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Quem lucra? Entenda os negócios por trás da venda de mandos de campo

Prática comum no futebol brasileiro levanta dúvidas sobre transparência e elitização

Estádio Castelão - Maranhão
imagem cameraEstádio Castelão, no Maranhão, será palco de Botafogo-PB x Flamengo (Foto: Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 01/05/2025
09:40

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A venda de mandos de campo virou uma prática recorrente no futebol brasileiro - especialmente nos Estaduais e na Copa do Brasil. Clubes de menor expressão topam enfrentar gigantes como Flamengo, Corinthians ou Palmeiras em estádios longe de suas casas. O que antes era tratado como decisão técnica ou estratégica, hoje virou um verdadeiro negócio. Mas quem realmente ganha com isso?

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O caso mais recente foi o do Botafogo-PB, que vendeu o mando da partida contra o Flamengo por cerca de R$ 6 milhões. O jogo, que deveria acontecer em João Pessoa, será disputado no Castelão, em São Luís (MA), nesta quinta-feira (1). Oficialmente, o valor será usado em investimentos estruturais. Mas o modelo por trás desse negócio vai muito além de um simples acordo entre clubes.

🤔 Afinal, quem compra esses mandos?

Na prática, o clube “vende” o mando para um agente intermediário, um empresário que fica com o risco (e o potencial lucro) do evento. Esse agente garante ao clube uma cota fixa — digamos, R$ 1 milhão — e passa a ser o responsável por organizar o jogo, alugar o estádio, emitir ingressos e definir os preços.

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Esse empresário busca lucros altos com bilheteria, geralmente inflacionando os preços dos ingressos. E, claro, leva o jogo para onde sabe que o time adversário tem uma base forte de torcedores — o que explica por que tantos clubes pequenos jogam contra os grandes em estados distantes. No fim, o “mandante” joga como visitante em campo neutro (ou hostil).

💰 Lucro sem camisa e sem identidade

O maior problema dessa engrenagem é que o lucro final muitas vezes nem fica com o clube. Quem fatura de verdade são empresários que, em tese, não agregam valor ao futebol, apenas intermediam o jogo e maximizam o retorno financeiro. O clube vende o mando por segurança financeira imediata, mas abre mão de uma receita que poderia ser maior se assumisse o risco sozinho.

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Além disso, não há transparência. Como destacou o jornalista Rodrigo Capelo em coluna recente, os nomes dos intermediários raramente vêm a público, e a CBF não regula a prática. Tudo acontece às sombras, sem prestação de contas nem regras claras. Torcedores são colocados em segundo plano, e muitos pagam caro por jogos com pouca estrutura e conforto.

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Jogo do Flamengo reacende debate sobre venda de mandos (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

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