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Queda de Ednaldo Rodrigues da CBF teve articulações silenciosas e virada nos bastidores

Samir Xaud deverá eleito presidente da entidade no próximo dia 25

imagem cameraEdnaldo Rodrigues perdeu apoio em menos de dois meses (Foto: Jhony Pinho/AGIF)
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Thiago Braga
São Paulo (SP)
Dia 19/05/2025
04:00

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Reeleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por aclamação, dia 24 de março deste ano, Ednaldo Rodrigues viu sua base de apoio ruir menos de dois meses após a votação.

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A fase ruim da Seleção Brasileira, que no dia seguinte à votação foi goleada pela Argentina, somada ao fato de que ele já vinha enfrentando desgaste na administração da entidade internamente, por centralizar todas as decisões, além da onda de casos de assédio moral, com funcionários relatando clima de terror, aceleram a fritura do ex-presidente da entidade, que tenta retomar o poder via uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Mas, enfraquecido, nem aliados acreditam que ele possa ter sucesso. Horas após a queda do então mandatário, o Lance! ouviu de uma fonte que articulou a primeira volta do dirigente ao cargo, em 2023, que estava na hora de “apagar” Ednaldo da história da CBF.

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Para isso, foi necessária uma rede robusta de personagens que participaram, direta ou indiretamente, da saída de Ednaldo e sacramentaram a escolha do novo presidente da CBF, Samir Xaud.

Nos bastidores da CBF, o clima que antecedeu a queda de Ednaldo Rodrigues da presidência era de desgaste e articulações discretas. Mesmo com respaldo do Supremo Tribunal Federal, que havia reconhecido a legitimidade da eleição de 2022, Ednaldo não conseguiu conter a crescente oposição interna.

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Fontes próximas ao Supremo indicam que o ministro Gilmar Mendes, responsável por uma decisão anterior que o reconduziu ao cargo, começou a dar sinais de recuo. A decisão que determinou o retorno do processo ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro foi interpretada como um gesto de distanciamento estratégico.

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O ministro, que já havia sido criticado por não se declarar impedido em julgamentos ligados à CBF — por manter vínculos com a entidade via o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) —, teria compreendido que o apoio a Ednaldo se tornava insustentável.

Na visão de um interlocutor que participou ativamente da reeleição de Ednaldo, a conjuntura política em Brasília também se mostrou hostil. Parlamentares, ministros e figuras do Executivo passaram a se incomodar com a associação à imagem do dirigente, vista como desgastada e contaminada por escândalos de má gestão.

Um fator crucial para o enfraquecimento da defesa jurídica de Ednaldo foi a saída dos advogados Pierpaolo Bottini, Igor Tamasauskas e Otávio Mazieiro, e o ex-ministro da Justiça Eduardo Cardozo, que fizeram parte da primeira defesa de Ednaldo no STF, mas não representam o dirigente na ação impetrada no Supremo após Ednaldo ser destituído do cargo.

Nem mesmo a contratação de Carlo Ancelotti, desejo de Ednaldo desde 2022, foi capaz de manter Ednaldo no cargo. Um dia após o anúncio, Ednaldo chegou a reunir presidentes de federações para demonstrar força, mas fracassou. Nem todos compareceram à reunião que ele convocou em busca de apoio, o que foi interpretado como um sinal claro de rompimento.

Dois dias depois, a Justiça do Rio de Janeiro nomeou Fernando Sarney como interventor da entidade. Sarney, vice-presidente da CBF desde o início dos anos 2000, foi figura central no processo de transição e atuou diretamente para selar a saída de Ednaldo.

Nos bastidores das federações, a movimentação pela substituição já estava em curso. Ricardo Gluck Paul, presidente da Federação Paraense de Futebol, liderou articulações com entidades dissidentes para encontrar um nome de consenso. A escolha recaiu sobre Samir Xaud, um médico de 41 anos, visto como figura externa ao núcleo tradicional da CBF e com imagem de renovação.

Com o apoio de 19 federações, a candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, foi inviabilizada, apesar do respaldo de 32 clubes das Séries A e B. A articulação final, feita com apoio decisivo de Flávio Zveiter, ex-vice-presidente da CBF e posteriormente opositor declarado de Ednaldo, selou o acordo em torno de Xaud. No sábado anterior à eleição, o novo grupo alcançou 23 adesões de federações e o suporte de dez clubes — número suficiente para impedir qualquer outra chapa de disputar o comando da CBF.

No domingo, antes mesmo de ser formalmente eleito, Samir Xaud já circulava na sede da CBF ao lado de seus oito vice-presidentes. Entre eles: Ricardo Paul, Flávio Zveiter e Fernando Sarney.

Samir Xaud, de Roraima, deve assumir a presidência da CBF (Foto: Divulgação/FRF)

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