Por onde anda João Carlos, ex-zagueiro do Vasco?
João Carlos teve carreira sólida na Europa e hoje desfruta de uma vida discreta.

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Nascido em 1º de janeiro de 1982, no bairro de Realengo, Rio de Janeiro, João Carlos Pinto Chaves cresceu entre peladas de rua e treinos no futsal do Bangu. Ainda menino, chamou atenção pela estatura e pela maturidade em campo — e, aos dez anos, foi levado para a base do Vasco da Gama, onde se formou atleta e cidadão. Na equipe mirim cruzmaltina, conquistou o título estadual em 1995 e passou a ser visto como um zagueiro de futuro no futebol nacional. O Lance! te conta por onde anda João Carlos.
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A transição para o profissional veio em 2001, quando o Vasco vivia um momento de renovação pós-conquistas da Libertadores e do Brasileiro. Com apenas 19 anos, João Carlos estreou entre os profissionais e rapidamente ganhou espaço pela segurança e bom jogo aéreo. Foram 47 jogos e 1 gol com a camisa cruzmaltina até 2002, quando surgiu a oportunidade de uma transferência internacional.
Naquele mesmo ano, o jovem zagueiro embarcou rumo à Europa, destino de poucos defensores brasileiros na época. O primeiro clube foi o CSKA Sófia, da Bulgária, onde viveu uma fase de destaque inesperada: além de boa marcação, mostrou faro de gol, marcando 9 vezes em 7 partidas em sequência. O desempenho lhe rendeu o apelido de "zagueiro artilheiro" e despertou o interesse de equipes de ligas mais competitivas.
Consolidação no futebol europeu
Em 2004, João Carlos se transferiu para o Lokeren, da Bélgica, onde jogou por quatro temporadas e se tornou ídolo. Foram mais de 100 partidas e 9 gols, além de uma regularidade que o projetou entre os melhores defensores do país. Seu estilo combinava força e técnica, com boa saída de bola — característica rara em zagueiros brasileiros no futebol belga da época.
O sucesso no Lokeren o levou ao Genk, um dos principais clubes da Bélgica, em 2008, em uma transferência de 3 milhões de euros. Lá, manteve a boa fase, sendo peça fundamental na conquista da Copa da Bélgica de 2008–09. Ao todo, foram 95 jogos e 13 gols, números expressivos para um zagueiro. No Genk, João Carlos ganhou respeito e também o passaporte belga, tornando-se naturalizado.
Em 2011, a carreira deu um salto financeiro com a ida para o Anzhi Makhachkala, da Rússia — time que, na época, contratava estrelas como Eto'o e Roberto Carlos. João Carlos se firmou como titular e disputou competições europeias, mas a aventura durou pouco: após a saída do bilionário proprietário do clube, foi negociado com o Spartak Moscou, onde jogou até 2013.
O retorno ao Brasil e os últimos anos
Depois de mais de uma década no exterior, João Carlos decidiu retornar ao Brasil em 2015. O destino foi o Vasco da Gama, clube que o revelou. O retorno, porém, não teve o brilho esperado. Com o time em crise técnica e administrativa, o zagueiro não chegou a atuar oficialmente. Poucos meses depois, rescindiu contrato e voltou à Bélgica para um breve segundo ciclo no Lokeren, clube pelo qual ainda era querido.
Em 2016, experimentou o futebol do Oriente Médio ao defender o Al-Jazira, dos Emirados Árabes, antes de encerrar a carreira no Madureira, em 2018, disputando o Campeonato Carioca. Foram 17 anos como profissional, atuando em dez clubes e somando mais de 400 jogos oficiais.
Mesmo sem ter disputado uma Copa do Mundo, João Carlos deixou sua marca no futebol europeu, especialmente pela consistência e pelo profissionalismo. A naturalização belga chegou a abrir portas para uma eventual convocação pela seleção local, mas o projeto nunca se concretizou.
Por onde anda João Carlos
Desde que pendurou as chuteiras, João Carlos (@joaocarlos5) leva uma vida discreta, dividida entre o Brasil e a Bélgica, país onde viveu boa parte da carreira. Em entrevistas recentes, o ex-zagueiro destacou o desejo de formar jovens atletas e de atuar na área de gestão esportiva, aproveitando a experiência acumulada em diferentes culturas e clubes.
Nos últimos anos, tem se dedicado a projetos pessoais ligados ao futebol, incluindo consultorias e assessoria de atletas, além de manter contatos no mercado europeu, através de sua empresa, a JC Soccer. Apesar da distância dos holofotes, é lembrado com carinho pelos torcedores do Vasco e dos clubes belgas onde atuou, especialmente o Genk, onde é até hoje considerado um dos melhores defensores estrangeiros da história do clube.
Nas redes sociais, João Carlos demonstra apreço pela família, pelas viagens e pela vida tranquila fora dos gramados. Raramente aparece em programas esportivos, mas participa de eventos beneficentes e amistosos de veteranos, mantendo-se próximo do ambiente do futebol.
Aos 43 anos, o ex-zagueiro simboliza a trajetória de muitos brasileiros que construíram carreiras sólidas fora do país. Do campo de futsal do Bangu aos estádios da Rússia, João Carlos é exemplo de dedicação, adaptação e profissionalismo — um defensor que fez da constância sua maior virtude.
Clubes em que João Carlos jogou
- Vasco da Gama (2001–2002, 2015)
- CSKA Sófia-BUL (2002–2004)
- Lokeren-BEL (2004–2008, 2016)
- Genk-BEL (2008–2011)
- Anzhi Makhachkala-RUS (2011–2013)
- Spartak Moscou-RUS (2013–2015)
- Al-Jazira-UAE (2016–2017)
- Madureira (2018)
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