Quais os desafios físicos da NFL? Entenda
Partidas longas, viagens e lesões fazem parte do dia a dia da Liga

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Enquanto o futebol exige preparo físico para o time em geral, o futebol americano se destaca pela intensidade e segmentação dos treinos por posição, combinando explosões curtas de velocidade e força com impactos de alta intensidade. Cada jogada dura cerca de cinco segundos, mas alternâncias entre ataque e defesa exigem performance máxima durante partidas que podem durar até três horas.
Nesta sexta-feira (05), Los Angeles Chargers e Kansas City Chiefs se enfrentam na Neo Química Arena. Esta será a segunda vez que o público brasileiro terá contato com o esporte que divide o mesmo nome, mas são muito diferentes.
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Segundo Rafael Michel, fisioterapeuta e especialista pela Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física (Sonafe Brasil), os jogadores de futebol americano são mais propensos a lesões nos membros inferiores, especialmente entorses de tornozelo e joelho, devido à intensidade e ao alto nível físico do esporte:
— O futebol americano é um dos esportes com maiores índices de lesões, justamente pela questão física. As principais lesões acometem os membros inferiores, especialmente entorses de tornozelo e de joelho - explica Rafael.
Além da intensidade física, cada posição no campo exige preparação segmentada. Diferente do futebol, em que o trabalho físico tende a ser mais abrangente para todo o grupo, no futebol americano os treinamentos são específicos para funções distintas:
— Cada posição possui uma tarefa específica dentro do campo, o que também influencia na preparação. Mesmo com maior massa corporal e força, alguns atletas atingem velocidades impressionantes e precisam repetir esses movimentos diversas vezes durante o jogo - completa o especialista.
Desafios da expansão internacional da NFL
Com a intenção crescente da NFL de realizar jogos em outros países, viagens longas e mudanças de fuso horário se tornam mais comuns e impactam diretamente a recuperação e o desempenho dos jogadores. O jet lag, por exemplo, pode prejudicar o sono, uma das principais ferramentas de recuperação.
— Toda viagem gera impactos negativos na percepção de esforço e recuperação dos atletas, especialmente quando há troca de fuso horário. É preciso adaptar alimentação, rotina de treino e lazer para minimizar os efeitos - afirma Rafael.

A preocupação com a saúde cerebral também se tornou prioridade. Lesões na cabeça podem gerar consequências graves a longo prazo, incluindo doenças neurodegenerativas. Hoje, a liga adota protocolos rigorosos: atletas suspeitos de concussão são retirados do jogo e avaliados por profissionais independentes antes de serem liberados.
— Impactos diretos na cabeça vêm sendo proibidos e, quando ocorre suspeita de concussão, o atleta é acompanhado por um profissional de saúde independente, que determina a liberação e monitora a recuperação - conclui o fisioterapeuta.
Com o duelo entre Chargers e Chiefs no Brasil, os torcedores terão novamente a chance de ver de perto atletas que enfrentam essas exigências físicas diárias, enquanto a NFL continua equilibrando espetáculo e proteção dos jogadores, mantendo o futebol americano como um dos esportes mais desafiadores do mundo.
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