Real Madrid considera processo contra a Uefa; entenda
Novela sobre Superliga ganhou mais um capítulo

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O conflito entre o Real Madrid e a Uefa sobre a Superliga Europeia ganhou um novo capítulo nesta semana. A 32ª Vara Cível de Madri rejeitou os recursos apresentados pela Uefa, pela La Liga e pela Federação Espanhola de Futebol (RFEF) contra decisão anterior que reconhecia abuso de posição dominante das entidades que controlam o futebol europeu. Real Madrid celebrou e anunciou que vai processar a Uefa por "danos substanciais sofridos".
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O tribunal manteve o entendimento de que Uefa e Fifa violaram as regras de livre concorrência da União Europeia ao impedir o surgimento de novas competições, impondo restrições consideradas "injustificadas e desproporcionais". A decisão abre espaço para que clubes e empresas envolvidas no projeto da Superliga reivindiquem indenizações milionárias. A Uefa, por sua vez, ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal espanhol nos próximos 20 dias.
Real Madrid acusa abuso e prepara ofensiva judicial
O Real Madrid divulgou um comunicado celebrando a decisão judicial e reforçando sua posição de que a Uefa age de forma anticoncorrencial. O clube presidido por Florentino Pérez afirmou ter tentado, sem sucesso, alcançar acordos com a entidade para melhorar a governança e garantir maior transparência no futebol europeu. Segundo o texto, o clube também buscava soluções para temas como sustentabilidade financeira, proteção da saúde dos jogadores e experiência dos torcedores.
A nota também menciona que o Real "continuará trabalhando pelo bem do futebol mundial e de seus torcedores", enquanto prepara a cobrança de indenização pelos danos causados pelo bloqueio ao projeto da Superliga, iniciado em 2021.
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Confira o comunicado oficial do clube
"O Real Madrid CF celebra a decisão do Tribunal Provincial de Madrid de rejeitar os recursos interpostos pela UEFA, pela RFEF e pela LALIGA, confirmando que a UEFA, no caso da Superliga, infringiu gravemente as regras da livre concorrência da União Europeia, em conformidade com a decisão do TJUE, ao abusar da sua posição dominante.
Essa decisão abre caminho para reivindicar uma indenização substancial pelos danos sofridos pelo clube.
O Real Madrid também relata que, ao longo de 2025, manteve inúmeras conversas com a UEFA para encontrar soluções, sem, no entanto, chegar a qualquer compromisso em relação a uma governança mais transparente, sustentabilidade financeira, proteção da saúde dos jogadores e melhorias na experiência dos torcedores, incluindo modelos de transmissão gratuitos e acessíveis globalmente, como ocorreu no Mundial de Clubes da FIFA.
Consequentemente, o clube anuncia que continuará trabalhando pelo bem do futebol mundial e de seus torcedores, enquanto busca indenização da UEFA pelos danos substanciais sofridos."
Uefa reage e nega validade da Superliga
Em resposta, a Uefa afirmou que a decisão do tribunal "não valida o projeto abandonado da Superliga, nem invalida as regras de autorização adotadas em 2022 e atualizadas em 2024". Segundo a entidade, essas normas continuam em vigor e garantem que qualquer competição internacional seja avaliada com critérios "objetivos, transparentes e não discriminatórios".

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(Foto: LLUIS GENE / AFP)
A organização acrescentou que a sentença ocorre logo após o Parlamento Europeu reforçar sua oposição a "competições separatistas", que colocariam em risco o ecossistema esportivo do continente.
– A Uefa analisará cuidadosamente a decisão antes de decidir sobre outras ações e não fará mais comentários neste momento. Continuamos comprometidos com o modelo europeu de mérito esportivo, acesso aberto e solidariedade – comunicou a entidade, que afirma seguir trabalhando com ligas, clubes e autoridades públicas para "proteger a unidade do futebol europeu".
La Liga e Tebas se posicionam
A LaLiga também reagiu, destacando que a decisão "não aprova nem endossa" a Superliga. A entidade frisou que o tribunal apenas tratou de questões processuais e reforçou o compromisso com a integridade das competições nacionais e com o respeito às regras de concorrência da União Europeia.
O presidente da LaLiga, Javier Tebas, afirmou que o veredito "não representa um endosso da Superliga ou de qualquer outro formato", e ressaltou que a liga continuará defendendo o modelo baseado em mérito esportivo e solidariedade.
– A decisão apenas reitera que as regras devem ser aplicadas com transparência e objetividade. Seguiremos colaborando para garantir estruturas de avaliação seguras e equilibradas que protejam o futebol – disse Tebas.
Entenda o caso Superliga
O impasse entre Uefa e Superliga começou em abril de 2021, quando 12 clubes europeus, incluindo Real Madrid, Barcelona e seis equipes inglesas, anunciaram uma liga independente da Champions League. A proposta enfrentou forte reação de torcedores, governos e federações, o que levou ao colapso do projeto em menos de três dias.
Apesar disso, Real Madrid e Barcelona mantiveram apoio à ideia, argumentando que o modelo da Uefa restringe a livre concorrência e concentra poder e receitas. Desde então, o caso se transformou em uma longa disputa judicial. Em dezembro de 2023, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) decidiu que os regulamentos da Uefa e da Fifa sobre autorização de novas competições violavam as leis comunitárias.

A decisão atual do Tribunal Provincial de Madri reforça esse entendimento e amplia a possibilidade de indenizações a favor dos clubes envolvidos. Embora Barcelona tenha adotado uma postura mais conciliatória e reaproximado-se da Uefa, o Real Madrid permanece isolado na defesa do projeto e promete seguir adiante com ações legais.
Com mais um revés jurídico para a Uefa, o futuro da disputa segue indefinido. Enquanto o órgão europeu tenta manter o controle sobre o futebol de clubes, o Real Madrid busca transformar a vitória judicial em ressarcimento financeiro e em nova pressão política sobre a entidade.
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