Imposto alto? Entenda como clubes brasileiros podem reduzir taxação no Mundial
Governo dos EUA não dará isenção fiscal; solução pode estar na criação de empresas temporárias

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Os quatro clubes brasileiros que disputarão o Mundial de Clubes — Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo — enfrentam um desafio extracampo nos bastidores: o peso da carga tributária nos Estados Unidos. A Fifa notificou as equipes de que o governo americano não concederá isenção fiscal sobre os valores recebidos durante o torneio, o que pode comprometer parte da premiação milionária.
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💸 Quanto os clubes podem perder?
A legislação dos EUA prevê uma retenção de 30% em impostos federais para entidades de países sem acordo de dupla tributação — como é o caso do Brasil. Além disso, podem incidir encargos estaduais e taxas administrativas, elevando ainda mais o custo tributário. A conta é simples: de cada US$ 1 milhão, os clubes podem ter de devolver US$ 300 mil em impostos.
📊 Premiação por desempenho no Mundial de Clubes:
(valores dos clubes sul-americanos)
- Participação: US$ 15,2 milhões (R$ 85,7 mi)
- Vitória na fase de grupos: US$ 2 mi (R$ 11,2 mi)
- Empate na fase de grupos: US$ 1 mi (R$ 5,6 mi)
- Oitavas de final: US$ 7,5 mi (R$ 42,3 mi)
- Quartas: US$ 13,1 mi (R$ 73,8 mi)
- Semifinal: US$ 21 mi (R$ 118,4 mi)
- Campeão: US$ 40 mi (R$ 225,6 mi)
💰 Total possível: US$ 102,8 mi (R$ 579,7 mi)
🧾 Qual a alternativa? Criar empresa nos EUA
A solução recomendada por consultorias jurídicas e escritórios americanos é a criação de uma empresa temporária nos Estados Unidos. Com isso, os clubes conseguem migrar do regime de retenção em fonte (30%) para a tributação sobre renda conectada a atividades nos EUA (ECI, na sigla em inglês), que permite a aplicação de alíquotas menores — em torno de 21%.
👉 O que muda com a empresa nos EUA?
- Tributação pode cair de 30% para 21%
- Receita líquida aumenta
- Contratação local permite abater despesas da operação
- Clubes mantêm autonomia jurídica no Brasil
A CBF e os clubes já vinham discutindo o tema nos bastidores, mas o Flamengo foi o primeiro a formalizar a proposta: o Conselho Deliberativo rubro-negro vota nesta terça (21) a criação de uma empresa temporária nos EUA com o objetivo exclusivo de receber e administrar os valores do torneio.
- A constituição dessa empresa é temporária e restrita à participação no torneio, sem qualquer impacto sobre a estrutura esportiva, jurídica ou operacional dos clubes no Brasil - afirma nota oficial do Flamengo.
🧠 Fluminense, Palmeiras e Botafogo avaliam alternativas
As três outras equipes brasileiras seguem em análise. Fluminense, Palmeiras e Botafogo aguardam um parecer jurídico encomendado a um escritório de advocacia nos EUA para decidir se também vão aderir ao modelo empresarial ou adotar outras estratégias fiscais.
Até o momento, não há decisão unificada entre os clubes, mas todos reconhecem o potencial prejuízo em caso de inércia.
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