Maior goleada da história do Santos
Santos tem duas vitórias por 12 a 1 — uma em 1927 e a outra em 1959.

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O Santos Futebol Clube é sinônimo de ataque, espetáculo e gols. Desde a sua fundação, em 1912, o clube da Vila Belmiro construiu uma reputação inconfundível: a de ser o time que melhor interpreta o futebol ofensivo no Brasil. Décadas antes de Pelé, Neymar e Robinho, o Santos já exibia uma vocação natural para o gol — e suas duas maiores goleadas oficiais, ambas por 12 a 1, são provas incontestáveis dessa essência. O Lance! relembra a maior goleada da história do Santos.
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Maior goleada da história do Santos
A primeira delas aconteceu em 3 de maio de 1927, contra o Ypiranga, pelo Campeonato Paulista, em plena Vila Belmiro. A segunda viria 32 anos depois, em 19 de novembro de 1959, diante da Ponte Preta, também pelo Paulistão, no mesmo estádio. Em comum, os dois resultados revelam o poder ofensivo do Santos em momentos-chave da sua história — o primeiro, na fase de crescimento do clube; o segundo, às vésperas de se tornar um dos maiores times do planeta.
Essas goleadas não são apenas recordes. Elas são marcos simbólicos que ajudam a entender a identidade santista. O clube nasceu e se consolidou com a ideia de que o futebol deve ser jogado de forma alegre, ofensiva e criativa. Nos anos 1920 e 1950, o Santos já aplicava essa filosofia de forma prática, encantando torcedores e assustando adversários.
Com o passar das décadas, a imagem do Santos se confundiu com a do futebol arte. Mas o embrião desse estilo — que conquistaria o mundo nos tempos de Pelé — já estava presente naqueles placares históricos.
1927: o primeiro 12 a 1 e o surgimento do estilo santista de jogar
Em 1927, o futebol paulista vivia uma era de expansão. O Santos, fundado apenas 15 anos antes, ainda buscava espaço entre as grandes equipes da capital. O Campeonato Paulista reunia clubes tradicionais como Corinthians, Palestra Itália e São Paulo da Floresta, e os santistas queriam mostrar que o litoral também podia ser potência.
Naquele 3 de maio de 1927, o Santos recebeu o Ypiranga na Vila Belmiro e aplicou uma das maiores goleadas já registradas no futebol paulista: 12 a 1. Foi um jogo de domínio absoluto, com o ataque santista funcionando como uma engrenagem precisa. O destaque foi o atacante Feitiço, que marcou seis gols e escreveu seu nome na história do clube.
A vitória teve enorme repercussão. A imprensa da época descreveu o jogo como "uma exibição de arte e poderio ofensivo jamais vista na Vila". O Santos havia mostrado, ainda nos primórdios do futebol profissional, a característica que o acompanharia para sempre: o prazer de atacar e encantar.
1959: o massacre sobre a Ponte Preta e o prenúncio da Era Pelé
Trinta e dois anos depois, o Santos já era um clube consolidado e em ascensão nacional. A década de 1950 marcou o início da Era de Ouro, com a revelação de craques como Pelé, Pepe, Coutinho, Dorval e Zito. O time de 1959 já dava sinais de que seria imbatível nos anos seguintes — e a goleada sobre a Ponte Preta, por 12 a 1, foi a prova mais contundente desse poder ofensivo.
O jogo foi disputado em 19 de novembro de 1959, no Campeonato Paulista. Pelé, então com 19 anos, marcou seis gols e comandou o massacre. O Santos jogou com intensidade do início ao fim, sem diminuir o ritmo, e transformou o duelo em um espetáculo de futebol ofensivo.
O resultado não apenas igualou o recorde de 1927, como mostrou ao país que o Santos estava prestes a iniciar um período de hegemonia jamais visto. O ano seguinte, 1960, seria o início de uma sequência de títulos que levaria o clube ao topo do futebol mundial.
Os protagonistas de duas eras e a continuidade da tradição santista
As duas maiores goleadas da história do Santos, separadas por três décadas, representam gerações diferentes, mas um mesmo ideal: o futebol bonito, leve e letal. O time de 1927, com Feitiço, Camarão e Araken Patusca, construiu as bases do estilo santista. Já o de 1959, com Pelé, Pepe e Coutinho, transformou esse estilo em espetáculo global.
Enquanto o primeiro time fazia do ataque uma demonstração de bravura, o segundo o transformava em arte. O Santos de Pelé foi herdeiro direto da ousadia dos anos 1920. E o público da Vila Belmiro, acostumado a ver gols desde os primórdios, reconhecia naquela equipe a continuidade de uma tradição: a de que jogar bem significava, antes de tudo, atacar.
A Vila Belmiro como templo do gol e símbolo da identidade do Santos
Não é coincidência que ambas as goleadas tenham acontecido na Vila Belmiro, o estádio mais icônico da história do Santos. Desde sua inauguração em 1916, o local foi palco de alguns dos maiores espetáculos de futebol já vistos no Brasil. Foi ali que nasceram as lendas, onde Pelé marcou seu milésimo gol e onde o time eternizou o conceito de futebol-arte.
O 12 a 1 sobre o Ypiranga e o 12 a 1 sobre a Ponte Preta simbolizam esse elo entre estádio e identidade. A Vila é o palco do improviso, da ousadia e do ataque. Quando o Santos entra em campo ali, há uma expectativa natural por espetáculo — e essas goleadas são a origem desse sentimento.
O legado da maior goleada da história do Santos e o DNA do futebol-arte
Os dois 12 a 1 não são apenas recordes históricos; são a representação de um estilo que moldou o futebol brasileiro. O Santos mostrou, desde cedo, que vencer e encantar não eram objetivos incompatíveis. Seu legado é o de quem ensinou que o gol é mais do que um resultado — é uma expressão de arte.
Mais de 60 anos depois da goleada sobre a Ponte Preta, e quase um século após o massacre sobre o Ypiranga, o Santos segue sendo reconhecido como o time dos gols, da técnica e da alegria. Pelé eternizou essa filosofia, mas ela nasceu muito antes, nas vitórias que revelaram o DNA santista: o prazer de jogar bonito e vencer com brilho.
Um clube forjado em gols e história
As maiores goleadas do Santos são mais do que marcos esportivos — são pilares de uma identidade. Elas revelam um clube que construiu sua grandeza com a bola nos pés, apostando na ousadia e no talento. Do 12 a 1 de Feitiço ao 12 a 1 de Pelé, o Santos sempre foi o time que fez do ataque uma arte.
Essas vitórias imortais ajudaram a escrever o primeiro capítulo do futebol espetáculo que, anos depois, encantaria o mundo. E, mesmo após tantas conquistas, uma verdade permanece: o Santos nunca precisou escolher entre vencer e encantar — sempre fez as duas coisas ao mesmo tempo.
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