Brasil pode enfrentar calor extremo em dois dos três jogos na primeira fase da Copa do Mundo
Ancelotti gostaria de ficar na Costa Oeste, onde faz menos calor

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O Brasil corre o risco de enfrentar calor extremo em dois dos três jogos da fase de grupos da Copa do Mundo de 2026. O sorteio levou a Seleção para o Grupo C, com partidas em Nova York/Nova Jersey, Filadélfia e Miami, todas cidades da costa leste dos Estados Unidos, conhecidas por verões quentes e úmidos. A definição da sede de concentração será estratégica para tentar minimizar os efeitos do clima sobre os atletas.
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A ida para o Grupo C consolidou o Brasil na costa leste, onde as ondas de calor são mais frequentes e intensas, aumentando o risco de condições ambientais severas no período da Copa.
Na estreia, em 13 de junho (sábado), o Brasil enfrenta Marrocos às 19h, no MetLife Stadium, em Nova York/Nova Jersey, horário ainda de calor residual e forte umidade. Na segunda rodada, em 19 de junho (sexta‑feira), a Seleção encara o Haiti às 22h, no Lincoln Financial Field, na Filadélfia, em um ambiente tradicionalmente abafado no fim da primavera.
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A situação mais delicada deve ocorrer em 24 de junho (quarta‑feira), às 19h, quando Escócia e Brasil se enfrentam no Hard Rock Stadium, em Miami, cidade famosa por verões em que os termômetros chegam quase diariamente a 32 a 34 °C e raramente caem abaixo de 26 a 27 °C, mesmo à noite, sob umidade que pode se aproximar de 90 a 100%.
Miami, aliás, reúne quase todos os ingredientes de um teste extremo: calor constante, umidade alta, sensação térmica elevada e início da estação chuvosa, com tempestades intensas no fim da tarde. Filadélfia também apresenta verões quentes e pegajosos, com máximas médias em torno de 29 a 31 °C em julho e picos ainda maiores em ondas de calor, agravados pelo chamado "efeito ilha de calor" das grandes áreas urbanas.
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Para mensurar esses riscos, especialistas utilizam a Temperatura de Bulbo Úmido (WBGT), índice que combina temperatura do ar, umidade, radiação solar e vento. A FIFPRO, sindicato global dos jogadores, alerta que valores acima de 28 °C já exigem medidas de proteção, como pausas extras para hidratação, e que, a partir de 32 °C, o recomendável é adiar treinos e partidas. No último Mundial de Clubes, cidades como Filadélfia (29,3 °C de WBGT), Charlotte (29,0 °C) e Miami (28,7 °C) atingiram patamares classificados como "extremos", forçando interrupções para resfriamento dos atletas.
O relatório da FIFPRO destaca que o calor extremo provoca estresse térmico, capaz de evoluir de exaustão moderada até quadros graves de insolação, com risco de danos neurológicos e morte. A elevação da temperatura corporal acima de 37,8 °C já representa perigo fisiológico relevante, enquanto níveis internos superiores a 40,6 °C configuram emergência médica. Em cenário de jogos intensos, gramado quente e alta umidade, o limite entre performance e risco à saúde torna-se ainda mais estreito.
Carlo Ancelotti e dirigentes da CBF iniciaram uma série de visitas a centros de treinamento nos Estados Unidos e gostariam de ficar em Nova York. A comitiva vai avaliar estrutura de treinos, qualidade dos campos, logística aérea e distância até os estádios das partidas, com a ideia de escolher uma base próxima de grandes aeroportos, que permita voos curtos e preserve a rotina física dos jogadores. A preocupação é reduzir ao máximo o desgaste entre deslocamentos e sessões de trabalho.
O plano original da CBF, porém, era outro. Antes do sorteio, a entidade nutria preferência pelo Grupo G, cujos jogos acontecerão em Seattle, Los Angeles e Vancouver, na costa oeste norte‑americana, região marcada por temperaturas mais amenas e clima mais estável no verão.

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