Referência: conheça Pia Sundhage, a nova treinadora da Seleção feminina

Sueca é bicampeã olímpica e considerada uma das grandes na modalidade; expectativa é que ela atue também em conjunto com a base

Pia Sundhage
Pia Sundhag, nova treinadora da Seleção Brasileira feminina (Foto: Maja Suslin)

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A Seleção Brasileira feminina será comandada por uma treinadora estrangeira pela primeira vez na história. Trata-se da sueca Pia Sundhage, bicampeã olímpica como treinadora com a seleção dos Estados Unidos em 2008 e 2012. Ela assume o cargo após a queda nas oitavas da Copa do Mundo da França e a demissão de Vadão. As conversas começaram logo após a eliminação no Mundial. A CBF ainda não fez o anúncio oficial.

Neste ano, Pia esteve no Brasil à convite da própria CBF para um seminário sobre a categoria. Ela chegou a responder perguntas sobre a Seleção e abriu a possibilidade de estar no cargo futuramente. Pia Sundhage chega à Seleção Brasileira como referência no futebol feminino e carregando a expectativa de ajudar a reformular também as categorias de base. Ela era a treinadora da Suécia que eliminou o Brasil na Rio 2016 e foi vice-campeã posteriormente.

Ex-atacante, Sundhage se tornou profissional em 1977, pelo Falköpings. A carreira se desenvolveu na maior parte do tempo na própria Suécia, tendo maior destaque no Jitex e pelo Östers. A Lazio, da Itália, foi a única equipe fora do país. Ela foi campeã quatro vezes o campeonato sueco e (1979, 81, 84 e 89) e quatro vezes a Copa da Suécia (1981, 84, 94 e 95). Pela seleção sueca, a atacante marcou 71 gols em 144 jogos. Ela conquistou a edição inicial do Campeonato Europeu Feminino de seleções, que hoje é a Eurocopa, em 1985. Além disso, foi vice em 1987.

Fora dos campos

A carreira de treinadora começou antes mesmo da aposentadoria como jogadora. Ela acumulou as funções de 1992 a 1994 no Hammarby. Em 1998, se tornou assistente técnica do Vallentuna, da Suécia, e voltou a exercer a função no AIK Fotboll (SUE) e no Philadelphia Charge (EUA). Em 2003, ela assumiu o comando principal do Boston Breakers (EUA).

No ano seguinte, Sundhage voltou à Europa para treinar o Koltbotn (NOR) e ainda passou pelo Örebro (SUE). Por seleções, Pia foi auxiliar da China na Copa do Mundo Feminina de 2007, caindo nas quartas de final para a Noruega.

Foi a partir de 2008 que Pia Sundhage assumiu o destaque. Em 2007, após ser goleado pelo Brasil na Copa, os Estados Unidos apostaram no trabalho da sueca para dar a volta por cima. Nos Jogos Olímpicos de 2008 veio o primeiro grande título. Contra a Seleção Brasileira, as norte-americanas venceram por 1 a 0 na prorrogação. Em 2011, na Copa, as americanas perderam para o Japão na decisão. No ano seguinte, em uma revanche contra o Japão, a treinadora conquistou mais um ouro olímpico.

Pia Sundhage
Pia foi medalha de prata na Rio 2016 (Foto: Stuart Franklin/FIFA)

Ainda em 2012, Sundhage assumiu a Suécia. Na Euro de 2013, em casa, a seleção foi eliminada para a Alemanha na semifinal. Depois, em 2015, na Copa do Mundo, as suecas tiveram campanha decepcionante e se despediram nas oitavas de final. A recuperação veio em 2016, com a prata olímpica. Em 2017, a eliminação nas quartas de final da Euro decretou a demissão de Pia. No ano passado, ela assumiu a seleção da Suécia sub-17.

Respaldo e tempo de trabalho

No início do mês, quando a notícia de que Pia poderia comandar a Seleção começou a aparecer, a ex-zagueira dos Estados Unidos, bicampeã dos jogos olímpicos, e vencedora da Copa do Mundo de 1999, Kate Markgraf, aprovou a ideia. Elas trabalharam juntas em Pequim.

- Fique de olho mundo. Brasil agora terá o que sempre lhes faltou: um sistema de jogo que capitaliza a força para a mudança de jogo entre os 11 iniciais. O que ela fez por nós quando Wambach se lesionou em 2008 e com a Suécia em 2016 mostra sua flexibilidade no entendimento tático - escreveu no Twitter.

A torcida brasileira também fez coro pela treinadora. A mudança de pensamento com a demissão de Vadão e a chegada da treinadora, porém, ainda gera expectativa para como será na prática. O coordenador de futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha, continua no cargo, apesar da demissão de Vadão. 

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