menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Maradona completaria 65 anos: a Argentina cinco anos sem seu 'Dios'

País tem adoração pelo ícone, que morreu em novembro de 2025

6d94f20e-a857-4d17-b0ff-f8edf95e23a1_Foto_Lucas-Bayer-aspect-ratio-1024-1024
Lucas Bayer
Rio de Janeiro (RJ)
Avatar
Márcio Iannacca
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 30/10/2025
06:47
Maradona com a taça da Copa do Mundo de 1986 (Foto: Divulgação / AFP)
imagem cameraMaradona com a taça da Copa do Mundo de 1986 (Foto: Divulgação / AFP)

  • Matéria
  • Mais Notícias

Diego Armando Maradona completaria 65 anos nesta quinta-feira, 30 de outubro. Nascido em 1960, o eterno camisa 10 da Argentina continua sendo, mesmo quase cinco anos após sua morte, um símbolo nacional. Em Buenos Aires, é impossível caminhar algumas quadras sem encontrar um mural, um grafite ou uma lembrança de "El Diego". O Lance! esteve na Argentina para entender como o país vive sem um de seus maiores ídolos — reverenciado como um verdadeiro "Dios" pelos argentinos.

continua após a publicidade

O ídolo que uniu um país

Maradona foi mais do que um jogador de futebol. Ele foi um personagem que transcendeu o esporte. Criado em Villa Fiorito, uma das regiões mais humildes de Buenos Aires, o craque tornou-se o símbolo da superação. 

- Ele chegou em cima da sua carreira, mas ele começou lá embaixo, sabe? Ele começou muito pobre. Então, todo argentino se identifica muito com ele. A identificação é muito grande - contou ao Lance! o ex-jogador e auxiliar técnico Alejandro Mancuso, companheiro de Diego na seleção argentina durante a Copa do Mundo de 2010.

continua após a publicidade
Maradona completaria 65 anos nesta quinta-feira (30) (Foto: AFP)
Maradona completaria 65 anos nesta quinta-feira (30) (Foto: AFP)

Herói da Copa de 1986 e ícone do Napoli

Com a camisa da seleção argentina, Maradona disputou 91 partidas, marcou 34 gols e protagonizou o maior feito de sua carreira: o título mundial de 1986, no México. Naquele torneio, encantou o planeta com jogadas mágicas — incluindo os lendários gols contra a Inglaterra: a "Mão de Deus" e o "Gol do Século". Quatro anos depois, levou novamente a Argentina à final, sendo vice-campeão em 1990.

Nos clubes, Maradona brilhou intensamente pelo Napoli, da Itália. Entre 1984 e 1991, disputou 259 partidas e marcou 115 gols, conduzindo o time às maiores glórias da história: dois Campeonatos Italianos (1986/87 e 1989/90), uma Copa da Uefa (1988/89), uma Copa da Itália (1986/87) e uma Supercopa Italiana (1990). Em Nápoles, até hoje, seu rosto é visto em bandeiras, muros e altares — assim como em Buenos Aires.

continua após a publicidade

A visita ao restaurante favorito de Maradona

Durante a cobertura da semifinal da Libertadores entre Racing e Flamengo, o Lance! aproveitou a passagem por Buenos Aires para conhecer o La Brigada, restaurante que roubou o coração de Diego Armando Maradona. Localizado no tradicional bairro de San Telmo, o espaço é um verdadeiro templo para quem ama futebol e boa gastronomia.

Ao abrir o cardápio, o visitante é recebido pela imagem de Maradona — uma homenagem feita após sua morte, em novembro de 2020, vítima de insuficiência cardíaca. O gesto reflete o carinho do craque pelo lugar, que frequentava com amigos e familiares.

Com um cardápio variado de carnes e massas, o La Brigada é parada obrigatória para torcedores que viajam a Buenos Aires. Além de Maradona, o restaurante também já recebeu Lionel Messi, outro gênio que marcou a história do futebol argentino. Nas paredes, há fotos, camisas e lembranças que transformam o ambiente em um museu vivo da paixão portenha.

➡️ Restaurante favorito de Maradona é parada obrigatória em Buenos Aires

Diego Maradona é homenageado em cardápio de restaurante em Buenos Aires (Foto: Lucas Bayer / Lance!)
Diego Maradona completaria 65 anos e tem homenagem em cardápio de restaurante em Buenos Aires (Foto: Lucas Bayer / Lance!)

Uma carreira marcada por polêmicas

Apesar do talento inquestionável, Maradona viveu intensamente fora de campo. Problemas com drogas, suspensões e questões de saúde o afastaram do futebol por períodos importantes. Ainda assim, o amor do povo argentino jamais diminuiu. "

- Trabalhar com ele era um prazer muito grande... ele era uma figura internacional. Todo mundo queria chegar perto dele, tirar uma foto, pedir autógrafo. Era uma loucura andar com o Maradona - relembrou Mancuso.

Mancuso, ex-Flamengo, em entrevista ao Lance! (Foto: Lucas Bayer/Lance!
Mancuso, ex-Flamengo, em entrevista ao Lance!, fala de Maradona (Foto: Lucas Bayer/Lance!

O legado e a saudade

Durante a estadia na Argentina, o Lance! apurou que o governo argentino prepara um grande mausoléu próximo a Puerto Madero, onde o corpo do ídolo será colocado para visitação pública. A ideia é criar um ponto turístico e de memória nacional.

Além disso, murais de Maradona estão espalhados por toda Buenos Aires — de La Boca a Palermo, de San Telmo a Villa Fiorito. A cidade respira a imagem de seu maior ídolo.

- Agora, nesse momento que nós estamos passando, não podemos não falar de Messi, sabe? Porque Messi hoje para nós é o rei. Então, acho que para nós, argentinos, Maradona e Messi são aquelas coisas que você vai lembrar na vida toda. Você vai falar com seus filhos, seus netos, e eles vão perguntar por Maradona. E vão perguntar por Messi também. Temos que ser muito agradecidos por esses dois monstros serem argentinos - completou Mancuso.

O amor pelo futebol brasileiro

Em meio à conversa, Mancuso lembrou ainda da admiração que Maradona tinha pelo futebol do Brasil.

- Ele gostava muito do Brasil. Toda vez que falávamos do Romário, do Bebeto, ele se empolgava. Ele se dava muito bem com o Zico. O ídolo do Maradona era o Rivelino. Depois falávamos de Pelé, mas com o Zico, ele tinha uma relação muito boa -  revelou.

➡️ Tudo sobre os maiores times e as grandes estrelas do futebol no mundo afora agora no WhatsApp. Siga o nosso canal Lance! Futebol Internacional

Imortal em cada mural

Maradona partiu em 25 de novembro de 2020, mas segue mais presente do que nunca. Na Argentina, nas ruas, nos cantos e nas memórias, o "Dios" do futebol permanece vivo — agora, prestes a ganhar um local definitivo para ser eternizado.

  • Matéria
  • Mais Notícias