‘Não é tão simples’, diz presidente da CBF sobre Fair Play Financeiro
Samir Xaud alerta que será preciso um período de transição, que pode demorar

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A implantação de um sistema de Fair Play Financeiro no futebol brasileiro vem demonstrando algum entusiasmo entre dirigentes de clubes e federações do País, mas colocá-lo efetivamente em prática vai demandar ainda algum tempo — talvez anos. Na avaliação do presidente da CBF, Samir Xaud, adequar um modelo ao Brasil “não é tão simples” e demandará um período de transição.
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— É uma construção, não é tão simples. Há um período de transição, e houve países que demoraram anos nessa transição. Nós temos que dar tempo aos clubes se adaptarem ao novo modelo. Acredito que o pontapé inicial, o que precisava, a gente começou. O tempo determinado a gente não tem, mas o que nós queremos é ser o mais breve possível — declarou Xaud, que concedeu entrevista exclusiva ao Lance! na Rio Innovation Week.
Xaud reiterou que a entidade está preocupada com o crescente gastos dos clubes, muitas vezes feitos de modo desenfreado, sem acompanhar as receitas. Na semana passada, um dos vices da CBF insistiu na necessidade de se falar sobre Fair Play Financeiro e chegou a comparar a situação dos clubes à colisão do Titanic com o iceberg.
— O que nós nos preocupamos bastante são os gastos demasiados de alguns clubes. Você tem uma arrecadação X e o clube está gastando 3X. Então, além de prejudicar o campeonato, de ser uma atitude antidesportiva com os outros clubes, os clubes menores que pagam em dia, suas receitas, seus jogadores, acaba tendo aquele, entre aspas, “doping financeiro” ali. E o que a gente quer é dar uma lisura maior para os nossos campeonatos, deixar o campeonato mais disputável e tornar o futebol brasileiro autossustentável financeiramente — afirmou Xaud.
Clubes parecem animados com Fair Play Financeiro
Demorada ou não, a implantação do sistema de Fair Play Financeiro no Brasil deve sair, acredita o presidente da CBF, que cita a grande participação de dirigentes na plenária organizada pela entidade no início desta semana.
— Entre os times de série A e B, dos 40, nós tivemos ali 37 clubes. Não só clubes, mas federações, a CBF como um todo. Está todo mundo antenado nesse tema, um tema muito importante para todo o futebol brasileiro. E eu acredito que nós vamos construir um melhor modelo aqui no Brasil.

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