Ex-Seleção lamenta momento do Brasil: ‘Só tem o Neymar’
Djalminha diz não ver outros nomes como Neymar para resolver partidas

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O ex-jogador Djalminha, campeão da Copa América pela Amarelinha em 1997, não escondeu sua tristeza ao falar da fase atual da Seleção Brasileira. O ex-meio-campista comentou sobre a falta de destaques individuais como Neymar, a falha na formação do futebol brasileiro – interrompendo a produção de craques em consequência disso, em sua visão – e afirmou que "a história foi embora", demonstrando preocupação sobre o futuro do futebol.
Em entrevista ao "ge", o atual comentarista reforçou o protagonismo do atacante do Santos pela Canarinha e torce por mais atletas como ele em campo. Disse não acreditar na dependência pelo jogador, mas lamenta a não existência de outros com as mesmas características.
— O Neymar que vai entrar sabe que é craque, vai jogar a bola dele e acabou. Às vezes, outros que têm outras valências, mas não têm essa segurança, começam a se sentir inseguros. Não é que o Brasil dependa do Neymar. É que, infelizmente, ele é o único jogador com uma capacidade de resolver sozinho, uma jogada diferenciada que nós temos de um nível maior — afirmou Djalminha.
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— Você vê o Neymar jogar – estava fora de forma e agora está melhorando –, mas vê ele dar um toque, é um espetáculo, dá gosto de ver. Aí você vê os outros. Na minha opinião, não temos esse tipo de jogador. Nós não somos dependentes do Neymar. Pena que só tem ele, se tivesse uns quatro, cinco, ninguém nem ia estar falando do Neymar. O Djalminha não foi para a Copa, o Alex não foi para a Copa… Dane-se, porque o Ronaldinho Gaúcho foi, Rivaldo foi — desabafou.
Quando perguntado sobre outros jogadores que também seriam capazes de decidir partidas, Djalminha ressaltou o talento e a qualidade de alguns nomes, mas não vê outro nome tão decisivo quanto o camisa 10:
— Tem hoje alguém aos pés do Alex, um meia, no futebol brasileiro? Com todo respeito aos dois melhores meias, que são belos meias que eu gosto, Alan Patrick e Matheus Pereira. Chegam aos pés do Alex? Não. Temos jogadores capazes de decidir, mas não é na escala de 0 a 10. O Neymar tem nove ou dez na escala de decidir.
— O Vinicius Jr é um jogador capaz, joga na Europa, é o melhor do mundo, pode conseguir, mesmo que ainda na Seleção Brasileira não tenha rendido o que se espera. O Estêvão é um menino que tenho muita esperança de que se torne esse tipo de jogador. Agora, de resolver, não temos. E isso não é demérito para nenhum jogador atual. Eles têm que entender que existem outras coisas e melhores.
Em relação à falta de craques como gostaria de ver, Djalminha atribui o problema ao modelo atual de formação de atletas.
— Não produz porque não está formando jogador. Falo sempre de futebol brasileiro porque é o futebol que amo, que para mim é o melhor do mundo. Ninguém deu de presente isso para o Brasil, se não tivesse cinco títulos mundiais ia estar contratando jogador igual contratam na Mauritânia. Então tem que respeitar isso, a história. E parece que a história foi embora. Como eram esses jogadores? Altamente acima da média tecnicamente, os gestos, o movimento. Quantos jogadores já vimos e falamos: "Que espetáculo de jogador". A palavra espetáculo não existe mais no futebol — finalizou o comentarista.
📆 Sequência da Seleção Brasileira
O Brasil vai para os dois últimos jogos das Eliminatórias da Copa nos dias 4 e 9 de setembro. Já classificada, a Seleção enfrenta primeiro o Chile, no Maracanã, às 21h30 (horário de Brasília). O segundo e último jogo da data Fifa é contra a Bolívia, às 20h30 (horário de Brasília), no Estádio Municipal de El Alto – o segundo mais alto do mundo, a mais de 4 mil metros de altitude em relação ao nível do mar.
A convocação dos atletas para as duas partidas acontecerá na próxima segunda-feira (25), na sede da CBF.
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