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No pódio da São Silvestre, Fabio Jesus cobra investimento: 'o atletismo tá acabando'

Melhor brasileiro da prova citou falta de infraestrutura para treinamentos

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Beatriz Pinheiro
São Paulo (SP)
Dia 31/12/2025
11:45
Fabio Jesus foi o melhor brasileiro da São Silvestre
imagem cameraFabio Jesus foi o melhor brasileiro da São Silvestre (Foto: Peter Leone/Ofotografico/Gazeta Press)

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O baiano Fabio Jesus precisou superar uma série de dificuldades antes de se tornar um dos principais fundistas do Brasil. Em 2019, se mudou para São Paulo para trabalhar como coletor de lixo e encarou dupla jornada até se estabelecer apenas como corredor. Terceiro colocado da 100ª edição da São Silvestre, nesta quarta (31), ele aproveitou o momento de visibilidade para cobrar mais investimento para o atletismo brasileiro.

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Aos 26 anos, Fabio foi o melhor brasileiro da prova ao concluir o percurso de 15km em 45m06s, superando o quarto lugar alcançado em 2022 e o sexto lugar de 2024. O corredor vê uma nova geração de muito talento no Brasil, mas que precisa de apoio para conseguir seu melhor desempenho, especialmente em relação a infraestrutura de treinamento.

— Muitas pessoas pensam que é só a parte financeira que precisa para erguer o atleta, mas eu acho que falta valorizar o espaço do treinamento. Eu tava treinando aqui na USP, mas tem muitas pistas que a gente chega e é barrado. Às vezes a gente treina na rua, é carro atrapalhando, é cachorro, correndo o risco de torcer o pé. A gente tem muitos jovens que podem representar bem, muitos se espelham em nós, então eu peço que as autoridades possam abrir espaço com segurança pra gente treinar - disse, após a corrida.

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De 2019 a 2022, Fábio foi um dos muitos atletas brasileiros que precisou conciliar uma rotina de trabalho e esporte. Na época, já vivendo na capital paulista, encarava duas horas de transporte público para ir ao clube treinar após a jornada de trabalho. No final do dia, exausto, mal dormia antes de recomeçar a sequência.

— Teve uma pista que eu fui treinar e não podia usar a sapatilha. Então pra quê a pista é feita? Peço para os governantes que estão na linha de frente para que liberem as pistas para os atletas que estão iniciando, porque é a base. O atletismo tá acabando e é por conta disso. Muitos atletas têm que trabalhar, ir à luta, levar o pão de cada dia pra mesa e é difícil trabalhar e correr, treinar. Eu fiz isso e era cansativo - desabafou.

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Fabio Jesus chegou em terceiro na 100ª São Silvestre
Fabio Jesus chegou em terceiro na 100ª São Silvestre (Foto: Peter Leone/Ofotografico/Gazeta Press)

Africanos mantêm domínio da São Silvestre

Fortes emoções deram o tom da prova masculina na 100ª edição da São Silvestre. O etíope Muse Gizachew foi o vencedor após arrancada espetacular nos últimos metros da prova, já na Avenida Paulista, depois da famosa subida da Brigadeiro Luiz Antônio. Ele ultrapassou o queniano Jonathan Kamosong, que havia liderado a maior parte da prova, pouco antes da linha de chegada.

Na prova feminina, o primeiro e segundo lugar também ficaram com corredoras africanas. A campeã foi Sisilia Panga, da Tanzânia, seguida pela queniana Cynthia Chemweno. A brasileira Nubia Olveira chegou em terceiro pelo segundo ano consecutivo.

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