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Campeões de um só título na F1: relembre os nomes surpreendentes

Os 17 campeões de um único título e as histórias por trás de cada conquista.

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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 07/12/2025
09:02
Atualizado há 1 minutos
Kimi Raikkonen Ferrari 2007
imagem cameraNigel Mansell, Kimi Räikkönen (foto), Jenson Button e Nico Rosberg: talentos gigantes que “só” conquistaram um título mundial de Fórmula 1. (Foto: Acervo Lance!)

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A Fórmula 1 possui 17 campeões de um só título, que alcançaram o topo em condições únicas, mas não repetiram o sucesso posteriormente.
Esses campeões, como Nigel Mansell e Kimi Räikkönen, mostram que o automobilismo é um esporte de detalhes, oportunidades e circunstâncias que podem mudar rapidamente.
A história dos campeões de um título revela que a grandeza na F1 não é apenas medida em números, mas também em talento, timing e a capacidade de vencer em um contexto competitivo.
Resumo supervisionado pelo jornalista!

A história da Fórmula 1 costuma ser contada pelos gigantes multicampeões: Fangio, Schumacher, Hamilton, Prost, Vettel, Verstappen. Mas existe um outro grupo, tão fascinante quanto, formado pelos pilotos que chegaram ao topo do mundo apenas uma vez. Eles são os campeões de um só título na F1, donos de temporadas perfeitas, contextos únicos ou janelas raríssimas em que tudo deu certo – e nunca mais se repetiu. O Lance! apresenta os campeões de um só título na F1.

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Ser campeão mundial de Fórmula 1 uma única vez não é "pouco": é atravessar um funil em que poucos entram e quase ninguém passa. Em muitos casos, esses pilotos esbarraram em dinastias rivais, perderam terreno na mudança de regulamento ou simplesmente nunca mais tiveram um carro tão competitivo. Em outros, decidiram parar no auge ou foram vítimas de circunstâncias trágicas.

Da era romântica dos anos 1950 e 1960 até o domínio das grandes montadoras e equipes de fábrica no século XXI, esses campeões de um título ajudam a explicar como a F1 é um esporte de detalhes. Um acerto de regulamento, uma inovação técnica temporária, uma combinação perfeita entre piloto e equipe ou até uma rivalidade interna no limite podem criar o cenário ideal para um único golpe de mestre.

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Alguns nomes parecem "naturais" nessa lista, como pioneiros de décadas passadas que tiveram sua chance única em temporadas imprevisíveis. Outros, porém, chocam à primeira vista: Nigel Mansell, Kimi Räikkönen, Jenson Button, Nico Rosberg e Jacques Villeneuve são pilotos que, por talento e contexto, muitos imaginavam vendo com dois ou três títulos – mas a história decidiu diferente.

A seguir, você confere a lista completa dos campeões de um só título da F1 até 2024, os casos mais surpreendentes, os campeões com histórias únicas e o que esse grupo revela sobre a natureza implacável da categoria máxima do automobilismo.

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Campeões de um só título na F1

Pelos dados oficiais da Fórmula 1, até o fim da temporada 2024 há 17 pilotos que conquistaram exatamente um campeonato mundial de pilotos.

Lista dos campeões de um título único na F1:

  • Giuseppe “Nino” Farina – campeão em 1950, pela Alfa Romeo
  • Mike Hawthorn – campeão em 1958, pela Ferrari
  • Phil Hill – campeão em 1961, pela Ferrari
  • John Surtees – campeão em 1964, pela Ferrari
  • Denny Hulme – campeão em 1967, pela Brabham
  • Jochen Rindt – campeão em 1970, pela Lotus (título póstumo)
  • James Hunt – campeão em 1976, pela McLaren
  • Mario Andretti – campeão em 1978, pela Lotus
  • Jody Scheckter – campeão em 1979, pela Ferrari
  • Alan Jones – campeão em 1980, pela Williams
  • Keke Rosberg – campeão em 1982, pela Williams
  • Nigel Mansell – campeão em 1992, pela Williams
  • Damon Hill – campeão em 1996, pela Williams
  • Jacques Villeneuve – campeão em 1997, pela Williams
  • Kimi Räikkönen – campeão em 2007, pela Ferrari
  • Jenson Button – campeão em 2009, pela Brawn GP
  • Nico Rosberg – campeão em 2016, pela Mercedes

Em comum, todos tiveram uma temporada em que o conjunto piloto + carro + equipe + regulamento se alinhou de forma quase perfeita. Mas, em muitos casos, esse alinhamento foi curto: durou um ano, um ciclo técnico ou até meia temporada de domínio absoluto.

Campeões de um só título na F1 que mais causaram surpresa

Entre os 17 campeões de um só título, alguns nomes chamam atenção por tudo aquilo que fizeram além do ano de glória – e que, mesmo assim, não rendeu um segundo campeonato. São pilotos que viveram anos de vice, temporadas de domínio parcial ou carreiras cercadas de expectativa.

Nigel Mansell (1992, Williams)

Poucos pilotos simbolizam tanto a palavra "agressividade" quanto Nigel Mansell. Após bater na trave em 1986 e 1987, perder títulos por detalhes e sofrer com quebras dramáticas, o britânico finalmente teve um carro praticamente imbatível em 1992: a Williams FW14B, um dos carros mais avançados da história, com suspensão ativa e eletrônica de ponta.

Mansell dominou o campeonato de forma avassaladora, quebrando recordes de poles e vitórias na mesma temporada. Ainda assim, todo esse talento e velocidade se traduziram em apenas um título. Disputas internas, decisões de carreira e o peso de enfrentar eras fortíssimas na F1 ajudaram a transformar Mansell em um dos "one-time champions" mais emblemáticos da categoria.

Damon Hill (1996, Williams)

Filho do bicampeão Graham Hill, Damon Hill carregava o peso do sobrenome e a missão quase impossível de suceder a Ayrton Senna na Williams em 1994. Depois de duelos intensos (e polêmicos) com Michael Schumacher em 1994 e 1995, ele finalmente conquistou o título em 1996, em uma temporada mais "limpa" e consistente.

O curioso é que, após o título, Hill nunca mais voltou a ter um carro capaz de brigar pelo campeonato. Transferiu-se para equipes menos competitivas e deixou a F1 poucos anos depois, consolidando-se como um campeão de trajetória curta no topo – mas com um ano perfeito que garantiu seu lugar definitivo na história.

Jacques Villeneuve (1997, Williams)

Campeão em seu segundo ano na Fórmula 1, Jacques Villeneuve parecia perfeitamente encaminhado para uma carreira multicampeã. Filho de Gilles Villeneuve, ídolo ferrarista, ele chegou à F1 já com status de estrela da Indy e das 500 Milhas de Indianápolis. Em 1997, travou uma batalha histórica com Schumacher e levou a melhor no controverso duelo em Jerez, quando o alemão tentou tirá-lo da pista e acabou desclassificado do campeonato.

A partir de 1998, porém, Villeneuve nunca mais teve um carro no mesmo nível da Williams campeã de 1997. Mudanças de regulamento, escolhas de equipe discutíveis e projetos pouco competitivos transformaram seu título em um pico isolado na carreira.

Kimi Räikkönen (2007, Ferrari)

Vice em 2003 e 2005 pela McLaren, Kimi Räikkönen surgiu como um dos talentos mais naturais de sua geração, com velocidade bruta e estilo arrojado. Quando chegou à Ferrari, em 2007, parecia questão de tempo até acumular títulos.

Naquela temporada, porém, tudo conspirou para um enredo único: Hamilton e Alonso se autodestruíram em uma guerra interna na McLaren, e Kimi aproveitou a brecha. Virou o campeonato na última corrida, no Brasil, superando os dois por um ponto e garantindo seu único título mundial. Depois disso, os carros da Ferrari perderam terreno em relação às rivais, e o finlandês nunca mais teve um pacote tão completo para repetir a façanha – embora siga sendo um dos pilotos mais populares da era moderna.

Jenson Button (2009, Brawn GP)

A história de Jenson Button em 2009 parece roteiro de filme: a Honda abandona a F1 ao fim de 2008, Ross Brawn compra a estrutura, nasce a Brawn GP, considerada praticamente "morta" antes de começar. Mas o carro, fruto de um projeto iniciado ainda na Honda, aparece com uma interpretação genial do novo regulamento aerodinâmico – o famoso difusor duplo.

Button vence seis das sete primeiras corridas, abre uma vantagem enorme e, apesar da queda de rendimento na segunda metade do ano, administra a liderança até garantir seu único título. Após 2009, ele ainda teve boas temporadas pela McLaren, mas jamais voltou a ter um carro tão dominante logo no início do campeonato. Sua taça é o símbolo perfeito de uma janela de oportunidade única.

Nico Rosberg (2016, Mercedes)

Durante anos, Nico Rosberg viveu à sombra de Lewis Hamilton dentro da Mercedes. Vice em 2014 e 2015, ele parecia condenado ao papel de coadjuvante em uma era de domínio absoluto da equipe alemã. Em 2016, porém, Rosberg mudou a abordagem: preparou-se mentalmente, começou a temporada vencendo quatro corridas seguidas e, mesmo diante da reação de Hamilton, manteve a consistência necessária para chegar a Abu Dhabi na liderança.

Em uma final tensa, com Hamilton tentando manipular o ritmo para provocar ultrapassagens, Rosberg manteve a calma, cruzou a linha em segundo e garantiu o título. Cinco dias depois, chocou o mundo ao anunciar sua aposentadoria imediata. Ao sair no auge, ele decidiu, na prática, que seria para sempre um campeão de um título só – e exatamente por isso sua história é tão singular.

Casos absolutamente únicos: Jochen Rindt e John Surtees

Entre os campeões de um só título há dois nomes que fogem completamente da curva: Jochen Rindt e John Surtees.

Jochen Rindt (Lotus, 1970) é até hoje o único campeão póstumo da F1. Dominando a temporada com a Lotus em 1970, ele faleceu em um acidente durante os treinos em Monza. Mesmo ausente das últimas corridas, seus rivais não conseguiram alcançá-lo em pontos, e o austríaco foi declarado campeão após o fim do campeonato. Sua conquista é, ao mesmo tempo, uma celebração de talento e um lembrete brutal do risco que a F1 representava naquela era.

Já John Surtees (Ferrari, 1964) é dono de um feito que provavelmente nunca será repetido: é o único campeão mundial tanto em motos quanto em Fórmula 1. Antes de chegar aos monopostos, Surtees foi quatro vezes campeão mundial na categoria máxima do motociclismo (500cc/MotoGP). Em 1964, coroou a transição perfeita ao conquistar o título da F1 com a Ferrari. Sua condição de "campeão de um só título" na F1 é enganosa: ele é, na verdade, um dos competidores mais completos da história do esporte a motor.

O que os campeões de um título revelam sobre a Fórmula 1

Olhar para a lista de campeões de um só título é entender a F1 como um esporte de oportunidades raras. Muitas vezes, o carro perfeito existe por uma temporada, uma combinação específica de regulamento, motor e aerodinâmica que não se repete. Em outras ocasiões, o piloto decide parar no auge, como Nico Rosberg, ou nunca mais encontra um projeto competitivo como aquele que o levou ao topo.

Esses campeões também desmentem a ideia de que apenas números definem grandeza. Nigel Mansell, Kimi Räikkönen, Button, Villeneuve, Hunt, Keke Rosberg e tantos outros provaram, em seus anos mágicos, que eram capazes de enfrentar e derrotar os melhores do mundo. O fato de terem "só" um título não diminui o peso de terem sido, ao menos uma vez, o número 1 do planeta em um dos esportes mais competitivos que existem.

No fim, a história dos campeões de um só título é a história de temporadas em que tudo deu certo na medida exata: talento, timing, equipe, regulamento, confiabilidade, estratégia e, muitas vezes, uma pitada de caos. E é justamente essa mistura de imprevisibilidade com excelência que faz da Fórmula 1 um esporte tão viciante para quem acompanha cada volta.

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