenitude - disse Simon, que também citou a diferença no comportamento dos jogadores:

- O respeito dos jogadores é maior. O público também é mais tranquilo. Os jogadores se preocupam, porque querem jogar todos os jogos. Tem o risco de suspensão, então evitam reclamações. O Ramon Abatti expulsou o zagueiro do Real Madrid no início do jogo. Sem usar o VAR como bengala. No Brasil, o árbitro titubeia porque sabe que o VAR vai intervir. Lá, não. Lá ele teve personalidade, e foi correto - elogiou Simon.

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Ramon Abatti Abel - Real Madrid x Pachuca - Mundial de Clubes
Ramon Abatti Abel no apito do confronto entre Real Madrid e Pachuca, pelo Mundial de Clubes (Foto: Paul Ellis/AFP)

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Salvio Spinola reforçou a análise e acrescentou que o ambiente do Mundial é mais controlado, o que permite melhor desempenho. Para o comentarista, a concentração total voltada para o torneio é o diferencial.

- Lá é um jogo só técnico. Não é um jogo disciplinar. O árbitro entra em campo só preocupado com decisões técnicas. Não tem pressão por reclamação, nem confusão. Isso ajuda muito. O árbitro está 30 dias num hotel, à disposição da comissão de arbitragem. Com foco 100% nisso. Treinamento diário, feedbacks, análises, mesmo que ele não tenha atuado. Treinamento constante. No café da manhã, no almoço, na janta, na sala de aula, no campo, olhando vídeos… Isso melhora a performance de qualquer profissional.

Salvio comparou esse contexto ao do futebol brasileiro, onde o árbitro divide atenção com logística e deslocamentos. Para ele, no Brasil, o árbitro tem dupla ou tripla função. Nos EUA a situação é diferente. O ex-árbitro lembrou ainda do comportamento dos jogadores.

- Os jogadores querem jogar todos os jogos. Dois cartões tiram o cara da próxima partida. Então eles pensam duas vezes antes de reclamar ou fazer falta desnecessária. Isso ajuda muito no controle da partida - destacou.

Segundo Salvio, os elogios a Wilton e Ramon têm base técnica.

- Eles estão seguros, confiantes, respaldados pela estrutura da arbitragem internacional. Isso aparece em campo.

Além disso, Simon ressaltou que o trabalho em equipe é essencial.

- Os quatro assistentes que estão lá também são de alto nível. Rafael Alves, Danilo Manis, Bruno Boschilia e Bruno Pires. Um árbitro sozinho não vai a lugar nenhum.

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Com a avaliação positiva do Comitê de Arbitragem da FIFA, Wilton e Ramon Abatti Abel seguem como opções reais para a decisão do Mundial de Clubes. O desempenho deles tem sido visto como exemplo do potencial da arbitragem brasileira — quando oferecidas as condições ideais de preparação e suporte.

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Wilton Pereira Sampaio em ação (Foto: Adrian Dennis / AFP)

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