Gestão Esportiva na Prática: entre a tradição, o dinheiro e a inovação, o Fluminense escolheu ser verdadeiro
O Tricolor provou que essência também é estratégia

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Sem qualquer protagonismo prévio, o Fluminense desembarcou no Mundial de Clubes de 2025 sendo tratado, no máximo, como a quarta força do futebol brasileiro. Mas foi justamente no terreno instável das incertezas que Renato Gaúcho e sua equipe construíram um plano: transformar o improvável em método.
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É verdade, o Tricolor não alcançou a tão sonhada final - parou na semifinal diante do Chelsea (reforçado por uma cria de Xerém). Ainda assim, do primeiro ao último jogo, o Flu abalou convicções que vinham sendo tratadas como verdades absolutas no debate nacional. E, convenhamos, isso também vale como um grande troféu.
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A equipe carioca não apenas jogou bem: ela jogou contra narrativas. Derrubou a tese de que o treinador brasileiro está defasado taticamente ao enfrentar - e superar - escolas consagradas da Europa com soluções construídas a partir da simplicidade estratégica e da inteligência de ocupação de espaços. Renato mostrou que “futebol reativo” e “jogo posicional” são conceitos maleáveis quando se tem leitura de jogo e coragem para propor.
Mais do que uma campanha sólida, o Fluminense, ainda como associação civil, desafiou frontalmente o discurso hegemônico de que a SAF é a única rota possível para a competitividade no futebol brasileiro. Se há algo que não se pode imputar à gestão de Mário Bittencourt é a falta de convicção: seu projeto técnico e suas crenças sempre foram conduzidas com firmeza e identidade.
Fluminense foi em campo uma ideia em movimento
E em campo, nomes que muitos já julgavam superados mostraram o contrário. Rotulados como “veteranos”, alguns jogadores entregaram performance de elite em jogos de altíssima exigência física e mental. Fábio, aos 44 anos, protagonizou defesas que desafiaram a lógica. Foi uma liderança silenciosa e decisiva. Já Thiago Silva, com toda a experiência acumulada no mais alto nível europeu, foi mais que um zagueiro: tornou-se o termômetro emocional e tático de um time que nunca se intimidou, mesmo diante dos gigantes.
Uma campanha à altura de um clube movido pela alma de uma torcida vibrante e louca da cabeça, que sem interesse em mais nada cruzou continentes para transformar os estádios da terra do Tio Sam em extensão das Laranjeiras - só para “ver o Fluminense jogar.” No Mundial, o Fluminense não foi apenas um time em campo - foi uma ideia em movimento, uma afirmação coletiva de identidade e coragem.
Acredite, às vezes, a verdadeira inovação está em quem ousa ser autêntico. E poucos fizeram isso com tanto amor, intensidade e entrega quanto o clube que, fiel à sua essência, orgulhou o Brasil diante do mundo.
VENCEU O FLUMINENSE.

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Felipe Ximenes escreve sua coluna no Lance! todas as quartas-feiras. Confira outras postagens do colunista:
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