Como funciona a regra do toque na trave nos saltos ornamentais?
Contato com a plataforma ou trampolim pode causar anulação do salto.

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Os saltos ornamentais estão entre as modalidades mais técnicas e rigorosas dos esportes aquáticos. A pontuação depende de movimentos quase perfeitos, domínio corporal no ar e entrada limpa na água, com o menor respingo possível. Dentro desse alto nível de exigência, há uma série de regras que determinam o sucesso ou a anulação de uma tentativa — e entre elas está a regra do toque na trave, que pode levar a nota zero. Como funciona a regra do toque na trave nos saltos ornamentais? O Lance! explica.
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O termo “trave” é frequentemente utilizado de forma genérica por torcedores ou comentaristas para se referir à estrutura da plataforma ou trampolim. No contexto oficial, o contato com essas estruturas durante a execução do salto pode ser considerado falta grave. Quando o contato compromete o salto ou põe em risco a integridade do atleta, ele pode resultar em eliminação da rodada ou nota zerada, conforme previsto nas regras da Federação Internacional de Natação (World Aquatics, ex-FINA).
Ao contrário do que muitos imaginam, nem todo toque físico gera automaticamente uma nota zero. A avaliação leva em conta o momento do contato, a forma como ele ocorre e o impacto técnico sobre o salto. Um pequeno roçar involuntário pode passar despercebido, enquanto uma batida evidente pode invalidar completamente a apresentação.
A seguir, você vai entender como funciona a regra do toque na trave nos saltos ornamentais, em que situações a nota é zerada, quais são os critérios de avaliação dos juízes e como a segurança e a técnica influenciam diretamente no julgamento.
Como funciona a regra do toque na trave nos saltos ornamentais?
Nas competições oficiais de saltos ornamentais — tanto em trampolim (1m ou 3m) quanto em plataforma (5m, 7,5m e 10m) —, o atleta precisa realizar todo o movimento do salto sem contato com a estrutura física da instalação após o momento de decolagem. Isso inclui:
- Toque na borda do trampolim após o impulso
- Encostar na lateral da plataforma durante o voo
- Bater com a mão ou pé na superfície fixa do suporte
- Tropeçar na saída e acabar tocando com o corpo na estrutura
Esses casos são considerados erros graves, e, se caracterizados como “toque indevido”, podem acarretar nota zero para o salto — independentemente da qualidade da entrada na água ou da execução no ar.
A regra geral da World Aquatics determina que, se o contato for claro, visível e comprometer a execução do salto, o salto será anulado, resultando em pontuação nula pelos juízes. O contato pode ocorrer por falha de impulsão, erro de cálculo da distância, perda de equilíbrio ou falta de espaço para a rotação.
Em que situações o toque na trave anula o salto?
Nem todo contato físico com a estrutura resulta automaticamente em nota zero. Os juízes avaliam o contexto em que o toque ocorreu. As situações que geralmente resultam em anulação são:
1. Batida acidental com o corpo após a decolagem da trave
Se o atleta bater com os pés, mãos ou outra parte do corpo na lateral ou base da estrutura depois de ter deixado o trampolim ou plataforma, isso é considerado contato indevido durante o salto. Em geral, a pontuação é zerada porque o toque compromete a execução e representa risco ao atleta.
2. Perda de equilíbrio e apoio na plataforma
Em saltos de plataforma, caso o atleta desequilibre e tente se apoiar na borda ou use a mão para manter o controle após iniciar o movimento, o salto é automaticamente considerado inválido. Isso configura interferência externa na execução.
3. Tropeço ou desequilíbrio na fase de saída da trave
Se o atleta tropeça antes de saltar e toca no trampolim ou estrutura ao tentar recuperar o salto, isso também é considerado erro grave. Mesmo que consiga finalizar o movimento, o salto é anulado, já que a execução correta não foi respeitada desde o início.
4. Erro técnico visível com contato sonoro ou visual
Quando há som audível de contato ou impacto claramente visível pelas câmeras e árbitros de linha na trave, não há margem para interpretação: o salto recebe nota zero. Esse tipo de contato geralmente é notado por toda a banca de juízes, especialmente em competições de alto nível.
Quando o toque não anula o salto?
Existem situações em que o atleta encosta levemente na estrutura da trave durante a preparação, mas o contato não ocorre depois do impulso inicial. Nesses casos, o toque pode ser desconsiderado, desde que:
- Não interfira diretamente na execução
- Não represente risco à segurança
- Não seja visível nem audível para os juízes
Por exemplo, escorregar brevemente com o pé durante o posicionamento ou ajustar o corpo antes da impulsão não configura infração, desde que o salto seja executado corretamente.
Em eventos como os Jogos Olímpicos ou Campeonatos Mundiais, é comum que o replay seja utilizado para revisar esse tipo de lance, especialmente se houver dúvidas entre os jurados sobre o momento e o tipo de contato.
Como a pontuação é definida após um toque?
Quando o toque na trave é considerado grave o suficiente para invalidar a execução, os juízes atribuem nota zero. Isso é diferente de um salto mal executado que recebe notas baixas (como 2,0 ou 3,0). A nota zero só é aplicada quando o salto não cumpre os requisitos mínimos de validade, como:
- Contato com a estrutura
- Entrada na água sem execução completa
- Salto iniciado fora do tempo autorizado
- Desistência ou parada antes da decolagem
No sistema oficial, a nota zero elimina o salto daquela rodada, prejudicando o somatório geral do atleta ou da dupla (em saltos sincronizados).
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