Justiça nega medida protetiva de Larissa Ferrari contra Payet
Advogada acusa meia francês de agressão

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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou a medida protetiva de Larissa Ferrari contra Dimitri Payet nesta sexta-feira (9). A advogada acusa o jogador do Vasco de agressão. O atleta, que viveu um relacionamento extraconjugal com a mulher, nega as acusações.
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Larissa Ferrari solicitou a medida por alegar temer por sua integridade física. A advogada afirma que precisou retornar às pressas à sua cidade natal, no Paraná, e já expressou o "sonho" de morar e trabalhar no Rio de Janeiro. A medida seria uma forma de garantir que Larissa pudesse viver na cidade sem se sentir ameaçada pelo francês.
Procurados, os advogados de Larissa no Rio de Janeiro não se manifestaram sobre a decisão judicial.
A defesa de Payet se manifestou através de nota:
"A defesa de Dimitri Payet recebe com respeito a acertada decisão proferida nesta data e lamenta o vazamento seletivo de informações sigilosas no processo. A advogada Sheila Lustoza ressalta que sua atuação sempre foi e será na defesa das minorias, das mulheres e dos que sofrem acusações infundadas e, por essa razão, após análise profunda de todos os elementos, tem absoluta certeza da inocência de seu cliente e confia na justiça"
Nas argumentações do caso, a defesa de Payet afirma que o pedido da medida protetiva é "desnecessário porque Dimitri jamais se aproximaria da peticionária nem imporia qualquer risco, portanto, à sua integridade física ou emocional".
O pedido de medida protetiva de Larissa Ferrari também foi negado pela Justiça do Paraná, onde a advogada vive atualmente. A Defensoria Pública, que representa a mulher no estado, já entrou com recurso.
O que diz Larissa Ferrari?
A torcedora do Vasco, Larissa, acusa o meia francês Dimitri Payet de agressões físicas, psicológicas e sexuais. A mulher, que é advogada, afirma ter mantido um relacionamento extraconjugal com o jogador no ano passado, iniciado após trocas de mensagens pelas redes sociais.
De acordo com depoimentos prestados às polícias do Rio de Janeiro e do Paraná, Larissa relatou que o atleta teria cometido as agressões durante episódios de ciúmes. Segundo ela, houve episódios que deixaram marcas em seu corpo, além de práticas degradantes.
- Dimitri me convenceu a colocar minha cabeça no lixo, no vaso sanitário, me fez tomar minha própria urina e outras bizarrices sexuais - declarou.
Larissa também afirmou que sofre de transtorno de personalidade borderline, caracterizado por oscilações de humor e hipersensibilidade nas relações pessoais. Segundo ela, o jogador tinha conhecimento da condição e se aproveitou da situação.
- Dimitri sabia da minha paixão e de problemas psicológicos, usando isso contra mim.
Payet, que é casado há 18 anos e tem quatro filhos, mora sozinho no Rio de Janeiro desde que chegou ao Vasco. A esposa e os filhos permaneceram na França. Até o momento, o jogador não se manifestou publicamente sobre as acusações.
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O que diz Payet
Em depoimento à polícia, o meia Dimitri Payet admitiu ter mantido um relacionamento com Larissa, torcedora do Vasco, mas negou as acusações de agressão feitas por ela. Segundo o jogador, todas as práticas relatadas foram consensuais e sugeridas pela advogada, que, de acordo com ele, nunca mencionou sofrer de qualquer transtorno psicológico.
Sobre as marcas apresentadas por Larissa em fotos anexadas ao inquérito, Payet afirmou que se tratam de consequências de atos consentidos durante relações sexuais. Ele disse que a mulher pedia tapas durante o ato e que o uso de cadeiras de madeira também teria causado os hematomas, agravados pela “pele muito clara” da advogada.
O jogador contou ainda que, com o fim do contrato com o Vasco se aproximando, Larissa propôs manter o relacionamento na França, desde que ele arcasse com todas as despesas. Payet disse ter recusado a proposta e que, após isso, o comportamento da mulher mudou. Segundo ele, os dois não voltaram a se encontrar depois disso.
Nota dos advogados de Larissa
"A defesa da Sra. Larissa vem, por meio desta, manifestar profunda preocupação com a recente decisão judicial que determinou novo declínio de competência ao Tribunal de Justiça do Paraná — o segundo no curso deste processo —, enquanto a vítima segue desassistida quanto ao seu legítimo pleito por medidas protetivas de urgência.
A decisão em questão desconsidera um vasto arcabouço probatório já constante nos autos, que comprova, de forma clara e inequívoca, que a Sra. Larissa transferiu sua residência para o Rio de Janeiro no início de fevereiro, onde se encontra empregada e estabelecida. Tal circunstância era de pleno conhecimento do Sr. Dimitri, com quem mantinha comunicações frequentes sobre sua mudança, como devidamente demonstrado no processo.
Infelizmente, diante das violências sofridas e das ameaças proferidas pelo agressor, a vítima, temendo por sua integridade física, precisou retornar às pressas à sua cidade natal, sem sequer recolher seus pertences pessoais do imóvel em que vivia — situado nas proximidades da residência do agressor. O temor é real, concreto e respaldado pelas provas apresentadas.
Se, como afirma, o Sr. Dimitri não deseja manter contato com a Sra. Larissa, não há qualquer justificativa razoável para a não concessão das medidas protetivas pleiteadas, cujo único objetivo é garantir o mínimo de segurança, dignidade e liberdade à vítima.
Diante dessa situação, recorremos da decisão e reiteramos nossa confiança na Justiça e no respeito ao ordenamento jurídico, em especial à Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), que, em seu artigo 3º, assegura às mulheres o exercício efetivo de direitos fundamentais, como o direito à vida, à segurança, à dignidade, à liberdade, ao respeito e ao acesso à Justiça.
Seguiremos vigilantes, comprometidos com a defesa dos direitos da Sra. Larissa e de todas as mulheres que enfrentam a violência de gênero em nosso país."
Dr. Pedro Pontes/ Jorge Vacite Neto Advogados.
Nota oficial do Vasco
“O VASCO DA GAMA informa que até o momento não foi notificado por nenhuma autoridade sobre o recente acontecimento envolvendo o atleta Dimitri Payet. O Clube ressalta que o jogador vem colaborando com as investigações e já prestou depoimento à Delegacia de Atendimento à Mulher, como noticiado. O Vasco aguarda o resultado da investigação conduzida pelas autoridades competentes.”

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