Lauter no Lance!: O melhor do atletismo, em dois dias insanos, numa prévia de Tóquio!
E os homens prometem um duelo tão, ou mais, intenso do que a final olímpica de Paris

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Prepare seu coração, para as coisas que eu vou contar, (obrigado, Geraldo Vandré), pois o mundo do atletismo estará em festa, a partir de amanhã, na grande final da Diamond League, em Zurique, que acontece em dois dias (27 e 28). No primeiro, apenas (apenas??) 6 espetaculares provas de campo (saltos, lançamentos), com presença dos melhores do ano, prováveis vencedores no Mundial de Tóquio, daqui a 2 semanas! Que prévia para Tóquio!
Falemos sobre as provas de velocidade do atletismo
Anotem, tatuem, grafitem a parede branca de suas salas, para não esquecer: uma prova de 200 metros, para os homens, como não acontece há tempos (ainda na era do saudoso E.T. Usain Bolt), onde haverá o grande tira-teima Lyles (USA) X Tebogo(BOT), um duelo que acontece na casa dos sub-20 segundos. Mas muito sub mesmo!
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Eu poderia falar um pouco também dos 100 metros, mas só a ausência de Lyles e Tebogo nessa prova (por conta do foco total nos 200m) já a deixa com o PIB lá embaixo! Apesar das velozes presenças de Simbini (RSA), Bromell (USA), Coleman (USA), e Blake (JAM), todos sub 9.90 esta temporada. Leve favoritismo para o atual campeão, Blake.
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Me chama também a atenção, a prova feminina dos 100 metros, que traz a atual campeã da DL Brown e suas compatriotas velozes Battle, e Mackenzie, a gangue americana. A veloz e longeva marfinense M. Jose Ta Lou e a britânica Dina A. Smith, em grande forma novamente, marcam presença nesta eletrizante final, que tem como grande protagonista a jovem campeã olímpica, de Santa Lucia, Julien Alfred, com algum favoritismo, pela bela vitória nos 200 metros (sua especialidade) na Diamond League de Londres. Mas, sigamos adiante, ataquemos o meio fundo, que voltou a ótima forma, tanto no masculino quanto no feminino. Principalmente o feminino, que andava vazio, muito por conta do descontrole sobre o teste do gene SRY, agora em 2025, exigindo à atletas mulheres em provas internacionais de meio fundo. É assunto para uma coluna inteirinha, antes do início do Mundial de Tóquio.
Vamos, então, começar por elas, que este ano estão, como diria um grande locutor e amigo, “on fire!” A guerra das 2 voltas, entre honestas ex corredoras de 400 metros, mais velozes, contra suas arquirrivais, meio fundistas de nascença, mais resistentes, traz a surpreendente jovem suíça Audrey Werro (prata no Mundial Sub 20) em casa, enfrentando a forte etíope, prata em Paris 24, Tsige Duguma e a também medalhista olímpica, mas nos 1500, Georgia Hunter Bell (GBR). Promessa de intensidade até a chegada. Se a prova já iniciar forte, Bell vence. Caso seja uma prova tática, mais cadenciada, Werro e Duguma devem decidir, na chegada, quem vence.
E os homens, prometem um duelo tão, ou mais, intenso do que a final olímpica de Paris. O líder mundial, queniano Emmanuel Wanyonyi, campeão olímpico, que já corre na casa de 1:41, promete unificar os títulos. Já o gigante canadense Marco Arop, atual campeão mundial, que já correu este ano para 1:42, quer sair de Tóquio bi-campeão. No vácuo destes grandes protagonistas, uma legião de grandes nomes, como, o atual campeão mundial indoor Josh Hoey, ou o argelino veloz Djamel Sedjati e Tshepiso Masalela, de Botsuana, que tentam deixar de ser coadjuvantes.
E os 1500m feminino? Mesmo sem a presença brilhante de Faith Kipyegon, que irá focar apenas no Mundial de atletismo, daqui a alguns dias, e deixará espaço aberto para sua compatriota Nelly Chepchirchir lutar pelo título com a vice campeã olímpica Jessica Hull (AUS) que já correu nesta temporada para 3:52 e também Linden Hall, sua compatriota que escoltará Hull para possível vitória. Sem descartar a força e garra de Haylom, da Etiópia, que tem como melhor marca pessoal 3:53.
Nos 1500 para homens, um que fará falta também será Jakob Ingebrigsten, tricampeão mundial, que tenta ainda se recuperar de lesão e cirurgia, para poder estar em Tóquio. E existem muitos fortes postulantes ao título. O Quênia, que traz time completo (3 atletas) para esta grande final, quer pelo menos 2 dos seus no pódio: Timothy e Reynold Cheruyiot (a família Cheruyiot, no Quênia, é como a família Silva aqui) podem escoltar Phanuel Koech (o mais veloz dos três) ao título, mas devem se preocupar com o americano Yared Nuguse, que flerta com grandes marcas nesta temporada (tem 3:27 já), que usa sua velocidade final como arma mortal!
E os 3 Tenores das barreiras? Infelizmente apenas o mais veloz deles, Warholm (NOR), irá se apresentar, Benjamin e Alison, nosso Piu, se resguardam para o Mundial. Teremos o Matheus Lima, como representante da raça, tentando melhorar o seu melhor (48:08), e tem reais chances de baixar para a casa dos 47 segundos. No mais, deveremos acompanhar Warholm em um alucinante voo solo, quebrando tudo, inclusive um possível recorde mundial.

A versão feminina, também traz uma estrela solitária, que brilha intensamente, prova a prova. A holandesa Famke Bol. Famke se mantém invicta em Diamond League desde sua estreia, em 2020. E quer mais! Aguardemos, pois.
No campo, chama a atenção, entre os muitos nomes, os do lançamento do disco feminino, com Valarie Allman(USA), a campeã olímpica que busca o seu quinto título da Diamond League, e o medalhista olímpico australiano, Matt Denny, que tenta o seu terceiro! Mas, sempre lembrando que, tanto numa final, quanto na outra, eles estão repletos de grandes adversários, para dificultar suas vidas.
Ah, antes de dar por encerrado este ligeiro “preview”, peço que não se esqueçam de:
- Acompanhar o Salto com Vara masculino, afinal, onde tem Mondo Duplantis, tem chance de quebra de recorde mundial!
- Ficarem atentos às provas dos 400 c/ barreiras e lançamento do dardo masculinos, pois são justamente as provas em que teríamos mais chances, nesta final, de pódio, com Alison Piu dos Santos e Luiz Maurício, nossos TOP 3 mundiais!
- Lembrar que, diante de seus olhos, os melhores atletas do mundo, fazem sua preparação final para o Mundial de Tóquio, dando o máximo, buscando o melhor, de olho no Olimpo, que está logo ali, em Los Angeles 2028.
Até sexta,
Lauter Nogueira
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