menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Respostas ao tempo

“Batidas na porta da frente, é o tempo...

Alison dos Santos
imagem cameraAlison Dos Santos durante prova dos 400m com barreiras (Foto: Howard Lao/Grand Slam Track)
Autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, esse texto não reflete necessariamente a opinião do Lance!
Dia 06/05/2025
12:09
Atualizado há 4 minutos

  • Matéria
  • Mais Notícias

Sabemos que a vida passa, ao sabor do tempo. Que inexorável, não para, nem volta. Mas seguimos, nos reencontrando, nos reinventando, sempre em frente.

continua após a publicidade

O veloz e o furioso - Enquanto um, Alison dos Santos, nosso barreirista medalhista olímpico, encanta o público de Miami, com duas convincentes vitórias (400m rasos e 400 c/ barreiras), no Grand Slam Track, novo circuito mundial de atletismo, outro, o velocista americano Fred Kerley, campeão mundial dos 100 metros, é preso por agredir sua namorada, a também atleta Alaysha Johnson, barreirista olímpica e mundial, com um soco no rosto!

Enquanto, no estádio, Alison saía esbanjando confiança pela vitória fácil nos 400 metros rasos, no condado de Broward, Kerley reconhecia na delegacia que houve uma “briga física”, mas negou que este tenha sido o motivo de sua prisão!! Kerley e Johnson, por razões obvias, não participaram da etapa Miami do Grand Slam. Já Alison, depois da vitória nos 400 rasos na sexta, voltou a competir, agora na sua prova preferida, os 400 c/ barreiras. E venceu, correndo mais uma vez com facilidade, na casa dos 47 segundos. Excelente começo de temporada para Alison! Já quanto a Fred Kerley, esperamos que saia das páginas policiais e volte para as de esportes!

continua após a publicidade

➡️Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte

Esses moços, jovens moços - Até bem pouco tempo atrás, fundistas em torno dos 30 anos eram muito bem-vindos a se tornarem maratonistas vitoriosos, quebradores de recordes maduros. O mundo da maratona confiava, sim, em corredores com mais de 30! Afinal, eles traziam experiência para enfrentar a “mãe de todas as provas”. E ela era uma mãe exigente, que punia quem não fosse “rodado”. Haja visto, o “Senhor do Tempo”, Eliud Kipchoge, o gênio das maratonas, o cara que mais se aproximou da última barreira de tempo, a sonhada quebra das 2 horas na maratona. Kipchoge, até conseguiu quebrá-la, extraoficialmente, num evento promocional e sem as regras rígidas que tornam a maratona uma prova oficial e apta a recordes e quebras do mesmo. Eliud, hoje um senhor quarentão, que agora brinca com o tempo, provando que sim, é capaz de correr ainda uma maratona na casa das 2 horas e 5 minutos, vai deixar para os “meninos” a chance da maratona SUB 2! “

Eliud Kipchoge sorri ao quebrar mais uma vez o recorde mundial da maratona em Berlim. (Divulgação)
Eliud Kipchoge sorri ao quebrar mais uma vez o recorde mundial da maratona em Berlim. (Divulgação)

Mas eis que surge uma nova geração de “meninos” fundistas com perfil semelhante, ou até melhor do que o de Kipchoge. Atletas nascidos a partir de 2000, a famosa geração Z, que tenham passado, ou sobrevivido, por um processo de treinamento extremamente intenso, nas provas de fundo (5 mil e 10 mil) a partir dos 16, 17 anos, e já tenham experimentado uma meia maratona abaixo dos 58 minutos, recentemente, fazem parte desse seleto esquadrão! Esse time alado de jovens africanos, vindos de Uganda, Etiópia e Quênia, já começa a fazer barulho nas grandes provas, fazendo marcas tidas, a até bem pouco tempo atrás, impossíveis de serem alcançadas. Kiplimo, Kipruto, Aregawe, Barega, Worku, e especialmente um garoto de 19 anos, etíope chamado Mehare. Deixemos o tempo correr, mas fiquemos de olho nestes jovens, pois em breve estarão aptos a desafiarem o tempo na maratona, a buscarem a imortalidade, numa resposta a ele, o tempo!

continua após a publicidade

O futuro já começou?

Não, claro que não, a partir do momento que o futuro começa, ele deixa de sê-lo, se tornando presente! Então, falemos, pois, do futuro, ele merece ser escutado: é meu costume, em todo começo de ano, buscar um olhar para o futuro. Um atleta que se destaque na categoria de base, um evento que tende a crescer, ou uma marca espetacular à ser atingida. Pois bem, em janeiro deste veloz 2025, comecei à rastrear mais de perto uma garotada danada de boa, que podem se tornar gente muito grande lá na frente. Acho que fiz uma ótima pescaria este ano, com 3 futuros graúdos da velocidade:

Quincy Wilson: Com apenas 16 anos, Quincy entra para a história do esporte mundial como o atleta masculino mais jovem a competir em uma Olimpíada, quando participou da eliminatória do revezamento 4x400 em Paris 2024. Aliás, não só competiu, como teve o direito a levar para casa o ouro na prova. Mesmo correndo apenas a eliminatória, também recebeu sua medalha, se tornado também o mais jovem ganhador de ouro em Olimpíadas. De quebra, um pouco depois, estabelece um novo recorde mundial sub-18 nos 400m, com o estupendo tempo de 44”20c. Antes de Los Angeles 28 chegar, Quincy já dará muito trabalho aos marmanjos dos 400!

Gout- Gout (Gota a Gota): Este adolescente australiano chamou à atenção do mundo, quando, com apenas 16 anos, conquista a medalha de prata no Mundial Sub 20, em Lima, ano passado. E este ano, em abril, quebra aos 17 anos, a barreira dos 10 segundos nos 100 metros duas vezes, no mesmo dia durante o campeonato australiano, marcando 9,99 na eliminatória, e repetindo a mesma marca, para vencer na final! E assim vai, gota a gota, rumo ao futuro, Gout Gout!

Bayanda Walaza: Ele vem da África do Sul, terra de gente veloz. Com apenas 18 anos tornou-se Campeão Mundial Sub 20 nos 100 e 200 metros, numa dobradinha raríssima! Além disso, ele traz a prata com o revezamento 4x100 sul-africano, de Paris 2024. Do alto de suas marcas, decide-se por não aceitar um dos muitos convites de universidades americanas, dando continuidade a um trabalho sério desenvolvido por treinadores e fisiologistas em seu país, onde já é considerado um “tesouro nacional”.

E assim segue, o mundo, a vida, se reinventando. Recordes sendo quebrados, vitórias impossíveis conquistadas e o tempo, este complacente tirano, sorri e segue em frente!

** Quem também seguiu em frente foi uma das grandes divas da MPB, Nana Caymmi, que nos deixa órfãos, tentando colher pérolas soltas no céu. Uma delas, RESPOSTA AO TEMPO, foi escolhida por mim, para hoje reverenciar quem a melhor interpretou e mais viveu a letra, escrita pelo mago magro Aldir Blanc.

“… Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo…”

Até sexta, se o tempo deixar!
Lauter Nogueira

Mais lidas

Newsletter do Lance!

Fique por dentro dos esportes e do seu time do coração com apenas 1 minuto de leitura!

O melhor do esporte na sua manhã!
  • Matéria
  • Mais Notícias