Defender com linha de 5 no futebol: veja vantagens e desvantagens
Defesa com linha de 5 oferece solidez e versatilidade, mas exige disciplina.

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A defesa com linha de 5 — também conhecida como sistema de três zagueiros e dois alas — é uma das tendências mais marcantes do futebol moderno. Apesar de ser associada por muitos a uma postura defensiva, a verdade é que ela pode ser extremamente ofensiva, dependendo da abordagem do treinador e das características dos jogadores. O Lance! explica como defender com linha de 5 no futebol.
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Na teoria, o esquema parte de uma base com três zagueiros centrais, dois alas (que atuam como laterais na fase defensiva e como pontas na ofensiva), dois ou três meio-campistas e dois ou três atacantes. É uma variação que pode aparecer em formações como 5-3-2, 3-5-2, 5-4-1 ou até 3-4-3, mudando de acordo com a fase do jogo.
Historicamente, a linha de 5 teve momentos de protagonismo. Na Copa do Mundo de 1982, a Itália de Enzo Bearzot usava três zagueiros fixos com laterais que avançavam. Nos anos 90, o esquema ganhou força na Europa, com times italianos explorando a solidez defensiva. Mais recentemente, treinadores como Antonio Conte, Thomas Tuchel e Lionel Scaloni adaptaram a linha de 5 para pressionar alto e explorar transições rápidas, tornando-a moderna e competitiva.
Defender com linha de 5 no futebol: estrutura
Fase defensiva
A principal característica é a presença de três zagueiros centrais, oferecendo cobertura constante nas infiltrações e maior segurança contra contra-ataques. Os alas recuam para formar a linha de 5, fechando espaços laterais e forçando o adversário a jogar por dentro.
Essa estrutura cria superioridade numérica contra ataques que utilizam dois centroavantes ou atacantes móveis, pois sempre haverá sobra defensiva. Além disso, os zagueiros laterais podem sair para pressionar na lateral sem comprometer a cobertura central.
Fase ofensiva
Na saída para o ataque, os alas avançam e transformam a linha de 5 em uma linha de 3 zagueiros, liberando amplitude no campo. Os meio-campistas ganham liberdade para apoiar, e a equipe pode criar superioridade numérica no meio ou nas pontas.
Muitos técnicos usam essa estrutura para liberar alas ofensivos, como fez Conte na Juventus com Lichsteiner e Asamoah, ou Tuchel no Chelsea com Reece James e Ben Chilwell.
Vantagens da linha de 5
- Sólida cobertura defensiva: Sempre há sobra na marcação, o que dificulta penetrações pelo meio.
- Flexibilidade nas transições: Permite alternar rapidamente entre 5-3-2, 3-5-2 e até 3-4-3.
- Proteção contra bolas longas: Com mais jogadores no último terço, o time sofre menos em jogadas diretas.
- Alas com liberdade: Quando bem treinados, os alas tornam-se armas ofensivas decisivas.
Desvantagens da linha de 5
- Requer condicionamento físico alto: Alas precisam cobrir grande distância constantemente.
- Risco de recuo excessivo: Equipes mal treinadas podem se fechar demais e perder posse.
- Menor presença ofensiva pelo centro: Se o meio não for povoado, pode faltar conexão entre defesa e ataque.
- Necessidade de entrosamento: Erros de posicionamento entre zagueiros e alas podem abrir espaços perigosos.
Exemplos históricos e recentes
- Itália (Euro 2020): Utilizou linha de 5 em alguns jogos para segurar vantagens e explorar contra-ataques.
- Chelsea (Tuchel, 2021): Campeão da Champions League com 3 zagueiros e alas ofensivos, dominando transições.
- Atlético de Madrid (Simeone): Alterna entre linha de 4 e 5 para se defender com intensidade e atacar com rapidez.
Adaptação no futebol brasileiro
No Brasil, a linha de 5 ainda é vista com certo preconceito, muitas vezes associada a um estilo “retrancado”. Porém, técnicos como Abel Ferreira (Palmeiras) e Fernando Diniz (em momentos específicos) já usaram o sistema para ganhar vantagem tática.
Times que têm alas velozes e resistência física podem transformar a linha de 5 em um esquema ofensivo mortal, explorando transições rápidas e superioridade numérica nas pontas.
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