Por onde anda Célio Silva, ex-zagueiro do Corinthians?
"Canhão" marcou época com seus chutes potentes e gols de falta pelo Corinthians.

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Nascido em 20 de maio de 1968, em Miracema (RJ), Vagno Célio do Nascimento Silva construiu uma carreira marcada por força, raça e precisão. Formado nas categorias de base do Americano de Campos, destacou-se ainda jovem por sua postura séria e pelo chute poderoso — uma característica que o acompanharia por toda a vida no futebol brasileiro. O Lance! te conta por onde anda Célio Silva.
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Seu talento o levou rapidamente ao Vasco da Gama, onde começou a ganhar projeção nacional. No clube carioca, entre 1988 e 1990, conquistou títulos importantes, como o Campeonato Brasileiro de 1989 e o Carioca de 1988, além de torneios internacionais como o Ramón de Carranza, na Espanha. Foi o início de uma trajetória sólida, que o colocaria entre os melhores zagueiros do país no início da década de 1990.
Em 1991, Célio transferiu-se para o Internacional, de Porto Alegre, onde viveu um dos melhores momentos da carreira. Foi bicampeão gaúcho (1991 e 1992) e levantou a Copa do Brasil de 1992, sendo um dos pilares de um time que combinava juventude e experiência. Sua capacidade de bater na bola com violência o transformou em um perigo constante nas cobranças de falta — e em um nome temido pelos goleiros.
O desempenho chamou a atenção do Corinthians, que o contratou em 1994. E foi no Timão que Célio Silva se eternizou. Com o manto alvinegro, o zagueiro se tornou ídolo e ganhou o apelido de "Canhão do Brasileirão" após protagonizar gols antológicos em bolas paradas. Em 1995, foi peça-chave na conquista da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista, ambos sob o comando de Eduardo Amorim. Seus chutes, que chegavam a ultrapassar os 130 km/h, tornaram-se marca registrada — tanto que, à época, a Rede Globo chegou a medir sua batida em transmissões ao vivo.
Além dos títulos, Célio viveu momentos memoráveis, como o golaço de falta contra o Palmeiras em 1995 e o jogo histórico contra o Grêmio no Pacaembu, quando acertou o travessão em uma cobrança que virou folclore. O zagueiro era também líder dentro do vestiário: cobrava dos companheiros, orientava os mais jovens e transmitia a confiança de quem sabia o que fazia em campo.
Passagem pela Seleção Brasileira
A regularidade no Corinthians o levou à Seleção Brasileira, onde defendeu o time entre 1992 e 1997, somando 11 convocações oficiais. Esteve presente na conquista da Copa América de 1997, no elenco comandado por Zagallo, ao lado de nomes como Cafu, Dunga, Romário e Ronaldo. Embora não tenha disputado uma Copa do Mundo, Célio foi lembrado pela força física, pelo senso de posicionamento e pelo espírito de liderança — características que sempre valorizou.
Sua precisão nas bolas paradas também chamou atenção internacional. Em amistosos da Seleção, Célio chegou a marcar gols em cobranças que impressionaram adversários europeus, e chegou a ser cotado para clubes de Portugal e França. Jogou ainda no Caen, da Ligue 1, em passagem curta, mas importante para a consolidação de sua carreira fora do Brasil.
Os últimos anos como jogador
Depois de deixar o Corinthians em 1998, Célio Silva passou por Goiás, Flamengo, Atlético-MG e até pela Universidad Católica, do Chile. Apesar das trocas de clube, manteve o respeito e o carinho da torcida por onde passou. No Flamengo, foi campeão da Copa Mercosul e do Carioca de 1999, reforçando seu currículo vitorioso. No Atlético, levantou o Mineiro de 2000 e encerrou o ciclo de conquistas nacionais.
Em 2002, retornou ao Americano, seu clube formador, para encerrar oficialmente a carreira, fechando o ciclo onde tudo começou. Foram quase duas décadas de dedicação, conquistas e a certeza de ter deixado um legado.
Por onde anda Célio Silva
Desde que pendurou as chuteiras, Célio Silva (@celiosilvaofc) manteve viva a relação com o futebol. Em 2009, estreou como treinador no Tupy-ES, conquistando a Copa Metropolitana, e passou também por São Mateus, Londrina, Paulista (Sub-20) e Noroeste (Sub-20). Apesar de nunca ter comandado grandes clubes, o ex-zagueiro encontrou na base e nos projetos sociais a verdadeira motivação para seguir no esporte.
Atualmente, Célio se dedica a projetos sociais voltados a jovens em situação de vulnerabilidade, unindo futebol, educação e cidadania. Através de uma parceria com a empresa Art Sports, em São Paulo, participa de programas de formação que utilizam o esporte como ferramenta de inclusão e transformação social. É presença frequente em eventos beneficentes e partidas de ex-jogadores, sempre com o mesmo entusiasmo e carisma que mostrava dentro de campo.
Mesmo longe das grandes arenas, o "Canhão do Brasileirão" continua sendo lembrado por torcedores e cronistas esportivos como um dos maiores batedores de falta da história recente. Seus gols de longa distância — especialmente os marcados com a camisa do Corinthians — seguem viralizando nas redes sociais, lembrando uma era em que os zagueiros também decidiam jogos.
Hoje, aos 57 anos, Célio Silva leva uma vida mais tranquila, dividindo o tempo entre o trabalho social, eventos esportivos e a família. Seu nome permanece vivo no imaginário do torcedor brasileiro, como símbolo de força, dedicação e amor pelo futebol.
Clubes em que Célio Silva jogou
- Americano (1987)
- Vasco da Gama (1988–1990)
- Internacional (1991–1993)
- Caen-FRA (1993–1994)
- Corinthians (1994–1998)
- Goiás (1998)
- Flamengo (1999)
- Atlético-MG (2000)
- Universidad Católica-CHI (2001)
- Americano (2002–2003)
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