Exclusivo: Guga Kuerten relembra conquista em Roma de 1999; vídeo
Há 26 anos, ídolo brasileiro derrotou australiano Rafter na decisão
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Único brasileiro a vencer o tradicional Aberto de Roma, Guga Kuerten ergueu o troféu em 1999, um de seus 20 conquistados, nas simples, como profissional. Em conversa exclusiva com o Lance!, durante o Hall da Fama do COB, no Rio de Janeiro, o tricampeão de Roland Garros e finalista na capital italiana em 2000 e 2001 relembrou a vitória no Foro Itálico há 26 anos. Assista à entrevista no vídeo acima.
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Então 14º do mundo naquela semana de 1999, o ídolo brasileiro derrotou, na campanha rumo à final, três espanhóis (Fernando Vicente, 54º, na estreia, Francisco Clavet, 21º, em seguida, e Alex Corretja, 7º, na semifinal), além do russo Yevgeny Kafelnikov, número 1 do mundo, nas oitavas de final, e do eslovaco Karol Kucera (12º), nas quartas. Na grande decisão, outro top 10: o australiano Patrick Rafter (4º, que, em julho daquele ano, chegaria ao topo do ranking). Ao todo, foram três top 10.
Guga abriu o sorriso ao relembrar a final:
- O Rafter, jogador de estilo desafiador. acho que duas semanas atrás vi pontos da partida, eu parecia tão convicto, detentor daquele momento. É bonito de ver, foi gostoso de relembrar, eu estava careca, tinha raspado o cabelo por causa do título de Monte Carlo e consegui vencer um jogo que mostrou novas possibilidades para usar com jogadores de estilos diferentes - recordou o Surfista do Saibro, que venceu 20 das 26 partidas que jogou em Roma.
Para o ídolo brasileiro, a vitória sobre Rafter teve um papel bem importante em sua trajetória:
- Ali foi determinante porque, a partir daquela temporada do saibro, comecei a me posicionar como um jogador favorito e pronto para ganhar qualquer torneio, inclusive Roland Garros, que não foi o caso (naquele ano). Faltavam diversas experiências para repetir aquele feito inesperado que aconteceu meio que sem querer em 97. Isso é o tênis, é acumular as experiências necessárias e sempre acreditando, otimista, trabalhando muito e querendo mais que todo mundo. Está o planeta inteiro querendo ser jogador de tênis, ainda mais os melhores ali, querendo alcançar o posto de número 1. Tem que, de fato, criar uma vontade, um desejo, do tamanho desse planeta todo, e botá-lo em prática diariamente para, um dia, se consagrar e, depois, recordar esses momentos eternamente.
Guga debutou em Roma em 1998, aos 21 anos, alcançando as semifinais, quando perdeu para o chileno Marcelo Ríos. No ano seguinte, os dois duelaram pela quarta e última vez na final de Monte Carlo, vencida pelo brasileiro. Ao todo, o brasileiro e o rival se enfrentaram quatro vezes, com duas vitórias para cada.
Guga homenageado em Roma em 2019
Em 2019, nos 20 anos de seu título, o maior nome do tênis nacional masculino de todos os tempos voltou a Roma. Na ocasião, ele recebeu o Prêmio Raquete de Ouro:
Em 2000, o ídolo brasileiro foi superado na decisão italiana pelo sueco Magnus Norman e, na de 2001, pelo espanhol Juan Carlos Ferrero, dois dos principais tenistas no saibro da época. O tenista da Suécia, por sinal, foi a vítima do Surfista do Saibro na final de Roland Garros de 2000, em um de seus sete triunfos em 10 duelos contra o rival.
Contra Ferrero (atual técnico do compatriota Carlos Alcaraz), o filho do meio de Alice e do saudoso Aldo Kuerten teve retrospecto desfavorável, com duas vitórias em cinco partidas. No entanto, o brasileiro venceu os dois jogos mais importantes contra o adversário: nas semifinais de Roland Garros de 2000 e de 2001, nos anos em que triunfou no saibro parisiense.
Ídolo manda recado para João Fonseca
Nesta semana, no Hall da Fama do COB, perguntado pelo Lance! sobre que recado daria a João Fonseca, que vai estrear em duas semanas em Roland Garros, Guga, com sua simplicidade e carisma inconfundíveis, respondeu:
- Conheço pouco (risos). Em qualquer lugar que ele for, ainda, é permanecer dentro do processo de treinamento, de dedicação, constante empenho para se dedicar, conhecer o circuito, tirar experiência de toda e qualquer partida, vitória e derrota. Estou muito confiante de que eles estão fazendo uma trajetória bastante eficaz. O João vive experiências boas e consegue aprender com uma velocidade fora do comum.
Na noite de gala promovida pelo COB, além de Guga, entraram para o Hall da Fama a ex-ginasta Daiane do Santos, a ex-judoca Edinanci Silva e Afrânio Costa (in memorian, do tiro com arco, primeiro medalhista olímpico do país, em 1920).

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