Paul Pogba: é craque ou só mídia? Confira a análise do Lance!
Depois de dois anos afastado dos gramados, P"ogboom" está de volta!

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Depois de mais de dois anos longe dos gramados, Paul Pogba, enfim, fez seu aguardado retorno. Contratado pelo Monaco no início da temporada 2025/26, o francês de 32 anos estava afastado do futebol profissional devido à suspensão por doping. Agora de volta, vive a expectativa de reencontrar seu melhor nível e, quem sabe, voltar ao radar de Didier Deschamps como uma opção para o meio-campo da França na busca pelo tricampeonato na Copa do Mundo de 2026.
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Conhecido por sua irreverência dentro e fora de campo, Pogba consolidou-se como um dos jogadores mais prestigiados de sua geração — os nascidos no início dos anos 1990. Combinando carisma, impacto midiático e um estilo de jogo frequentemente descrito como "diferenciado", ele permanece como figura de destaque nos debates sobre talento e legado. Ainda é possível colocá-lo entre os grandes do futebol mundial? A análise completa do Lance! está no quadro "É craque ou só mídia?" ⬇️
O pilar de uma Juventus dominante (2012 - 2016)
A primeira passagem de Paul Pogba pela Juventus foi o período que o consolidou como um dos maiores talentos do futebol contemporâneo. Sua saída do Manchester United, em 2012, ocorreu em meio a certa controvérsia: o então técnico Sir Alex Ferguson lamentou perder um jovem tão promissor e chegou a dizer que Pogba havia demonstrado falta de "respeito pelo clube" ao optar pela transferência. A Juventus, porém, saiu extremamente beneficiada ao contratá-lo sem custos — e rapidamente torná-lo peça fundamental.
Em Turim, Pogba floresceu dentro de um ambiente tático bem estruturado, conquistando quatro títulos consecutivos do Campeonato Italiano. Nesse período, disputou cerca de 178 partidas e registrou 34 gols e 39 assistências.

Dividindo o meio-campo com nomes como Andrea Pirlo, Claudio Marchisio e Arturo Vidal, Pogba formou o famoso "meio-campo diamante" de Massimiliano Allegri, marcado pela combinação entre juventude, experiência e força técnico-física. O sucesso na Itália o transformou de promessa em estrela mundial, pavimentando o caminho para seu retorno histórico ao Manchester United.
O "glorioso" retorno para Manchester (2016 - 2022)
Em 2016, Paul Pogba voltou ao Manchester United por cerca de 105 milhões de euros — valor que, na época, estabeleceu um recorde mundial de transferência. A cifra elevadíssima criou uma expectativa desproporcional: esperava-se que ele fosse o líder da era pós-Ferguson. A trajetória, no entanto, acabou marcada por críticas constantes à sua suposta inconsistência, levando parte da opinião pública a rotulá-lo como uma decepção.
A narrativa sobre sua irregularidade precisa, porém, ser entendida dentro do contexto de disfunções internas. O Manchester United vivia um período conhecido por problemas estruturais e táticos, muitas vezes priorizando esforço físico e cobrança individual em detrimento de organização posicional — fatores que prejudicaram um jogador com as características criativas de Pogba. Frequentemente, esperavam-se "milagres" que ligassem um meio-campo frágil a um ataque desarticulado.
O clube também falhou em construir um projeto sólido em torno de seu talento mais valioso. A ausência de identidade tática e de um elenco coerente gerou um ambiente no qual Pogba era responsabilizado por fracassos coletivos. A figura de seu agente, Mino Raiola, inflamava ainda mais o clima, com rumores constantes de saída que alimentavam a tensão com torcedores e imprensa.
A instabilidade aumentou com conflitos internos — especialmente com José Mourinho. O episódio mais marcante ocorreu em 2018, quando o técnico retirou de Pogba a função de vice-capitão após um incidente interpretado como desrespeito. A relação azedou de vez, simbolizando um período caótico dentro do clube.

A acidentada volta para casa (2022 -2023)
O retorno de Pogba à Juventus, em 2022, novamente como agente livre, parecia o início de um renascimento. Mas acabou se tornando o período mais sombrio de toda sua carreira. Foram apenas 12 partidas oficiais até que jogador e clube chegassem a um acordo para rescisão em novembro de 2024.
A derrocada começou com a lesão no menisco sofrida na pré-temporada 2022/23. Pogba tomou, então, uma decisão que se revelaria fatal: optou por um tratamento conservador para tentar disputar a Copa do Mundo do Catar. O método falhou, forçando uma cirurgia em setembro de 2022 — o que o tirou do Mundial. A escolha inicial comprometeu sua recuperação e desencadeou problemas físicos recorrentes.
Ao mesmo tempo, a Juventus atravessava grande instabilidade institucional, agravada pela saída de diversos membros da diretoria em novembro de 2022. Com a queda dos principais apoiadores de seu retorno, o projeto esportivo desmoronou, deixando Pogba isolado em meio ao caos.
O golpe final veio em agosto de 2023, quando ele testou positivo para DHEA, um precursor hormonal, após a estreia na temporada. A NADO Italia aplicou a pena máxima: quatro anos de suspensão. No recurso ao TAS, a punição caiu para 18 meses — o tribunal considerou que a infração não foi intencional e resultou da ingestão equivocada de um suplemento receitado nos Estados Unidos por um médico supostamente familiarizado com as regras da WADA.
Ainda assim, o TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) deixou claro que Pogba não estava "isento de culpa". O tribunal apontou negligência grave, argumentando que um atleta de elite não pode deixar de verificar a legalidade e a segurança de produtos médicos. Essa conclusão forneceu o respaldo final para a Juventus optar pela rescisão contratual em novembro de 2024.
França: onde o caos se torna maestria
A carreira internacional de Paul Pogba representa o lado incontestável de seu talento. Diferentemente do que ocorreu em alguns clubes, sua importância para a seleção francesa — com 91 jogos e 11 gols — jamais foi colocada em dúvida.
A Copa do Mundo de 2018, conquistada pela França, é o auge de sua trajetória. Pogba brilhou como maestro do meio-campo, beneficiado pelo equilíbrio oferecido por N'Golo Kanté, o que lhe permitiu focar na criatividade e na condução do jogo. Com uma estrutura tática clara e total confiança de Didier Deschamps, Pogba alcançou sua versão mais madura e decisiva.
Durante o período de suspensão, Deschamps manteve contato constante e apoio público ao jogador, reconhecendo que Pogba enfrentava uma "fase extremamente complicada", marcada por lesões, problemas pessoais e o banimento.
Após a redução da pena, o treinador declarou que "uma luz se acende novamente" para Pogba. Reforçou que ele teria etapas importantes pela frente, mas destacou que a perspectiva de voltar aos gramados em março de 2025 era "uma excelente notícia". Para Pogba, a seleção é o grande objetivo que resta — e o Monaco agora se torna o laboratório final para provar a Deschamps que está física e mentalmente pronto para brigar por uma vaga na Copa de 2026.
Monaco: chance redenção no Principado
Paul Pogba voltou a disputar uma partida oficial após mais de dois anos afastado dos gramados. O meio-campista do Monaco entrou em campo nos minutos finais da derrota por 4 a 1 para o Rennes, no dia (22 de novembro), em duelo válido pela Ligue 1. Aos 85 minutos, o jogador de 32 anos foi ovacionado pelas arquibancadas do Roazhon Park, que marcou seu primeiro jogo desde setembro de 2023.
Após a partida, Pogba destacou a sensação de reencontrar o campo e a torcida, apontando o momento como um ponto de virada pessoal. Ele afirmou que a recepção calorosa o surpreendeu e reforçou o peso emocional de estar novamente ativo profissionalmente. No entanto, reconheceu que ainda precisará evoluir fisicamente para recuperar ritmo e atuar durante os 90 minutos.
— Ao ver a torcida se levantar e aplaudir, jamais imaginei que isso aconteceria. Estou aliviado por estar de volta jogando futebol, a coisa que mais amo no mundo. Mas ainda há trabalho a ser feito para recuperar a forma física e conseguir jogar os 90 minutos completos — ressaltou Paul, que também abordou o impacto que seu desempenho no Monaco terá sobre as chances de voltar a vestir a camisa da seleção francesa.
— Se eu não tiver um bom desempenho pelo Monaco, posso esquecer a seleção francesa. Acredito em mim e nas minhas habilidades, e como sabia que não tinha feito nada de errado e que não era minha culpa, nunca perdi a esperança — completou.
Paul Pogba se juntou ao Monaco no verão europeu, como um agente livre, e assinou um contrato de dois anos após cumprir a suspensão por doping. Apesar dos planos para que o francês recuperasse sua forma física e estivesse no nível do elenco, Pogba sofreu com uma série de lesões musculares, adiando sua estreia durante três meses. Porém, o meio-campista de 32 anos enfim retornou aos gramados.
⚽ Afinal, é craque ou só mídia? 📽️
A resposta mais honesta é que não há como negar: Paul Pogba é um craque. Seus 1,91m, aliados a um repertório técnico refinado e a capacidade de atuar em praticamente todas as zonas do meio-campo, conferem ao francês um perfil raro, muitas vezes dominante quando está em plena forma. Suas qualidades físicas e técnicas, somadas à irreverência que marca sua postura em campo, fazem de Pogba um dos personagens mais intrigantes e estudados do futebol neste século. Mesmo com as interrupções na carreira, seu potencial e sua influência permanecem indiscutíveis.
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