O fim do “achismo” no futebol: dados entram em campo para decidir
O esporte na vida de pessoas que muitas vezes não tiveram oportunidades

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A tecnologia tem se tornado uma grande aliada do esporte nos últimos anos. Em destaque, a melhora do desempenho dos atletas, otimização dos treinamentos, eliminação de decisões baseadas apenas em achismos e até geração de novas receitas para as equipes. Foi esse o tema da palestra “Tecnologia a Serviço do Esporte”, realizada no palco do Lance! no Rio Innovation Week nesta quinta-feira (14).
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O Lance! reuniu para o bate-papo três nomes experientes na área: Arthur Santana, CEO da The One; Diego Vieira, CEO da Outlier FC e E-Scout; e Rafael Platina, CEO da Sport Track.
Para Arthur, a chegada dos dados ao esporte, principalmente no futebol, trouxe clareza e embasamento às decisões. Com isso, rompe-se com a lógica anterior, que dependia muito da subjetividade, o que muda entre as gerações.
— Dados vêm para sanar uma grande dor, que era a tomada de decisão baseada em achismos. Hoje elas são tomadas com mais clareza e certeza — afirmou.
Diego Vieira destacou que esse investimento em tecnologia e análise de dados é relativamente recente. No futebol, por exemplo, a contratação de um jogador era feita com base apenas no que havia sido registrado em vídeo. Atualmente, há um estudo aprofundado sobre desempenho, estilo de jogo e características físicas.
— Clubes do Brasil e da Europa investem neste departamento: são engenheiros de dados, matemáticos, analistas de dados. Isso tem um impacto muito grande no negócio e no campo. Antes, jogador chegava ao clube através de DVD. Hoje, são milhares de informações sobre atletas de todo o mundo. O clube estruturado para usar bem essas informações tem tudo para diminuir o erro no processo de contratação e utilização dos atletas.
Apesar dos avanços, Vieira lembra que ainda é um grande desafio equilibrar a análise de dados com o olhar humano. Para ele, é fundamental que a interpretação seja feita por quem entenda do assunto, mas sem estar diretamente influenciado por opiniões pré-formadas.
— É um jogo filosoficamente complexo, com interações entre 22 jogadores, que geram reações dos outros, em superfícies instáveis, controlado com os pés, menos preciso que as mãos. É preciso ter cuidado: quem toma as decisões não costumam ter o perfil de consumir esses dados. E a forma de mostrar a informação pode influenciar a decisão. A gente precisa ter processos automáticos para acelerar a tomada de decisão, mas ainda com o olhar humano para interpretar de uma forma que faça sentido no futebol.
A discussão mostrou que, mais do que uma tendência, a tecnologia já é parte essencial da rotina esportiva. Combinada a uma análise criteriosa e ao conhecimento humano, ela se torna uma ferramenta poderosa para potencializar resultados, minimizar erros e transformar o modo como o esporte é pensado e praticado.
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Mais sobre a palestra Tecnologia a Serviço do Esporte
Programa sócio-torcedor
- Os programas de sócios-torcedores brasileiros são atrasados em termos de tecnologia se comparados ao resto do mundo. Eles podem melhorar muito! - ressaltou Arthur.
Reflexão sobre trabalhar com futebol
- O futebol sempre teve esse viés romântico. Para quem tem interesse (em trabalhar com esporte) vale refletir sobre qual área deseja. A parte de dados, ainda que recente, tem crescido muito e trazido resultado. Tem um caminho legal para impactar o futebol - opinou Diego.
Cuidado do atleta
- O atleta hoje tem cuidado multidisciplinar. Da fisiologia à análise de dados até a assessoria de imprensa. O jogador grande virou quase uma empresa, com investimento de tempo e recurso para preparação - disse Arthur
"Na parte técnica, o futebol é um bebê"
- Da parte técnica, o futebol é um bebê. É uma frustração a capacidade do clube de reter o torcedor, gerar engajamento além do resultado. Faltam mecanismos para trazer o torcedor e, consequentemente, gerar receita. São investimentos altos para apenas um time sair vencedor. No fim das contas, os milhões de ativos (torcedores), que poderiam ter mais conexão, estão vinculados ao rendimento - opinou Diego.
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O que é a Rio Innovation Week?
A Rio Innovation Week é o evento de tecnologia e inovação da América Latina. A feira busca estimular o empreendedorismo através de setores como o tecnológico, de inovação e o esportivo, além de montar uma programação pautada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, garantindo assim a responsabilidade na promoção de um futuro inclusivo e economicamente sustentável.
➡️ Lance! no Rio Innovation Week: confira a programação desta quinta
A ideia é gerar negócios e dar oportunidade para empreendedores de diversos níveis expandirem seus mercados. Em 2024, reuniu grandes nomes do ecossistema de Tecnologia e Inovação, além de membros dos diferentes setores da economia que compõem as 37 conferências que fizeram parte do projeto.
Neste ano, a expectativa é que 22 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados no evento, um aumento de 10% em relação ao ano passado. Dentro do espaço de 90 mil metros quadrados, 40 palcos simultâneos serão ocupados por palestrantes de diferentes segmentos.
Presença do Lance! no evento
Ao promover os debates, o Lance! se coloca no mercado como um espaço onde o público e os parceiros podem consumir informações, mas também se associar aos projetos do grupo no mercado esportivo. O palco Sportech apresentará aos visitantes alguns dos produtos da marca, como o Arquiba, aplicativo voltado para a experiência de torcedores nos estádios de futebol, e o Sócio Lance!, programa de assinatura de pontos e recompensas.
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