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Investigação suspende mais de mil jogadores na Europa por envolvimento com apostas

Escândalo se amplia com suspeitas sobre árbitros, prisões de dirigentes e suspensão de divisões inferiores

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Rio de Janeiro (RJ)
Dia 11/11/2025
13:26
Federação Turca de Futebol (Foto: Divulgação/TFF)
imagem cameraFederação Turca de Futebol (Foto: Divulgação/TFF)

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A Federação Turca de Futebol (TFF) anunciou nesta segunda-feira (10) a suspensão de 1.024 jogadores de suas ligas profissionais, após uma investigação que revelou a participação de atletas em esquemas de apostas esportivas. Entre os punidos, estão 27 jogadores da primeira divisão, cujos casos foram encaminhados ao Conselho Disciplinar do Futebol Profissional (PFDK).

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A entidade confirmou ainda que, diante da dimensão do escândalo, as partidas das terceiras e quartas divisões foram adiadas por duas semanas. As duas principais ligas do país, no entanto, seguem com o calendário normal. Paralelamente, a Federação Tailandesa de Futebol pediu à Fifa uma prorrogação de 15 dias na janela de transferências de inverno, alegando que os clubes turcos precisam de tempo adicional para recompor os elencos afetados pelas suspensões.

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Entre os clubes envolvidos, o Besiktas informou que dois de seus jogadores foram encaminhados ao PFDK e manifestou "total confiança" na inocência da dupla. O Galatasaray, atual campeão da Super Lig, confirmou a inclusão de dois atletas na lista e afirmou que acompanhará o "processo delicado" com atenção.

A imprensa local também relatou que oito pessoas — entre elas o presidente de um clube — foram presas pelas autoridades turcas como parte da mesma investigação.

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Centenas de árbitros também são suspeitos

O caso ganhou repercussão no fim de outubro, quando o presidente da TFF, Ibrahim Ethem Haciosmanoglu, revelou em coletiva de imprensa que centenas de árbitros profissionais estavam ligados a contas de apostas. Segundo ele, uma investigação de cinco anos identificou que 371 dos 571 árbitros registrados nas ligas do país possuíam contas em cassinos online, sendo 152 deles apostadores ativos.

Haciosmanoglu destacou que o grupo incluía sete árbitros e 15 assistentes das duas principais divisões, além de dezenas de juízes e bandeirinhas das categorias inferiores. O dirigente relatou que dez árbitros realizaram mais de 10 mil apostas cada — um deles chegou a registrar 18.227 apostas individuais. Outros 142 teriam apostado em mais de mil partidas.

— Se quisermos levar o futebol turco ao lugar que ele merece, temos que limpar toda a sujeira que existe — afirmou Haciosmanoglu, ao prometer encaminhar todos os envolvidos ao conselho disciplinar da federação.

İbrahim Ethem Hacıosmanoğlu é  Presidente da Federação Turca de Futebol turquia
İbrahim Ethem Hacıosmanoğlu é Presidente da Federação Turca de Futebol (Foto: Divulgação/TFF)

Segundo o regulamento da TFF, árbitros flagrados em atividades de apostas podem ser suspensos por até um ano. Já o Código de Ética da Fifa prevê multa de até 100 mil francos suíços e banimento de até três anos de qualquer atividade ligada ao futebol.

Mandados de prisão e novas investigações

A Procuradoria-Geral de Istambul confirmou que 21 pessoas, incluindo 17 árbitros e dois presidentes de clubes, estão sob mandado de prisão preventiva por suspeita de manipulação de resultados e má conduta. Buscas simultâneas foram realizadas em 12 cidades do país, com 18 detidos e três ainda foragidos.

Entre os investigados estão Murat Ozkay, presidente do Eyupspor, e Turgay Ciner, ex-proprietário do Kasimpasa Sports Club, além do ex-dirigente Fatih Sarac. A promotoria também apura possíveis vínculos entre o caso e duas grandes corporações — Can Holding e Ciner Group — que tiveram sua gestão colocada sob supervisão judicial em setembro.

O árbitro Zorbay Kucuk, da Super Lig, apresentou queixa-crime afirmando ter sido vítima de roubo de identidade, negando envolvimento com apostas. Mesmo assim, em 1º de novembro, a TFF anunciou a suspensão de 149 árbitros por períodos entre oito e doze meses. Três casos, incluindo o de Kucuk, continuam sob análise.

O escândalo, que abala o futebol turco em todas as esferas, é considerado um dos maiores já registrados no país. Clubes, dirigentes e torcedores cobram medidas exemplares para restaurar a credibilidade do esporte.

— Isto é chocante e profundamente triste para o futebol turco. Mas o fato de isso estar vindo à tona é um desenvolvimento promissor — declarou Sadettin Saran, presidente do Fenerbahçe.

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