Ana Sátila encerra vínculo com Botafogo e denuncia negligência
A atleta acusou a instituição de descaso com os esportes olímpicos

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A canoísta Ana Sátila Vargas encerrou seu vínculo com o Botafogo após dois anos representando o clube carioca. A atleta da canoagem slalom comunicou sua decisão, citando como principal motivo a falta de apoio às modalidades olímpicas após a mudança na presidência da instituição.
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Durante entrevista ao podcast "Rumo ao Pódio", do GE, Ana Sátila explicou que a situação dos atletas olímpicos no clube teria se deteriorado após uma transição de comando. Segundo informações, Durcesio Mello, que presidiu o Botafogo até dezembro de 2024, foi substituído por João Paulo Magalhães em janeiro deste ano, quando as condições para os esportistas olímpicos teriam supostamente piorado.
"O esporte olímpico foi esquecido", afirmou a canoísta sobre o período após a mudança na presidência. Segundo ela, a situação afeta não apenas a canoagem, mas também outras modalidades, incluindo o tradicional departamento de remo do clube.
Versão de Ana Sátila
Ana Sátila relatou que inicialmente aceitou defender o Botafogo mesmo sem garantias financeiras.
— Eu não consigo te pagar, mas a gente quer. Então confia em mim que eu vou atrás, eu vou tentar. Você não vai ter salário, você não vai ter investimento. Se tudo der certo, uma camiseta, um uniforme. Então, era com isso que eu entrei no Botafogo. E eu tava feliz — contou a atleta.
A canoísta denunciou que os atletas olímpicos do clube recebem valores entre R$ 200 e R$ 500, quantia que considera insuficiente diante das cobranças feitas pela instituição.
— O pessoal é constantemente prejudicado, e o clube não paga um salário digno, a gente tá falando 200, 300, 500 reais para os atletas, para ter uma cobrança, sabe, absurda, algo assim passível de um uma condenação, um assédio moral, dentro do clube. Isso eu vi estando lá. Isso eu tô falando porque eu vi lá — declarou.
Em agosto deste ano, o remador olímpico Lucas Verthein, namorado de Ana Sátila, também deixou o Botafogo após 13 anos defendendo o time de remo desde as categorias de base. A saída de Lucas foi unilateral por parte do clube e o atleta na época relatou que descobriu sobre sua saída por terceiros. Os dois esportistas do Botafogo se conheceram por intermédio do próprio clube.
— Eu aprendi a torcer pelo futebol também, tanto que eu vou ser botafoguense pelo resto da minha vida, mas eu não estou mais no clube — manifestou Ana apesar do rompimento.
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Ana Sátila em ação
Divulgação/ CBCa
Posição do Botafogo
O vice-presidente de remo do Botafogo, João Gualberto Teixeira de Mello, apresentou a versão do clube sobre o caso para o GE. Ele esclareceu que Ana Sátila não estava vinculada ao seu departamento, pois se reportava diretamente ao ex-presidente Durcesio Mello.
— Vamos começar esclarecendo: atleta amador não tem 'salário' e, sim, ajuda de custo. O Botafogo hoje não tem mais a renda proveniente do futebol, que ficou com a SAF. Vivemos hoje da contribuição mensal dos sócios (taxa de manutenção) e de algumas receitas patrimoniais que ficaram com o clube (aluguel de lojas do shopping, aluguel da churrascaria etc). Mesmo assim, o Botafogo faz um esforço no sentido de remunerar os seus atletas de ponta com valores justos, mas não podemos fazer loucuras que comprometam o equilíbrio de receita e despesa — explicou o dirigente.
— Acho que qualquer atleta de alto rendimento de nível olímpico é naturalmente cobrado, embora no caso da Ana Sátila, que não tinha uma vice-presidência específica a quem se reportar, não vejo como ela pudesse ter esse tipo de cobrança — disse João Teixeira de Mello sobre as críticas quanto à pressão excessiva.
O dirigente também justificou a estratégia atual do clube para os esportes olímpicos devido às limitações financeiras. "Preferimos nos concentrar em poucos, nos quais possamos fazer boa figura", afirmou.

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