Os 'estrangeiros' do Brasil nas Olimpíadas de Inverno
Brasil conta com elenco de peso para Milão-Cortina

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A contagem regressiva para os Jogos de Inverno de Milão-Cortina começou! Nesta quarta-feira (26), a chama olímpica foi acesa em uma cerimônia tradicional no Templo de Hera, em Olímpia, na Grécia, marcando 72 dias para o início da competição. Curiosamente, é o Brasil que lidera a lista de países com novos atletas na Federação Internacional de Esqui e Snowboard (FIS). Mas como o país alcançou tal feito e quem são esses novos talentos?
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O processo para mudança de nacionalidade esportiva envolve um conjunto de fatores. Primeiro, o atleta precisa ser cidadão do país que deseja representar. Além de ser aprovado pela nova federação nacional, é necessário obter liberação da federação esportiva anterior para representar um novo país, caso contrário, o atleta deverá passar um período de três anos sem competir.
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Cumpridos esses requisitos, cabe à federação internacional da modalidade oficializar a mudança. No caso de atletas que desejem competir nos Jogos Olímpicos, a mudança também precisa ser chancelada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Normalmente, essa aprovação de mudança nas federações internacionais e no COI ocorre uma vez por ano, durante a realização de congressos nas entidades.
— Normalmente, o atleta em potencial entra em contato com a CBDN. Com o passaporte brasileiro, a gente analisa se ele tem potencial pra alta performance, o atleta precisa comprovar os resultados que conquistou no passado. A gente analisa individualmente qual a modalidade, a idade, se tem potencial pra desenvolvimento - explicou o presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Anders Pettersson.
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Brasil liderou trocas de nacionalidades no esqui e snowboard
Nesta temporada, o Brasil alcançou o ápice nos países que receberam novos atletas na FIS, com cinco atletas aprovados de olho nos Jogos de Milão-Cortina 2026: os esquiadores Lucas Pinheiro Braathen e Christian Oliveira Soevik, Patrick Burgener e Luca Mantovani, do snowboard, além de Gaia Brunello, do biatlo.
— A gente fica sabendo, informalmente, sobre os atletas que têm dupla nacionalidade e passaporte brasileiro, então a gente fica de olho. Mas nós não procuramos os atletas, nós preferimos ser procurados, porque também existe uma ingerência na outra Confederação, a gente não quer esse conflito de estar "roubando" um atleta - completou Anders.

Lucas Pinheiro Braathen
Com forte ligação com o Brasil por parte de mãe, Lucas Pinheiro Braathen, filho de Alessandra Pinheiro com um norueguês, representou a Noruega, seu país de nascimento, até 2024. Naquele ano, ele chegou a anunciar uma suposta aposentadoria, mas logo decidiu competir pelo Brasil. Seu desempenho tem sido notável. Na temporada anterior (2024/25), alcançou o pódio cinco vezes em etapas da Copa do Mundo (três pratas e dois bronzes). Na temporada atual (2025/26), o esquiador superou as expectativas, conquistando o primeiro título da história do Brasil no slalom, na etapa de Levi da Copa do Mundo de esqui alpino.

Christian Oliveira Soevik
Assim como Lucas, Christian Oliveira Soevik é filho de mãe brasileira e pai norueguês. Ele nasceu no Rio de Janeiro e morou na cidade apenas até completar um ano de idade. Em seguida, iniciou sua vida e carreira no país paterno, onde rapidamente se destacou como uma das promessas norueguesas do esqui alpino. Após competir pela equipe C da Noruega e integrar o time de esqui alpino da Universidade de Denver, nos Estados Unidos (Pioneers), Christian optou por disputar pelo seu país natal, o Brasil.
Patrick Burgener
Patrick Burgener, nascido na Suíça, decidiu representar o Brasil nas provas de Snowboard Halfpipe a partir da temporada 2025/26. Sua escolha se deve ao fato de sua mãe, nascida no Líbano, ter residido no Brasil por mais de dez anos e ter conseguido cidadania brasileira antes de se mudar de vez para a Suíça. Burgener na defesa seu país de origem foi multimedalhista em Mundiais e etapas de Copa do Mundo. A expectativa é que a mudança de nacionalidade permita que ele represente o Brasil já nos Jogos de Milão-Cortina 2026.
Luca Mantovani
Filho de mãe brasileira e nascido na França, Luca Mérimée-Mantovani, do Snowboard, tem como destaque em seu currículo um sexto lugar no Mundial Júnior da modalidade. Além disso, quando competia pela França, Mantovani alcançou a quarta colocação nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude (YOG).
Gaia Brunello
Inspirada por Lucas Pinheiro, Gaia Brunello, filha de mãe brasileira com pai italiano, decidiu focar no Biatlo no Brasil. Desde dezembro de 2024, ela representa o país no circuito internacional. Apenas dois meses após essa decisão, Gaia conquistou os melhores resultados brasileiros na modalidade, garantindo uma vaga para o Mundial de Biatlo 2025. No Mundial, ela superou a melhor marca brasileira, que pertencia a Jaqueline Mourão (88º lugar em 2012), alcançando a 65ª colocação.
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