Como funciona a zona de revezamento no atletismo? Veja quando a troca do bastão é válida
Entenda as regras para a troca do bastão nas corridas de revezamento.

- Matéria
- Mais Notícias
As corridas de revezamento são algumas das provas mais emocionantes do atletismo, exigindo não apenas velocidade, mas também sincronia perfeita entre os atletas. A passagem do bastão é o momento mais delicado dessas disputas no esporte, sendo responsável por vitórias históricas, mas também por eliminações frustrantes — até mesmo entre favoritos ao pódio. Como funciona a zona de revezamento no atletismo? O Lance! explica.
Relacionadas
➡️ Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte
Apesar de parecer simples à primeira vista, a troca do bastão nas provas de 4x100m e 4x400m é regida por regras rígidas estabelecidas pela World Athletics (antiga IAAF). A principal delas diz respeito à zona de revezamento, um trecho delimitado da pista onde a passagem deve obrigatoriamente acontecer. Qualquer erro de posicionamento ou antecipação pode comprometer o desempenho da equipe ou até gerar desclassificação imediata.
Por isso, equipes treinam exaustivamente a troca, muitas vezes mais do que a própria corrida. O momento do passe exige confiança, tempo de reação preciso e coordenação técnica. O menor erro pode significar a perda de centésimos preciosos — ou de toda a competição.
Neste texto, você vai entender como funciona a zona de revezamento, qual é a extensão permitida para a troca do bastão e o que diz a regra em casos de erro na transição entre os atletas.
Como funciona a zona de revezamento no atletismo?
A zona de revezamento é um trecho da pista com 30 metros de comprimento, onde obrigatoriamente deve ocorrer a troca do bastão entre os corredores. Essa zona está devidamente demarcada com linhas brancas, visíveis na pista, e sua medição começa a partir da linha inicial da área, estendendo-se por 30 metros no sentido da corrida.
Até 2017, a zona de revezamento nas provas de 4x100m era de apenas 20 metros, com mais 10 metros de “zona de aceleração” anteriores. Porém, para evitar erros de interpretação e tornar a regra mais clara, a World Athletics unificou esse espaço em uma única zona válida de 30 metros — sem mais divisão entre zona de aceleração e zona de troca. Isso vale tanto para o revezamento 4x100m quanto para o 4x400m.
A principal exigência da regra é que o bastão deve ser passado de um atleta para o outro dentro desses 30 metros. Se a troca ocorrer antes da linha inicial ou após a linha final da zona, a equipe é automaticamente desclassificada. O mesmo acontece se o bastão for derrubado e não for recuperado de forma legal, ou se houver qualquer tipo de obstrução ou interferência durante o passe.
Nas provas de 4x100m, o tempo de reação e a precisão são ainda mais cruciais, já que os atletas atingem velocidades máximas e não há tempo para ajustes. O corredor que recebe o bastão normalmente começa a correr antes de recebê-lo, dentro da própria zona, enquanto o que está chegando deve cronometrar o passe no exato momento. Muitos utilizam comandos vocais, como gritos ou palavras-chave, para coordenar a entrega.
Já nas provas de 4x400m, o passe tende a ser mais controlado e feito com atletas menos próximos da velocidade máxima, já que a resistência conta mais do que o sprint. Mesmo assim, a troca fora da zona ou uma falha no encaixe do bastão também pode resultar em penalizações.
Um detalhe importante é que o bastão em si é o objeto de referência: o que importa para a legalidade da troca é se o bastão ainda está dentro da zona no momento em que passa de uma mão para a outra — não a posição dos atletas. Ou seja, mesmo que os dois corredores estejam parcialmente fora da zona, se o bastão estiver dentro do limite no momento da passagem, a troca é válida.
Além disso, a zona de revezamento é usada exclusivamente para a troca — não há margem para desaceleração ou correções posteriores. É comum ver equipes cometendo erros ao tentar ajustar o movimento fora da zona, o que automaticamente leva à desclassificação.
Treino repetitivo
Equipes olímpicas e profissionais treinam a troca por meses antes de grandes competições, ajustando detalhes como o número de passadas até o ponto ideal, o posicionamento dos braços, a altura da entrega e o comando de voz. A eficiência nesse processo pode garantir uma vitória mesmo contra adversários mais rápidos.
Por fim, embora cada equipe seja composta por quatro atletas, muitas levam reservas para o caso de lesões ou ajustes táticos. Substituições, no entanto, só podem ser feitas antes da prova — uma vez iniciada, a sequência de corredores deve seguir conforme definida, respeitando a ordem e as regras da zona de revezamento.
Tudo sobre
- Matéria
- Mais Notícias