Queda do Vitória no Nordestão e clima no vestiário pesaram para saída de Carpini
Ambiente desfavorável e eliminação na Copa do Nordeste foram a gota d'água

- Matéria
- Mais Notícias
Antes mesmo da parada para as férias no mês de junho, Carpini estava em apuros no Vitória depois da terceira derrota seguida na temporada, que eliminou o time na fase de grupos da Sul-Americana. A partir daquele jogo, marcado por falha de Lucas Arcanjo, a diretoria já via que o planejamento do clube precisava ser reformulado, o que se concretizou mais de um mês depois com a demissão de Thiago Carpini, nesta quarta-feira (9).
Relacionadas
✅ Clique aqui e siga o canal do Leão no WhatsApp para ficar por dentro das últimas notícias

A partir de agora, quem comanda o Vitória é Fábio Carille, que chega com contrato de um ano e já deve trabalhar contra o Internacional, neste sábado.
— Depois da eliminação na Sul-Americana, que doeu muito pela forma como foi, um gol contra sem ninguém chutar uma bola, a gente sentou, conversou. Conversamos com os jogadores, ninguém faz nada sem conversar com os jogadores. Os jogadores disseram que estavam fechados [com Carpini] — lembrou Fábio Mota, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, quando anunciou a saída de Carpini.
Daquele dia 28 de maio até a última terça-feira, dois jogos aconteceram no meio do caminho: empates contra Corinthians e Cruzeiro. O momento ruim, porém, ficou ofuscado com as férias de 14 dias durante ao período de disputa do Mundial de Clubes.

As esperanças de melhora aumentaram antes mesmo do Vitória retornar a campo, já que a diretoria se movimentou para trazer três reforços, dois deles estrangeiros, que prometiam dar um novo gás ao time na busca por recuperação. Mas nem deu tempo para o português Rúben Rodrigues ou o uruguaio Renzo López, muito menos o goleiro Thiago Couto, estrearem para o Leão amargar mais uma decepção na temporada.
Na última terça-feira, o time perdeu por 1 a 0 para o Confiança, que está na zona de rebaixamento da Série C, em pleno Barradão, e foi eliminado nas quartas de final da Copa do Nordeste. O clube traçou a Copa do Nordeste como prioridade neste momento da temporada, diante da possibilidade iminente de título. Mas a eliminação precoce frustrou a diretoria, que tratou a situação de Carpini como insustentável, até pela forma como time jogou.
— Nem o torcedor do Confiança esperava ver o time ganhar do Vitória aqui. Mas não foi nem a derrota, foi a forma como jogou. Depois de 15 dias para treinar e voltar daquele jeito de ontem. Aí quando termina a convicção, precisamos sentar para conversar. Foi assim que as coisas aconteceram — lamentou o presidente Fábio Mota.
Ambiente do Vitória

Outro fator que desfavoreceu Carpini foi a perda do vestiário. O treinador parece ter conseguido administrar muito bem o ambiente durante a retomada do Brasileirão no ano passado. Mas, nos últimos meses, as coisas parecem ter saído um pouco do controle, como revelou o próprio Fábio Mota.
— Não dá para demitir um treinador quando o elenco te chama no vestiário e diz que está fechado com o treinador. Então, a relação do treinador com os jogadores sempre foi muito boa, ele participou da formação do elenco, mas chegou um momento que nada mais podia ser feito. Demos todas as oportunidades. Ontem foi a terceira eliminação que ninguém esperava, um episódio de vergonha. Eu não dormi. Chega um momento que não dá mais. É o fim do ciclo, como já foi com Burse, com Léo Condé.
— Conversei com os líderes do grupo. Hoje de manhã [quarta-feira] já estava meio que pacificado que a gente precisava fazer essa mudança. Eles sabem que têm a mesma responsabilidade que o treinador, e que são cobrados também. Agora é bola para frente. Se era esse um escudo que os jogadores tinham, agora o escudo caiu — completou.
Tudo isso sem falar das postagens enigmáticas de alguns jogadores que deixaram no ar um clima tenso dentro do elenco.
Se diante desse ambiente o que poderia segurar Carpini era o resultado em campo, a eliminação para o Confiança - a terceira só nesta temporada - foi a gota d'água e escancarou um planejamento equivocado no primeiro semestre desta temporada.
— Acho que o planejamento foi errado, não tenho problema em admitir. Mas não tem crise. Assumo minha culpa. Erramos. Esse ano nós erramos em tudo. Agora temos que mudar a realidade do Vitória, e para isso temos que mudar os ciclos. Afastamos os jogadores que não estavam acrescentando, trocamos diretor de futebol, estamos trazendo novos jogadores, restou agora a troca do treinador, que era o último pilar do que foi planejado no começo do ano. Ninguém está parado aqui assistindo o que está acontecendo — avaliou Mota.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias