Carlo Ancelotti culpa gigante europeu por ponto mais baixo na carreira: ‘Foi autoritário’
Em biografia recém-lançada, italiano revela detalhes de saída conturbada

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Atualmente à frente da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti é considerado um dos treinadores mais bem-sucedidos da história do futebol mundial. Ao longo de mais de 30 anos de carreira à beira do campo, comandou gigantes nacionais e obteve conquistas tanto em competições domésticas quanto em torneios continentais. Contudo, nem todas as passagens foram encerradas de forma amistosa.
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O jornal alemão "Bild" divulgou trechos da autobiografia de Ancelotti, lançada em julho de 2025, sob o título "O Sonho", nos quais o treinador critica a maneira como foi demitido do Bayern de Munique. A passagem de Ancelotti na Alemanha ocorreu entre 2016 e 2017. Durante o período, conquistou a Bundesliga na temporada 2016/17 e venceu a Supercopa da Alemanha nas duas edições que disputou. Apesar dos títulos nacionais, sua trajetória no clube não foi marcada por feitos expressivos no cenário continental.
A demissão foi confirmada em setembro de 2017, após a derrota por 3 a 0 para o PSG, pela Champions League. Para Ancelotti, esse foi o desligamento mais intransigente que enfrentou em toda a sua carreira como treinador. No entanto, ele reconheceu que cometeu um erro ao definir a estratégia na ocasião.
Internamente, Carletto também criticou a estrutura administrativa do Bayern. O comandante apontou a forte influência dos acionistas e a descentralização do poder como obstáculos à condução do trabalho. Mencionou ainda a presença constante de "palpiteiros", o que, segundo ele, refletia um problema de gestão no clube.
Confira trechos escritos por Ancelotti em sua autobiografia 📝
Injustiçado? 😩
— Fui demitido quatro vezes por grandes clubes: Juventus, Chelsea, Real Madrid e Bayern de Munique. Isso prova que não é preciso um presidente instável ou um dono imprevisível para ser demitido. Acionistas de uma empresa também podem tomar essa decisão. Foi a demissão mais autoritária de toda a minha carreira. Depois que saí, eles chegaram às semifinais da Liga dos Campeões e foram eliminados pelo, adivinhem quem, Real Madrid.
Gestão Bayern 🔴
— Dominamos a concorrência na Bundesliga nessa temporada, terminando com 15 pontos de vantagem, mais cinco do que Pep Guardiola tinha conseguido nas duas temporadas anteriores. No entanto, no Bayern isso não foi considerado um sucesso. Era o mínimo que os dirigentes esperavam. Quando a comunicação fazia barulho por algo, notava uma grande diferença. O que era completamente novo para mim era trabalhar num clube que não era gerido por um único proprietário carismático — escreveu.
— Em vez disso, havia um grupo de acionistas com diferentes composições, enquanto antigos jogadores lendários tinham tradicionalmente influência ao nível de gestão no clube. A meio da temporada, houve uma mudança na presidência, com Uli Hoeness a assumir a liderança. O presidente do conselho era Karl-Heinz Rummenigge, que jogava no Inter na mesma época em que eu jogava na Roma. Se por acaso dei uma pancada no meu futuro chefe quando jogava contra ele? Claro que sim. Afinal, esse era o meu trabalho.
— Certa vez, os chefes me pediram para impor mais disciplina entre os jogadores e me deram uma lista de cinco pontos para ler para eles. No entanto, eu sentia que estávamos trabalhando com uma equipe profissional de elite, não uma equipe juvenil, e que os jogadores deveriam ser tratados com igualdade. Então, fiquei em frente à equipe no vestiário, tirei o papel do bolso e disse: "Tenho ordens da diretoria para ler esta lista para vocês". Essa foi a minha maneira de me distanciar dessa tarefa — explicou.
Estopim ❌
— Depois, no final de setembro de 2017, visitámos outro dos meus antigos clubes, o PSG. Em um jogo da Champions League, decidi deixar os nossos extremos mais velhos no banco e permitir que os defensores jogassem mais adiantados, tentando organizar os ataques principalmente pelo centro. Foi um erro. O equilíbrio foi quebrado e eles conseguiram nos desestabilizar com os seus contra-ataques.
— No dia seguinte à partida, a diretoria do clube se reuniu e concluiu que o problema era meu. "O desempenho do nosso time desde o início da temporada não correspondeu às nossas expectativas", disse Rummenigge. "A partida em Paris demonstrou claramente que precisávamos agir."
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