Pitaco do Guffo: onde a Libertadores machuca de verdade
Flamengo e Internacional sofreram para se classificar para a próxima fase da competição

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No atual marco da história em que vivemos (2025, século XXI), existe uma vontade de grande parte das pessoas de evitar a frustração e o sofrimento. Além de que obviamente ninguém gosta de sofrer, a chamada “Geração Z” foi definida por autores como o psicólogo social Jonathan Heidt, como a geração que tem mais medo da frustração entre todas. Será que eles sabem onde a Libertadores machuca de verdade?
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Trago essa pergunta pois, antes dos jogos de Flamengo e Internacional na quarta-feira (28), havia uma preocupação de torcedores de ambas equipes em relação a uma possível desclassificação do torneio continental. Colorados e rubro-negros estavam intranquilos e ansiosos. Mas não aquela ansiedade normal prévia de grandes jogos, mas sim aquela certeza de que teriam que lidar com uma frustração inevitável.
Drama e tensão contra o Táchira
Um dos favoritos ao título da Libertadores, o Flamengo teve enorme dificuldades para superar o Deportivo Táchira. No primeiro tempo, parecia que nada funcionava para o time de Filipe Luís: com 56% de posse de bola e sete finalizações, só uma levou real perigo ao adversário: aos 42 minutos, o goleiro saiu mal num escanteio, Pedro se livrou do marcador e chutou para fora.
Mas uma coisa precisa ser dita: o Flamengo teve uma coerência tática importante, não abrindo mão do seu modelo de jogo, tentando encontrar soluções dentro dos próprios recursos treinados. Isso se chama identidade. E um time com identidade sempre estará mais perto da vitória, como a que veio numa bola parada no segundo tempo.
O Bahia merecia mais na competição

Já o Internacional também sofreu no primeiro tempo contra o excelente Bahia de Rogério Ceni, e teve que remontar um placar adverso. O mais interessante é que, assim como o Flamengo, o Inter de Roger Machado encontrou o caminho da vitória mantendo sua identidade, com um gol pensado e treinado pelo seu técnico (como mostra o repórter do Lance! Roberto Jardim aqui). E terminou líder do grupo da morte.
Como a maioria dos atletas dos elencos de Flamengo e Internacional são da Geração Z, a ansiedade e o medo à frustração inerentes à idade podem ter sido estimulados pela energia dos seus torcedores. Em algum momento, eles esqueceram onde a Libertadores machuca de verdade: na capacidade de sofrer, de vencer jogos duríssimos mantendo a identidade do time, mesmo vendo o penhasco à sua frente.
Pitaco do Guffo; leia mais colunas
Gustavo Fogaça escreve sua coluna no Lance! nas noites de segunda e quinta-feira. Leia outras publicações do colunista nos links abaixo:
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➡️Por que tantos técnicos são demitidos no Brasil?
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